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Em 64 anos de história, o Motocross das Nações já rodou o planeta, passando inclusive pelo Brasil em 1999, e foi marcado por diversas fases. Do domínio inglês nos primeiros tempos à supremacia dos Estados Unidos. Acompanhe!

Saint Jean D'Angely recebe o Motocross das Nações pela segunda vez na história da competição - Foto: Yothstream/Divulgação

Saint Jean D'Angely recebe o Motocross das Nações pela segunda vez na história da competição - Foto: Yothstream/Divulgação

A mais famosa competição de motocross de todos os tempos será disputada neste ano na França, com o 65º Monster Energy Motocross das Nações. Após dez anos fora do país, o evento volta à tradicional pista Saint Jean d’Angely, que promete ser palco de disputas equilibradas.

Em 64 anos de história, o Motocross das Nações já rodou o planeta, passando inclusive pelo Brasil em 1999, e foi marcado por diversas fases. Do domínio inglês nos primeiros tempos, passando pela hegemonia belga até chegar a supremacia dos Estados Unidos mais recentemente.

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A história do Brasil no Motocross das Nações
Acompanhe abaixo um resumo da trajetória do Motocross das Nações, Motocross of Nations ou Motocross des Nations, como preferir, ao londo das décadas. O material foi produzido pela Youthstream, empresa que organiza a competição desde 2004.

Primeiros anos: o domínio da equipe inglesa
O motocross, conhecido como “scramble” quando foi “inventado” na década de 1920, se desenvolveu rapidamente na década seguinte. Após a Segunda Guerra Mundial, a Federação Internacional de Motociclismo (FIM) elevou o esporte ao nível internacional, dando início ao Motocross des Nation (título oficial em francês), disputado por motos de 500cc e  que tem sido realizado desde então.

O evento inaugural foi disputado na Holanda, perto de Haia, em 20 de julho de 1947. Três nações foram convidadas – Holanda, Bélgica e Grã-Bretanha. O belga Auguste Mingels foi o mais rápido, mas a equipe da Grã-Bretanha, com Bill Nicholson, Fred Rist e Bob Ray  ganhou o primeiro título da competição.

O segundo “Nações” ocorreu em agosto de 1948, em La Fraineuse, perto da cidade belga de Spa. Para o evento foram convidadas as seleções da França, Suécia e Luxemburgo, além das “veteranas” Holanda, Bélgica e Grã-Bretanha. Nic Jansen, Marcel Cox e Andre Milhoux terminaram em primeiro, segundo e quinto, respectivamente, conquistando o primeiro troféu para a Bélgica.

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No final de agosto de 1949, foi a vez da Grã-Bretanha sediar a competição em Brands Hatch, na cidade de Kent, e a seleção da casa venceu a competição pela segunda vez. Nos anos 50, o domínio britânico se manteve: foram sete vitórias em dez edições do Motocross das Nações. As únicas exceções foram as vitórias da Bélgica em 1951 e da Suécia em 1955 e 1958.

Uma competição para motos de 250cc, com o nome do Trophée des Nations, foi criado pela FIM a partir da temporada de 1961. Os primeiros anos foram de domínio dos suecos, depois da Grã-Bretanha. Entre as 500cc, a equipe britânica foi superada pela Suécia em 1961 e em 1962, mas voltou a acumular cinco vitórias consecutivas, atingindo a marca de 14 vitórias em 20 anos de competição. No entanto, sua última vitória foi em 1967, e levaria 27 anos para os britânicos vencerem a competição novamente.

A evolução do esporte
Em Kishinev – então União Soviética –, no ano de 1968, a equipe russa levou o Troféu Chamberlain, pela primeira vez. No ano seguinte, a Bélgica venceu novamente a competição em Farleigh Castle, após perseguir a vitória por 18 anos. A seleção belga era composta por nomes lendários como Roger DeCoster, Jöel Robert e Sylvain Geboers.

Os anos 70 presenciaram uma grande mudança no nível mecânico, motivado principalmente com a entrada maciça das fabricantes japonesas na competição. Suzuki foi a primeira, seguida pela Yamaha, Honda e Kawasaki.

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Os primeiros anos da década foram de conquistas compartilhadas entre a Suécia e a Bélgica. Na Suécia, 1974, atrás da equipe local, uma equipe dos EUA apareceu pela primeira vez no pódio, em segundo lugar, à frente da equipe russa, que tinha o campeão do Mundo de 250cc, Guennady Moisseev.

