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Em julho passado escrevi aqui no Motonline um artigo de alerta sobre a importância da antena corta-pipa para a segurança de pilotos e garupas de motocicletas. Um acessório barato, encontrado em qualquer loja de peças para motos, mas que tem uma grande e importante função: salvar vidas.

Antena corta pipa, um acessório barato que pode salvar a sua vida

Antena corta pipa, um acessório barato que pode salvar a sua vida

Mas resolvi voltar ao tema porque hoje precisei resolver um assunto no centro da cidade e fui de moto, que é mais fácil de estacionar. Achei uma vaga próximo ao local onde iria e estacionei lá. No local haviam muitas outras motos estacionadas, quase todas de cilindrada inferior a 300cc, várias inclusive de moto fretistas, que passam praticamente o dia todo em cima da moto, por todos os cantos da cidade. Acredito que umas 60 estavam lá estacionadas e uma coisa me chamou a atenção; apenas a minha e outra moto estavam equipadas com antena corta-pipa.

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Fico então tentando adivinhar o que pensa essa garotada que ama as motos mas não se preocupa com a segurança? Andam de tênis, vestem-se com roupas inadequadas, compram capacetes xing ling, não instalam a antena corta-pipa e esquecem-se que um dia as pastilhas/lonas de freio e pneus têm que ser trocados. Em resumo, não dão a mínima para a segurança. Só tomam consciência disso quando já é tarde demais e, se sobreviverem, terão que conviver com cicatrizes e sequelas para sempre.

Andar com a antena recolhida é no mínimo falta de bom senso

Andar com a antena recolhida é falta de bom senso

Torno a alertar: meses de férias escolares é o período em que devemos redobrar o cuidado, principalmente com as LINHAS DE CEROL (fios de algodão impregnados com cola e vidro moído) ou a terrível LINHA CHILENA (mistura é de cola com limalha de ferro, que apresenta um poder cortante imensamente superior à de cerol).

O objetivo dessas misturas é possibilitar os “duelos” aéreos onde cada um tenta cortar a linha que sustenta a pipa do adversário. Uma vez cortada, a linha cairá sem controle, ficando muitas vezes atravessada em ruas e estradas onde carros e as motos passam. Apesar do seu incrível poder de corte a linha não oferece muito perigo para os ocupantes dos carros, apenas deixando marcas em peças de plástico e borracha do veículo. Mas quando o veículo é uma moto, há grande risco da linha atingir o rosto ou pescoço do piloto, causando cortes profundos e até mesmo óbitos frequentes quando atingem veias importantes do pescoço. Essas linhas afetam também ciclistas e pássaros, segundo o Corpo de Bombeiros.

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Muitos estados e municípios têm leis que proibem o cerol, como é o caso da Prefeitura de Araruama que faz cumprir a lei

Muitos estados e municípios têm leis que proibem o cerol, como é o caso da Prefeitura de Araruama que faz cumprir a lei

O estilete na ponta da antena corta a linha e afasta o perigo

O estilete na ponta da antena corta a linha e afasta o perigo

Apesar do uso dessas linhas ser considerado crime, a polícia não consegue coibir o seu comércio e uso, portanto, cabe a nós motociclistas tomarmos medidas que nos protejam desse risco. A alternativa mais fácil para isso é a instalação de antenas corta-pipa no guidão da moto, de forma que fiquem posicionadas à frente e na altura do rosto do piloto, tornando-se uma barreira ao perigo. O estilete existente na ponta da antena cortará a linha antes que atinja o condutor ou garupa e afastará o perigo.

O mercado oferece antenas corta-pipa por preços que cabem em qualquer bolso, variando de R$ 15, as mais simples, a até R$ 60 as mais sofisticadas. Portanto não há desculpas para não ter esse santo acessório equipando a sua moto. Mas não adianta só instalar, tem sim é que andar com ela esticada ou armada; vemos com frequência motos circulando com as antenas abaixadas, não oferecendo nenhuma proteção.

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São muitas as opções de antenas corta pipa, com preços variando de R$ 12 a R$ 50

São muitas as opções de antenas corta pipa, com preços variando de R$ 15 a R$ 60

Como disse na matéria anterior: “O assunto é tão sério que o acessório deveria ser equipamento original de fábrica” – com a palavra o Contran e as montadoras.

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Mário Sérgio Figueredo
Motociclista apaixonado por motos há 42 anos, começou a escrever sobre motos como hobby em um blog para tentar transmitir à nova geração a experiência acumulada durante esses tantos anos. Sua primeira moto foi a primeira fabricada no Brasil, a Yamaha RD 50.