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Duas coisas, no singular ou plural, que estão interligadas por infinitas formas e composições.
Neste universo da conjugação de idéias e letras, propomos uma forma não usual de aprendermos, de nos aculturarmos acima do simples entendimento e leitura das palavras, propomos nos aculturarmos pela pesquisa da plena compreensão e sentido da sua origem, da razão e idéia do seu nascedouro.

Como no exemplo da palavra cínico, que quando colocada contemporaneamente, nos exprime o simples entendimento de uma não tão aceita condição humana, de uma pessoa dissoluta, sem pudor e desavergonhada.
Mas quando observamos a sua origem, descobrimos na sua riqueza, que nem “bem humana” ela é, pois deriva da palavra cinismo, que vem do grego “kynismós”, que por sua vez deriva da palavra grega cão, como “kŷőn” ou “kynós”, que faz analogia com o fato de os cínicos pregarem uma vida como a dos cães, na ótica das pessoas, chegando nesta formação até nós pelo latim “cynismu”.
Cuja tradução prática, simula pra condição humana, aquela situação que basta lhe oferecer algo de seu interesse, que o cão se posta a balançar o rabo e lhe entregar toda atenção e carinho, aparentando falsamente, e neste momento, a maior e incondicional fidelidade.

Ou como outro exemplo, a palavra sincero, cujo simples entendimento contemporâneo nos remete ao que é franco, leal, verdadeiro e espontâneo, e quando observada na sua origem, descobrimos que vem da palavra sincera, que é a junção de duas outras palavras do latim, “sine cera” e foi inicialmente utilizada pelos romanos pra classificar certos vasos de uma cera especial. Quando estes vasos na condição de bem confeccionados, adotavam uma aparência tão pura e perfeita, que pareciam transparentes. Límpidos, deixavam observar integralmente o seu interior e o que estava depositado nele. Como se estivessem “sine cera”, como se estivessem “sem cera”, na pura tradução do latim.
Maravilhoso, não?

Poderia exemplificar uma infinidade de palavras cujo nosso simples entendimento está muito aquém de toda a riqueza da plena compreensão e sentido da sua origem, dos detalhes e razão de seu surgimento. Os quais têm o poder de promover um aprendizado muito maior que seu simples significado e leitura contemporâneos e reproduzidos em tantos dicionários.
Mas embora cativante, deixaremos isso para instigar a curiosidade dos interessados em seguir a frente nesta bela e culta iniciativa de pesquisa.

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Propomos uma outra condição análoga, na condição humana de que extraímos do mundo e das pessoas as nossas impressões sobre tudo através do nosso simples entendimento, simples leitura, colocando sobre isso uma rígida e quase irremovível fundação de que se trata da única e plena verdade.
Propomos que busquemos, como nas palavras, o pleno entendimento da origem e razão de tudo que nos cerca, do mundo e das pessoas, no motociclismo e fora dele, pra conquistarmos uma boa qualidade de vida praticando com naturalidade a nossa eterna busca de um melhor entendimento da verdade.

A nossa tolerância por sequer desconfiar que o entendimento a cerca de qualquer coisa possa ter sido construído numa base frágil, causando falsas impressões, é extremamente pequena.
Temos preguiça de fazer uso de nosso intelecto, nos é muito cômodo parar na primeira aparência. Na primeira leitura.
E quando o intelecto não é usado, usamos o que está na mão, usamos nossos preconceitos, nossas escabrosas convenções, nossos estereótipos, nossas limitações,… , o nosso pior.

Como o exemplo, de quando vemos um motociclista arrumadinho em cima de uma hyper sport maravilhosa e sacamos de bate-pronto: “Deve ser um mauricinho, um filhinho de papai.”
Ou de quando vemos um motociclista “bad boy” mal arrumado em cima de uma custom maravilhosa e sacamos de bate-pronto: “Aí tem!!! Deve estar devendo as calças ao banco. Ou pegou emprestada. Ou (até) deve ser clonada.” Se não algo mais desprezível.

Em primeira instância não passa pela nossa preguiçosa, e por vezes preconceituosa mente, que a origem de tudo possa ser algo mais meritocrático, que foram conquistados pelo suor e (ou) inteligência do certo protagonista.
Mesmo que tenham sido conquistados pelos seus progenitores.
Quem de nós não desejaria conquistar uma boa situação financeira a ponto de deixá-la para os filhos?
O termo “aí tem”, embora poucas vezes pronunciado, está sempre presente nestas nossas precárias, mas ao mesmo tempo incondicionais, impressões sobre tudo e todos.

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Dois fatos, incompreensíveis, mas fatos.
Porque nos importunamos tanto com a possibilidade de sucesso do outro?
Porque temos o “incrível” comportamento de ver o sucesso do outro sempre pela pior hipótese?
Mesmo, e na maioria das vezes, sem querê-los.

Que se dane tudo isso.
Para o benefício de uma vida mais equilibrada e feliz, estamos desafiados a nos desarmarmos, a nos desprovermos de todos os nossos preconceitos, convenções, estereótipos, limitações,…
Estamos desafiados pra um viver com menor valorização da importância do que as pessoas têm ou podem ter.
Estamos desafiados pra um viver com maior valorização da importância do que elas são realmente, como pessoa e totalmente despidas do que possuem fora de si.
Estamos desafiados a conhecer a origem de tudo e de todos, com a única intenção de entendermos o seu significado, e aprender, continuamente, como fizemos e sugerimos fazer com as palavras.