Em 1975 na antiga Tchecoslováquia (que atualmente corresponde a República Tcheca e a Eslováquia), a equipe local terminou à frente da Bélgica – apesar da presença de três campeões do mundo, Roger DeCoster, Harry Everts e Gaston Rahier – e Grã-Bretanha. Duas vitórias da equipa belga – 1976 e 1977 – precedeu a segunda vitória de um time russo, em 1978, ainda com Guennady Moisseev.

No concurso Trophée des Nations, a Bélgica conquistou todos os títulos de 1969 até 1980 – exceto em 1979, quando a Rússia venceu. No Motocross das Nações, a seleção belga voltou a vencer em 1979 e 1980, antes da dominação norte-americana se tornar realidade.

Ter perdido os dois eventos anteriores fez com que a equipe dos Estados Unidos chegasse a Lommel, na Bélgica, para o Trophée des Nations em setembro de 1981, com quatro pilotos Honda comandados pelo ex-campeão do Mundo Roger DeCoster dispostos a vencer. Uma semana depois, o mesmo time – Donnie Hansen, Danny LaPorte, Johnny O’Mara e Chuck Sun – voltou a vencer, desta vez o Motocross das Nações disputado em Bielstein, na Alemanha Ocidental.

Em 1980, a FIM decidiu criar um novo concurso, o Coupe des Nation, com motos de 125cc. A equipe italiana liderada por Michele Rinaldi ganhou os dois primeiros títulos, seguido da Bélgica – com Eric Geboers – e Holanda – com Kees Van der Ven e John Van de Berk.

Novo formato: nasce definitivamente o Motocross das Nações
Em 1985, A FIM apresentou um novo formato que combinava as três classes – 125cc; 250cc e 500cc – em uma única competição. Assim, nasceu definitivamente o Motocross das Nações em sua estrutura que é conhecida até atualmente: cada piloto em sua classe disputa duas corridas por evento – 125/500, 125/250, 250/500 – ou no que se tornaria MX2/Open, MX2/MX1, MX1/Open.

Nada impediu os Estados Unidos de somar 17 vitórias consecutivas de 1981 a 1993 – 13 no Motocross das Nações, e os quatro últimos do Trophée des Nations. Somente a Grã-Bretanha conseguiu frear os pilotos norte-americanos em 1994, na edição disputada em Roggenburg, na Suíça.

Após a vitória britânica, foi a vez da Bélgica voltar ao topo da competição em 1995, com Stefan Everts, Jöel Smets e Marnicq Bervoets. Em 1996, em Jerez de La Fronteira, Espanha, o time dirigido por Jeremy McGrath que tinha também Jeff Emig e Steve Lamson venceu os franceses e belgas.

Então, os EUA ficaram de fora do pódio por três anos consecutivos. O time belga venceu em 1997 e 1998, respectivamente na Bélgica e Grã-Bretanha, e a Itália conquistou o título de 1999, no Brasil. Mas, em 2000, em Saint Jean d’Angely, os norte-americanos estavam de volta ao topo do pódio, liderados por Ricky Carmichael.

No ano seguinte, em Namur, Bélgica, foi a vez da equipe francesa conquistar finalmente sua primeira vitória no Motocross das Nações com David Vuillemin, Yves Demaria e Luigi Séguy. A Itália venceu uma perturbada edição de 2002, e a Bélgica – ainda com o recordista em títulos mundiais Stefan Everts – ganhou em 2003 e 2004.

Nas seis edições seguintes, os Estados Unidos voltaram a dominar a competição. O time, comandado inicialmente por Carmichael, depois por James Stewart e, por fim, por Ryan Dungey, se renovou ao passar dos anos. Assim, os norte-americanos garantiram os títulos em Ernée, na França, Matterley Basin, Grã-Bretanha, Budds Creek, Estados Unidos, Donington Park, Grã-Bretanha, Franciacorta, Itália, e Lakewood, Estados Unidos.

Através dos anos, este evento, cujo nome Inglês – Motocross of Nations – foi adotado oficialmente em 2003, se tornou conhecido por ser o ponto alto da temporada do Campeonato Mundial de Motocross FIM.

O Monster Energy Motocross das Nações FIM estará de volta à França em 2011. O evento está programado para acontecer em Saint Jean d’Angely em 17 e 18 de setembro. A seleção norte-americana é apontada como favorita ao título, mas terá que superar o time da casa, que conta com pilotos experientes e o apoio da torcida para garantir a conquista do segundo título para o país.

O Team Brasil no Motocross das Nações 2011 tem o patrocínio de Pro Tork.