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A mais nova integrante da família on-off-road da Honda chega para preencher uma lacuna existente entre a Bros 160 e a XRE 300. Dizer que a Bros é uma trail está certo, mas que ela é uma verdadeira on-off-road soa um pouco forçado. Trata-se de uma pequena trail para uso urbano, mas lhe falta ousadia e agressividade, o que a nova Honda XRE 190 tem de sobra, com seu baixo peso, motor que desenvolve 16,4 cv de potência, freio com ABS na roda dianteira e uma ciclística acertadíssima bem acima da média.

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Muitos vão dizer que ela está muito perto da Bros, com apenas 30 cc a mais no motor. Nada disso. De fato ela está posicionada entre a Bros e a XRE 300 e representa um degrau para quem ainda não alcança a trail maior da Honda. Mas o desempenho dela está muito mais próximo da XRE 300 do que da Bros, lembrando muito as pequenas trail do passado pela agilidade e facilidade de condução, principalmente nos terrenos fora-de-estrada.

Com um conjunto muito bem acertado e honesto, a nova moto se configura num modelo muito importante para a Honda em termos de número de vendas, com a previsão anual perto das 32 mil unidades, o que representa um volume mensal médio de 2.600 unidades. Se considerarmos que a Bros 160 vende em média por mês 12.000 unidades e a XRE 300 1.800 unidades, é bem razoável e até conservador esse número que a Honda prevê vender da nova XRE 190. “Como estamos num ano bem ruim, melhor sermos conservadores”, falou Alexandre Cury, diretor comercial da Moto Honda da Amazônia.

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Os preços (tabela FIPE em 26/7/2016) também constituem uma escada natural com espaços menores entre si. A Bros custa R$11.904,00 e a XRE 300 custa R$16.120,00. Com a chegada da XRE 190 por R$14.432,00, e tendo ainda nessa briga as Yamaha Crosser 150 (R$10.497,00) e Ténéré 250 (R$15.490,00), é possível afirmar com tranquilidade que o segmento ganha enorme importância para o mercado brasileiro e nós, consumidores, estamos muito bem servidos com excelentes opções.

Honda XRE 190

Ela impressiona pelo porte e desenho, com linhas angulosas e marcantes, além de um design inspirado na XRE 300. Ela segue a receita precisa de todas as trail, com as rodas raiadas que tem um quê a mais para o acabamento, que é feito em cromo fumê, aro de 17 polegadas na traseira e 19 polegadas na dianteira e pneus Pirelli MT60 para uso misto. Realmente, um trail de verdade.

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Ela impressiona com linhas angulosas

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A posição das pedaleiras e guidão possibilitam andar em pé

O painel dela é muito parecido com o da XRE 300, totalmente digital e contém diversas informações úteis, como: marcador de combustível, hodômetro total e dois parciais, consumo instantâneo e médio, além do relógio. A Honda poderia já ter inserido aí um útil marcador de marcha engatada, que facilita em algumas situações para evitar embaraços.

Para o acionamento dos comandos vale a mesma crítica que fizemos para a XRE 300 quanto à empunhadora dificultada quando você vai acionar a buzina e a mão não fecha totalmente no guidão, colocando em risco o controle da moto. O acionamento da buzina é invertido com o pisca e isso tem consequências que podem ser graves para a pilotagem. Senti falta de um lampejador, pois seria muito útil.

Motor

Equipada com um motor de um cilindro, de 184,4 cm³, OHC (Over Head Camshaft), arrefecido a ar e com sistema de injeção eletrônica PGM-FI.  O motor gera potência de 16,3 cv a 8.500 rpm e torque de 1,65 kgf.m a 6.000 quando abastecido com gasolina e 16,4 cv a 8.500 e torque de 1,66 kgf.m a 6.000 rpm quando abastecido com etanol. Apenas para título de comparação com a Bros 160: a XRE 190 entrega 1,8 cv a mais – quando abastecido com gasolina – com os mesmos 8.500 rpm.

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Este motor integra a família Core 3. Essa geração de motores privilegia um menor peso, baixo nível de emissão de poluentes e economia de combustível, tanto é que a média de consumo do teste ficou em 26 km/l – isso acelerando bastante – em condições normais de uso a média pode chegar até 30 km/l. Com um tanque de 13,5 litros a autonomia beira os 400 km.

Motor OHC gera 16,4 cv

Motor OHC gera 16,4 cv

Motor OHC gera 16,4 cv

Desenho moderno

Desenho moderno

Desenho moderno

Assento é confortável, porém poderia ter uma espuma mais macia

Assento é confortável, porém poderia ter uma espuma mais macia

Assento é confortável, porém poderia ter uma espuma mais macia

Painel digital é bem completo

Painel digital é bem completo

Painel digital é bem completo

ABS de 1 canal, funciona somente na dianteira

ABS de 1 canal, funciona somente na dianteira

ABS de 1 canal, funciona somente na dianteira

Freio a disco na roda traseira

Freio a disco na roda traseira

Freio a disco na roda traseira

Comandos da mão direita

Comandos da mão direita

Comandos da mão direita

Comandos da mão esquema - buzina invertida com o pisca

Comandos da mão esquema - buzina invertida com o pisca

Comandos da mão esquema - buzina invertida com o pisca

O motor da XRE 190 tem torque em baixa e responde bem nas acelerações, principalmente na cidade, onde a troca de marchas é mais exigida.  Na estrada ele roda tranquilo a 120 km/h (velocímetro) e não vibra muito. A embreagem, assim como o câmbio, é bem macia e proporciona um encaixe suave das marchas bem escalonadas e que oferecem permitem o ganho de velocidade de forma linear. Enrolei o cabo pra ver até onde ela iria e o velocímetro marcou 134 km/h, o que representou 122 km/h no GPS.

