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Alguma coisa muito estranha est  acontecendo com os motoristas, porque ‚ not vel a quantidade de adesivos com mensagens obscenas e de baix¡ssimo n¡vel. J  faz cerca de 10 anos que observo adesivos cada vez mais agressivos e difamat¢rios colados em todo tipo de ve¡culo. No come‡o eram adesivos com desenhos de ET’s em cenas pornogr ficas. Depois apareceu um desenho de um menino de ¢culos escuros fazendo xixi e mostrando “aquele” dedo. At‚ mesmo o ingˆnuo e deliciosamente moleque Calvin nÆo escapou de piratas que o desenharam fazendo xixi.

As m quinas de ploters (que fazem adesivos) se espalharam rapidamente e qualquer pessoa com um PC em casa pode gerar arquivo de texto ou de imagem para “criar” qualquer adesivo. Talvez isso tenha estimulado esta crescente onda de mensagens.

Al‚m de refletir um tremendo mau-gosto e uma educa‡Æo rasteira, estas mensagens come‡am a revelar o tipo de motorista que temos nas ruas. Recentemente vi um Monza rodando em SÆo Paulo com a seguinte mensagem: “Como estou dirigindo? F…. o carro ‚ meu!” (o palavrÆo estava escrito por extenso, mas me recuso a repetir). No carro estavam duas crian‡as de uns 5 anos. Al‚m de nos preocupar com o tipo de educa‡Æo que estas crian‡aa irÆo receber, o motorista mostra um fen“meno cada vez mais preocupante: o egocentrismo!

Dirigir no trƒnsito significa conviver com outros motoristas, obedecer regras e leis que possibilitam o deslocamento de forma ordenada. Se todos os motoristas pensarem da mesma forma, ou seja “eu dirijo como quiser porque o carro ‚ MEU!”, imagine o caos que ir  se formar. A partir do momento em que vivemos em sociedade e aceitamos esta convivˆncia nÆo temos mais autonomia sobre o MEU modo de dirigir. Temos de nos submeter …s regras de trƒnsito e, mais al‚m, …s regras de boa educa‡Æo, como dar passagem a outro ve¡culo, proteger os pedestres, respeitar o pr¢ximo.

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Na Turquia dos anos 60 os motoristas nÆo eram habilitados. Bastava comprar o carro e sair dirijindo. At‚ hoje, passados 40 anos, Ankara, a capital, vive um dos trƒnsitos mais ca¢ticos do mundo, por conta da falta de uma educa‡Æo formal para viver o trƒnsito.

A boa not¡cia ‚ que este “fen“meno social” da educa‡Æo rasteira parece exclusividade da capital paulista. Pelo menos em minhas viagens freqentes …s outras capitais, sobretudo no Norte/Nordeste observo justamente o contr rio: motoristas que param antes das faixas de pedestres, velocidades moderadas e respeito ao pr¢ximo.

Na minha condi‡Æo de jornalista tenho de respeitar a liberdade de expressÆo, por‚m sou obrigado a admitir que alguns motoristas exageraram na dose NÆo sou soci¢logo, nem psic¢logo, mas gostaria de ouvir a opiniÆo de especialistas em comportamento humano para tentar entender esta regressÆo na educa‡Æo geral do paulistano. Acredito que brevemente um especialista dever  escrever uma tese a respeito.

E ri sozinho quando li uma mensagem no ba£ de um moto-frete de SÆo Paulo: “filho de rico ‚ playboy; filho de pobre ‚ motoboy”.

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