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Foto: FernÆo Lopes

Foto: FernÆo Lopes

Como n¢s, motociclistas, somos vistos por motoristas e pedestres. O congestionamento irrita. A m£sica ajuda a acalmar at‚ que um “tuc” no retrovisor termina com o pouco de bom-humor que restava no motorista. Logo ele percebeu que a moto que vinha pelo corredor formado pelas filas de carros acertou o retrovisor do seu carro novinho com o manete da embreagem. E o motociclista desapareceu sem fazer nenhum sinal de desculpas. Cenas como essa acontecem normalmente pelo trƒnsito e muitos motociclistas parecem se esquecer da importƒncia de se relacionar bem com os motoristas.

As motocicletas, vistas do ƒngulo de quem est  por tr s dos p ra-brisas de autom¢veis, “nibus ou caminhäes podem ser muito diferentes do que imagina boa parte dos motociclistas. Estes reclamam de fechadas, de que os motoristas nÆo deixam o caminho aberto para que passem entre as filas em congestionamentos, que mudam de faixa subitamente, enfim, de que nÆo sÆo respeitados como deveriam.

Por sua vez, os motoristas sentem-se prejudicados pelas motos que esbarram em seus carros, por motociclistas que rodam em velocidade muito baixa atrapalhando o trƒnsito, por outros em velocidade excessiva surgindo nÆo se sabe de onde e assustando quem est  dirigindo, ou ainda por nÆo respeitarem regras do trƒnsito mais elementares. O fato ‚ que, sob certas circunstƒncias, ambos tˆm razÆo.

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A lei do mais fraco
Se a moto ‚ o menor ve¡culo motorizado que se encontra no trƒnsito tem, em contrapartida, a vantagem da maior agilidade. Para quem est  em um autom¢vel – ou pior ainda, em um “nibus ou caminhÆo – aquele ve¡culo pequeno e que vem com grande rapidez pode simplesmente nÆo ser notado. E nÆo se trata de m  vontade do motorista.  o motociclista que deve procurar ser visto. E nada melhor do que andar permanentemente de farol aceso, de dia ou … noite, para mostrar sua presen‡a.

Al‚m disso, ‚ preciso estar atento para se colocar no campo visual do motorista evitando os chamados pontos mortos de visÆo. Ficar atr s de um carro, do lado direito, ‚ um dos piores locais, onde nem o mais bem intencionado motorista pode vˆ-lo. Uma das declara‡äes mais comuns no caso de acidente envolvendo carro e moto ‚ a tradicional: “mas eu nem vi a moto!”.

Especialmente em trƒnsito congestionado, o motociclista deve estar muito atento e exercendo a “pilotagem preventiva”. Ou seja, prever tudo que os motoristas possam fazer e nÆo se colocar em situa‡Æo de perigo contando com a aten‡Æo dos outros. Conv‚m lembrar tamb‚m que atualmente nas grandes cidades qualquer metro de asfalto dispon¡vel ‚ muito disputado. Portanto, toda vez que aparecer um espa‡o livre, com autom¢veis amontoados por todo lado, logo algu‚m estar  acelerando para ocupar aquele disputado metro livre.

Pela pr¢pria caracter¡stica da motocicleta, com o piloto mostrando-se inteiramente, ‚ muito f cil aos outros motoristas perceber se ele est  seguro ou inseguro. Isso aparece nas manobras que o motociclista faz. E nada mais desagrad vel do que ter … frente algu‚m que nÆo sabe direito para onde vai, e conseqentemente, o motorista que vem atr s tamb‚m fica em dificuldades para tomar sua pr¢pria decisÆo. Sinalizar as inten‡äes deixando bem claro o que se pretende fazer, e procurar ficar na faixa mais compat¡vel com a velocidade usada, ‚ uma garantia de cuidar da imagem do motociclista e de que nÆo se envolver  em situa‡äes de risco. Uma das recomenda‡äes mais antigas ‚ rodar sempre na mesma velocidade – ou acima – da velocidade do trƒnsito. Por suas caracter¡sticas, a moto “some”, principalmente … noite, e rodar em baixa velocidade torna o motociclista um alvo f cil de ser atingido.

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Pedestres
O n£mero de atropelamentos envolvendo motos cresce exponencialmente, na mesma razÆo do crescimento do ve¡culo no trƒnsito. Os motociclistas precisam levar em conta que, proporcionalmente, sÆo os habitantes mais novos do trƒnsito. Para os pedestres, prestar aten‡Æo aos autom¢veis ‚ natural pois os carros sÆo tÆo antigos e freqentes nas ruas quanto as pessoas. J  as motos, na quantidade que temos hoje, sÆo ve¡culos recentes e ainda nÆo totalmente assimilados pela popula‡Æo de pedestres. Al‚m disso, como j  foi exaustivamente explicado, a  rea frontal da moto ‚ muito pequena e, dependendo da distƒncia, um simples poste ou as irregulares placas de publicidade, sÆo suficientes para encobrir a visÆo de uma moto, mesmo com o farol aceso. Soma-se a isso a maior mobilidade e facilidade de deslocamento das motos para perceber como ‚ dif¡cil para os pedestres ter a percep‡Æo da aproxima‡Æo de uma moto.

T xis e “nibus de um lado, motociclistas de outro. J  houve um tempo que havia uma grande rivalidade entre eles. Atualmente isso j  diminuiu bastante, embora seja bem f cil entender porque um motorista de t xi, por exemplo, sinta uma ponta de inveja ao ver uma moto se desvencilhar facilmente de um trƒnsito pesado e ir-se embora. Uma preocupa‡Æo de muitos motoristas de “nibus e t xis ‚ com motociclistas que fazem ultrapassagens pela direita. Justamente porque ‚ por ali que os passageiros descem. Cabe muito mais ao motociclista evitar ultrapassar um “nibus pela direita, j  que as dimensäes transatlƒnticas do coletivo impedem que seu motorista possa ver onde estÆo escondidas aquelas “pequenas” motos.

Outra observa‡Æo importante ‚ buzinar quando ultrapassar um “nibus parado, mesmo pela esquerda, porque ‚ muito comum um passageiro atravessar a rua pela frente do “nibus sem olhar se vem algo, moto ou carro. Em cidades que contam com corredor de “nibus a aten‡Æo deve ser redobrada, porque os pedestres correm entre os carros para atravessar a avenida e se esquecem das motos. Em SÆo Paulo o n£mero de atropelamentos envolvendo motos foi muito grande, muito por culpa de motociclistas que insistem em rodar na faixa exclusiva dos “nibus.

Boa aparˆncia
 claro que a aparˆncia do motociclista tamb‚m conta. Um motorista ao ver um motociclista sem os equipamentos de seguran‡a, com uma moto com lƒmpadas queimadas e toda mal conservada, saber  automaticamente que ele est  longe de ser um modelo de pilotagem. Se, pelo contr rio, a moto estiver com a manuten‡Æo em ordem e o motociclista com o equipamento de seguran‡a em dia, passar  uma boa imagem de piloto cuidadoso.

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SÆo todos pequenos detalhes, mas para quem vˆ a moto atr s de um p ra-brisa, tudo pode ser diferente. E com isso quem ganha ‚ o trƒnsito como um todo. E se algum dia for inevit vel um “tuc” em algum espelho retrovisor, ‚ sempre poss¡vel fazer um gesto de desculpas. O motorista entender .