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Agilidade contida

Na cidade de SÆo Paulo, a CET (Companhia de Engenharia de Tr fego) restringe a circula‡Æo de motos em pista expressa das marginais

Para tentar diminuir o n£mero de acidentes graves e mortes de motociclistas nos dois principais corredores da cidade de SÆo Paulo, a Companhia de Engenharia de Tr fego (CET) restringir  a circula‡Æo de motocicletas nas pistas expressas das marginais Pinheiros e Tietˆ (SP). A medida restritiva, que passa a vigorar a partir do dia 11 de fevereiro, foi anunciada, no £ltimo dia 15, pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). A multa para o motociclista que nÆo cumprir as nova determina‡Æo ‚ de R$ 85,00.

Na visÆo dos motociclistas a medida fere o direito de ir-e-vir. A polˆmica est  lan‡ada e os motociclistas prometem manifesta‡äes contra a medida. Outra medida adotada pela CET ser  uma faixa exclusiva para motocicletas na avenida 23 de Maio.

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Durante entrevista coletiva na sede da Prefeitura, Kassab explicou a ado‡Æo de tais restri‡äes: “a cidade de SÆo Paulo j  tem mais de 600 mil motocicletas e infelizmente registra n£mero grande de fatalidades de motociclistas. Procuramos apresentar medidas em car ter experimental ou em definitivo, para diminuir esses ¡ndices”, disse o prefeito. Segundo dados apresentados, todos os dias morre pelo menos um motociclista em SÆo Paulo. Outros 25 sÆo internados em hospitais e prontos-socorros com ferimentos graves.

Motos fora da via expressa – Nas marginais, o tr fego de motocicletas ser  permitido somente nas pistas locais (velocidade m xima de 70 Km), com exce‡Æo da marginal Pinheiros, no sentido Castelo Branco/Interlagos. Neste trecho nÆo h  pista local. De acordo com o presidente da CET, Roberto Scaringella, 1.500 pessoas morrem por ano no trƒnsito da cidade. A frota de motos ‚ respons vel por 9% do total dos ve¡culos automotores, mas responde por 25,6% do total de acidentes com v¡timas fatais. De 2004 a 2006, o n£mero de motociclistas mortos subiu de 318 para 380, um crescimento de 19,5%.”Esses ¡ndices sÆo alarmantes e exigem medidas urgentes”, afirmou o presidente da CET.

Avenida 23 de Maio – Entre 21 e 25 deste mˆs, a CET j  implantar  uma faixa exclusiva para motocicletas na avenida 23 de maio, elo de liga‡Æo entre as regiäes Central e Sul da Capital paulista. A faixa “m¢vel” ter  car ter experimental e funcionar  entre 10 e 16 horas.
Neste caso, o objetivo da CET ‚ verificar o comportamento dos motociclistas ao circularem por faixa exclusiva em pista expressa com velocidade m xima de 80 km/h. A CET tamb‚m quer saber se h  dificuldade de entrada e sa¡da da faixa, rea‡Æo dos motoristas, impacto na fluidez do trƒnsito, eventual melhoria das condi‡äes de seguran‡a e comportamento dos ve¡culos em geral na via.

A faixa exclusiva ser  a da esquerda, pr¢xima do canteiro central, em ambos os sentidos. A opera‡Æo ser  feita com cones remov¡veis, numa extensÆo de dois quil“metros, entre o viaduto Tut¢ia e o viaduto Pedroso. SerÆo instaladas placas indicando o hor rio de funcionamento da faixa exclusiva e faixas indicativas nos acessos … 23 de Maio e nos viadutos sobre a avenida.
Nos hor rios de pico na Avenida 23 de Maio, o tr fego m‚dio ‚ de 1.300 motocicletas por hora em cada sentido. Fora dos hor rios de pico o volume ‚ ainda maior: chega a ultrapassar 2 mil motocicletas entre os viadutos Condessa de SÆo Joaquim e CubatÆo. Esta varia‡Æo do volume de motos tamb‚m ‚ observada em outros corredores da cidade, como o da avenida Rebou‡as e rua da Consola‡Æo, em virtude do movimento de motofretistas, que ‚ intensificado durante o hor rio comercial e de funcionamento dos bancos.

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Como a boca no trombone – “Esta medida ‚ um atestado de incompetˆncia do poder p£blico em lidar com este problema. O Estado e suas institui‡äes nÆo ouvem os usu rios. S¢ escutam os burocratas que nÆo entendem nada de motos”, revolta-se Reinado de Carvalho Bueno, advogado e presidente da Federa‡Æo dos Motoclubes do Estado de SÆo Paulo, dizendo que ‚ preciso repensar todo o processo de educa‡Æo de trƒnsito antes mesmo de o cidadÆo ter sua carteira de habilita‡Æo de motos. Hoje, segundo Carvalho, muitas pessoas compram uma moto como segundo ve¡culo da fam¡lia e, principalmente, para ter mais agilidade e fugir dos engarrafamentos.

Ricardo Santos, motociclista h  mais de 10 anos, segue a mesma linha de racioc¡nio do advogado Carvalho. “Estas a‡äes nÆo serÆo suficientes para reduzir o n£mero de acidentes. Os governantes tˆm que investir na educa‡Æo e na convivˆncia pac¡fica entre o piloto de uma moto e o motorista de um carro”, conclui.
Segundo Lucas Pimentel, presidente da Associa‡Æo Brasileira de Motociclistas a medida ‚ preconceituosa. “Do ponto de vista legal, a proibi‡Æo ‚ ‘question vel’. Vamos verificar juridicamente se fere ou nÆo o direito do cidadÆo motociclista de ir-e-vir. Al‚m disso, a transferˆncia do volume de motocicletas da via expressa para a via local, em virtude da proibi‡Æo, resultarÆo em transtornos, tumultos e poderÆo fazer aumentar os acidentes envolvendo motociclistas que circulam na via local”, completa.

J  o presidente da Associa‡Æo Brasileira dos Motoboys, Adauto Gomes, ter  uma atitude mais en‚rgica. “Vamos entrar com pedido de liminar na justi‡a para que garanta a agilidade em nosso trabalho e tamb‚m o direito de ir-e-vir”, A categoria j  havia marcado duas manifesta‡äes para este mˆs, dias 18 e 22, para protestar contra o aumento do valor do seguro obrigat¢rio e as novas normas do uso de capacetes. Agora as fileiras devem ganhar refor‡os com as medidas que restringe a circula‡Æo de motos na pista expressa das marginais.