Talvez influenciados por programas de TV originais da Inglaterra e Estados Unidos e até mesmo alguns nacionais, veiculados na TV paga brasileira, onde são mostradas reformas de carros e motos, os brasileiros também estão tomando gosto pela coisa. Seja como forma de hobby ou negócio, o número de restauradores de motocicletas clássicas vem crescendo exponencialmente.
As “clássicas” mais procuradas para reforma são das marcas Honda e Yamaha, fabricadas nas décadas de 1970 e 1980 (algumas importadas), incluindo também algumas da década de 1990.
Década de 1970
A Yamaha RD 50, com motor 2 tempos, foi a primeira motocicleta produzida em série no Brasil. Lançada em 1974, caiu rapidamente no gosto do brasileiro pelo preço acessível em relação às “cinquentinhas” importadas e pela facilidade de manutenção, dominando o mercado de motos de pequena cilindrada até 1976. Foi naquele ano que a Honda, aproveitando-se da imobilidade da Yamaha em não oferecer outros modelos, lançou a CG 125 com motor 4 tempos, moto que desde aquela época é, ano a ano, a moto mais vendida em nosso país.
Ainda na década de 70 a Yamaha lançou a RS 125 (1977), a RX 125 (1979) e a TT 125, primeira trail nacional (1979). Na concorrência, a Honda lançou a 125 ML (1978) e a Turuna 125 (1979), todas hoje muito cobiçadas por colecionadores. Entre as importadas mais procuradas estão as Honda ST 70, CB 400 Four, CB 500 Four e CB 750, a Sete Galo original. Da Yamaha podemos citar a DT 250 e a lenda RD 350, talvez a mais cobiçada dentre todas as moto da década. A Suzuki aparece também com as importadas GT 185, GT 550 e GT 750.
Essa nova mania nacional está criando novos mercados, como o de comércio e reconstituição de peças degeneradas pelo tempo. Empresas como as de cromagem, reconstituição de lonas de freio e tornearia de peças difíceis de encontrar estão se especializando nessa área para atender à crescente demanda.
Não pense que é barato reformar uma clássica. Os profissionais restauradores estão cobrando caro pelos seus serviços especializados. Recuperar o tanque de uma clássica pode custar até duas ou três vezes o preço do tanque de uma moto moderna. Fabricar uma engrenagem de câmbio de uma moto antiga pode custar muitas vezes o valor da mesma engrenagem para uma moto atual.
Mas é grande o prazer de garimpar peças e serviços e, no final do trabalho, ver uma moto clássica totalmente restaurada. Passear com ela então, proporciona um prazer indescritível, que no final faz todo o esforço ter valido a pena.
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