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Com frequência nos deparamos nas redes sociais com perguntas sobre as razões que as montadoras de motocicletas no Brasil não trazem esta ou aquela moto para o nosso mercado, geralmente motos que pertencem ao mercado premium. O gráfico abaixo mostra exatamente o por quê disso.

Todo e qualquer comerciante visa lucro, que é a força motriz do seu negócio, sendo este o objetivo primordial de qualquer empresa que queira sobreviver no mercado. Isso força as montadoras a investir em projetos que ofereçam retorno adequado ao capital aplicado. Infelizmente o mercado é regido por retorno financeiro e não por satisfação de sonhos.

Diferente de outros mercados mundiais mais abastados, onde as motos custam muito menos, o nosso país consome 84% das motocicletas entre 51 e 150cc, portanto, totalmente esperado que seja nesse nicho onde sejam feitos os maiores investimentos dos fabricantes de motocicletas, aplicando-se a máxima de que é melhor ganhar pouco sobre muito do que ganhar muito sobre pouco.

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O mercado das motocicletas entre 151 e 450cc é um pouco mais expressivo, com seus 11%, justificando os investimentos que as principais marcas vêm fazendo na faixa das 250 e 300cc. Essa fatia está se mostrando tão promissora que, além dos modelos já existentes, está chegando a Suzuki Inazuma 250cc (de 2 cilindros) que promete dar uma reviravolta na concorrência.

O mercado premium, das motos acima de 450cc, aquele que povoa os sonhos de todo motociclista, representa apenas 3% do bolo, percentual praticamente inexpressivo, que não justifica fortes investimentos.

A situação financeira do brasileiro está mudando para melhor, já estamos presenciando uma forte migração das 125 para as 250cc , e se essa tendência continuar forte, em poucos anos o poder aquisitivo do nosso povo deverá justificar a migração das 250 para a faixa das 500cc e assim por diante. Quando isso acontecer, as montadoras trarão produtos adequados em termos de preço e cilindrada, para atender nossos anseios e capacidade de compra.

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Mário Sérgio Figueredo
Motociclista apaixonado por motos há 42 anos, começou a escrever sobre motos como hobby em um blog para tentar transmitir à nova geração a experiência acumulada durante esses tantos anos. Sua primeira moto foi a primeira fabricada no Brasil, a Yamaha RD 50.