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Desde que o ser humano descobriu o barato produzido por bebidas destiladas e fermentadas, al‚m de “otras cositas m s” que fazem a cabe‡a da mo‡ada, pagamos caro pelas conseqˆncias. Os acidentes de trƒnsito causados pelo consumo de bebidas alco¢licas deixam um rastro de dor e sofrimento. Mesmo assim as pessoas continuam bebendo e pilotando.

Os efeitos do  lcool sÆo extremamente perigosos porque atuam em uma regiÆo do c‚rebro que, a princ¡pio, produzem uma sensa‡Æo de euforia, bem-estar e extrema auto-confian‡a. NÆo ‚ raro uma pessoa alegar que bebeu “para adquirir coragem de dizer umas verdades”, como se o  lcool fosse capaz de abrir brechas na psiqu‚ a ponto de alterar o ego.

Como nÆo sou especialista em c‚rebros – mal dou conta do meu – fiz aquilo que os jornalistas sempre fazem: reportagem. Esta que vou relatar foi feita muito tempo atr s, quando eu ainda trabalhava em revistas de carros. A experiˆncia consistia em reunir um grupo de volunt rios, ministrar doses de u¡sque (dos bons, dos bons!) e encaminhar para um teste dinƒmico com os autom¢veis. Foi montado um circuito com cones de borracha simulando desvios, curvas e baliza.

O primeiro resultado foi uma supresa para todos: no come‡o (uma dose) todos melhoraram em rela‡Æo ao est gio de sobriedade. Talvez resultado da desinibi‡Æo provocada pelo  lcool. Mas logo em seguida os resultados foram revelando um dado curioso. Quanto mais o motorista-homem bebia, mais r pido ele tentava fazer as manobras e, claro, atropelava v rios cones. J  a motorista-mulher passava a dirigir mais devagar, mas tamb‚m atropelava v rios cones.

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Mesmo assim continuo vendo motociclistas que curtem uma caipirinha em viagens com a turma de amigos. Pilotar motos exige muito mais concentra‡Æo e capacidade de previsÆo do que nos autom¢veis. J  escrevi v rias vezes que a pilotagem de moto ‚ ativa. Como o  lcool ‚ inibidor das capacidades de concentra‡Æo e resposta a est¡mulos, pilotar motos sob efeito de  lcool ‚ quase tÆo antinatural como subir uma escada sem poder dobrar os joelhos.

A mesma coisa se repete com outras drogas. Hoje a maconha vem perdendo espa‡o para a coca¡na na preferˆncia popular. Para nosso tremendo azar (de quem nÆo curte, ‚ claro), o pre‡o do grama de coca¡na caiu muito nos £ltimos anos por conta da enorme demanda. Os efeitos da coca¡na em um primeiro momento podem deixar o motociclista mais “ligadÆo”, s¢ que terminado o efeito, o resultado ‚ justamente depressÆo, seguida de sonolˆncia. E l  vai o doidÆo rolar pirambeira abaixo.

NÆo tem como ser permissivo com quem pilota moto sob efeito de  lcool e outras porcarias. N¢s somos respons veis pela nossa pele, mas se detectar algu‚m na turma que possa se envolver em acidentes nÆo seja paternal. Dˆ um sumi‡o na chave da moto do cara e depois vocˆs arrumam um jeito de buscar a moto. Tem vezes que ser chato significa salvar uma vida.