XRE 190 encara bem as curvas

XRE 190 encara bem as curvas

Fácil Pilotagem

A XRE 190 merece grande destaque no quesito ciclística. Ao sentar nela me surpreendi com o quão magrela a moto é. O guidão esta bem posicionado para trás, além de ser baixo, e isso se traduz no conforto e em uma posição de pilotagem relaxada. Essa característica permite tocar a moto por horas e horas sem grande fadiga física, tanto na cidade, quanto na estrada.

Sem ABS na traseira a diversão é garantida

Sem ABS na traseira a diversão é garantida

Um dos pontos altos deste modelo é a facilidade de pilotagem. A XRE 190 tem uma dirigibilidade incrível, muito maleável, o que torna as trocas rápidas de direção uma tarefa fácil. Além disso, para manobras no meio do trânsito urbano engarrafado o ótimo ângulo de esterço facilita. Essas qualidade também contribuem para manter o piloto sempre relaxado para a pilotagem, com aquela sensação deliciosa de poder superar todos os obstáculos, de ter a moto sempre na mão.

O banco foi desenhado em dois níveis, entretanto poderia ter uma espuma mais macia para mais conforto. Mesmo assim ele é espaçoso e oferece bom nível de conforto inclusive ao garupa, que tem um amplo espaço, alças generosas e um bagageiro, com as pernas flexionadas na medida certa.

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A XRE 190 lembra a XRE 300

O chassi é do tipo semi duplo, construído em tubos de aço e com boa rigidez e baixo peso. A distância entre eixos é de 1.258 mm, com a altura livre do solo de 241 mm, dois números que não deixam dúvidas quanto à sua vocação para o off-road ou para transpor todos os obstáculos urbanos ou nas trilhas.

Para frear os 127 kg a Honda apostou em um sistema de ABS somente na roda dianteira. Ambos os freios são assinados pela Nissin e são a disco, o dianteiro tem 240 mm com pinça de duplo cáliper e o traseiro tem um disco de 220 mm com pinça simples. São mais que suficientes para uma ótima performance e uma frenagem eficiente. O ABS na dianteira atua com muita precisão no tempo correto e por mais que a roda traseira seja só a disco, o sistema é seguro e muito bom. De fato este ABS na roda dianteira é algo muito inovador e positivo. Tomara outras marcas copiem a novidade.

Ela tem estilo

Ela tem estilo

Ela tem estilo

Posição de pilotagem é relaxa e confortável

Posição de pilotagem é relaxa e confortável

Posição de pilotagem é relaxa e confortável

Os braços ficam relaxados

Os braços ficam relaxados

Os braços ficam relaxados

Divertida!

Divertida!

Divertida!

As suspensões garantem conforto e se mostraram bastante acertadas para copiar as irregularidades do terreno, transferindo o mínimo de impacto para o piloto. Ela é equipada com garfo telescópico com curso de 160 mm na dianteira e a traseira é monoamortecida com curso de 150 mm.  São mais que suficientes para atropelar qualquer obstáculo à frente, como lombadas, valetas e buracos.

Embora sua proposta seja mais voltada para o uso urbano, ela mostrou aptidão natural na terra, com uma posição de pilotagem que privilegia este uso, suspensões e conjunto de freios muito seguros e o ABS apenas na roda dianteira possibilita derrapagens controladas na terra e isto torna tudo mais divertido. Aliás, esta é a palavra que melhor define a XRE 190. Divirta-se!

Gostamos

Pode melhorar

Ciclística Posição dos comandos da mão esquerda
Motor Espuma do assento
Posição de pilotagem Falta marcador de marcha engatada no painel

 

Ficha técnica Honda XRE 190

Motor OHC, Monocilíndrico, 4 tempos, arrefecido a ar
Capacidade cúbica 184,4 cm³
Diâmetro X curso 61,0 x 63,1 mm
Taxa de compressão 9,5 : 1
Sistema de partida Elétrica
Bateria 12V – 5 Ah
Sistema de Ignição Eletrônica
Tipo de combustível Gasolina / Etanol
Capacidade do tanque de combustível 13,5 litros (3,1 litros reserva)
Alimentação Injeção Eletrônica PGM FI
Torque máximo 1,65 kgf.m (gasolina) ou 1,66 kgf.m (etanol) a 6.000 rpm
Potência máxima 16,3 cv (gasolina) ou 16,4 cv (etanol) a 8.500 rpm
Capacidade de óleo no motor 1,2 litro
Sistema de lubrificação Forçada por bomba trocoidal
Transmissão 5 velocidades
Embreagem Multidisco em banho de óleo
Tipo de chassi Berço semi duplo
Pneu dianteiro 90/90 – 19M/C52P
Pneu traseiro 110/90 – 17M/C 60P
Freio dianteiro Disco simples 240 mm com ABS
Freio traseiro Disco simples 220 mm
Comprimento total 2.075 mm
Largura total 821 mm
Altura total 1.179 mm
Altura do assento 836 mm
Altura mínima do solo 241 mm
Peso seco 127 kg
Distância entre eixos 1.258 mm
Suspensão dianteira Garfo telescópico / 160 mm de curso
Suspensão traseira Monoamortecimento / 150 mm de curso

Fotos: Carla GomesSeparador_motos

 

Jan Terwak
Publicitário, curte motos desde que se conhece como gente, é piloto de motocross, enduro, cross-country e trilhas. Empresta sua experiência no off-road para as avaliações de motos no Motonline.