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Ao futuro, do passado

O sucesso da Morgan Motor Company foi baseado na fabricação de um ícone, o Morgan Threewheeler (três rodas), com desenho simples do engenheiro Henry Morgan e que tornou-se um dos carros leves mais populares do início da era dos automóveis. De 1909 a 1953, foram produzidos na pequenina cidade de Malvern, na Inglaterra, 30.000 unidades dele e muitas mais foram feitas sob licença na França pela Darmont Morgan. Para muita gente ele demonstrou a sensação de liberdade e mobilidade que um carro pode trazer.

A rápida aceleração e o baixo consumo de um litro a cada 15 km rodoviários eram fantásticos para o tempo. Em 1913 o carrinho venceu o Grande Prêmio da França e cobriu a pista inclinada de Brooklands a uma média de mais de 160 km/h.

O mundo, hoje, é um lugar bem diferente – mas que, para os projetistas da Morgan, aceita uma honesta simplicidade. Afinal, o transporte rodoviário no Século XXI enfrenta dois assuntos primordiais: a conservação de recursos naturais preciosos e a proteção do meio ambiente. O ‘downsizing’, juntamente com a simplicidade, formam duas das soluções desses problemas, e a Morgan crê que seu triciclo é uma resposta comprovada a esses problemas.

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Em 2011 a Morgan Motor Company volta às suas raízes, fundindo um desenho clássico à moderna tecnologia. O motor é um 1.8 Screaming Eagle (águia berrante) da Harley Davidson, que unido a uma caixa de mudanças de cinco marchas da Mazda garante simplicidade, confiabilidade e desempenho. Um chassi turbular ultra-resistente e dois santantônios estão ao redor do compartimento de passageiros na carroçaria em alumínio, desenhado como uma ‘bala’. O ‘cockpit’, acabado em couro de primeira linha, lembra o de uma aeronave dos velhos tempos.

O peso total é de cerca de 500 kg, facilmente ‘carregados pelo ar’ por um motor V2 de 100 hp, com zero a cem em cerca de 4,5 segundos e máxima de 185 km/h. A homologação, em sua pátria de origem, é motociclística. As rodas de arame, os santantônios, o chassi e todo o sistema de escape são negros. Os botões de comando são tipo aeronáutico e o arranque é por botão.


José Luiz Vieira, Diretor, engenheiro automotivo e jornalista. Foi editor do caderno de veículos do jornal O Estado de S. Paulo; dirigiu durante oito anos a revista Motor3, atuou como consultor de empresas como a Translor e Scania. É editor do site: www.techtalk.com.br e www.classiccars.com.br; diretor de redação da revista Carga & Transporte.