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Parece evidente que o Brasil ter  de formular com urgˆncia uma pol¡tica espec¡fica e regras rigorosas para o tr fego de motocicletas. Se nÆo o fizer, ter  pela frente problemas e custos cada vez mais graves.

Na cidade de SÆo Paulo, por exemplo, as motocicletas j  representam mais de 8 por cento da frota de ve¡culos – sÆo cerca de 430 mil. E respondem por 29,5 por cento das mortes no trƒnsito no Brasil – que sÆo 30 mil por ano. Quase metade das v¡timas tem entre 20 e 44 anos de idade. No mundo, as mortes em acidentes de trƒnsito – um milhÆo e 200 mil por ano – j  sÆo a maior causa de morte violenta.

A prolifera‡Æo das motos tem muitas causas. Uma ‚ o custo menor que o de um carro. H  cons¢rcios em que se pode comprar uma moto por 90 reais ao mˆs. A segunda ‚ o menor custo de opera‡Æo. Segundo a Associa‡Æo Nacional de Transportes P£blicos, uma viagem de 7 quil“metros num grande centro urbano custa 60 centavos numa moto; um real e 20 em “nibus; e um real e 80 de carro.

A terceira razÆo ‚ o tempo menor gasto nas viagens de moto. Nesse mesmo percurso de 7 quil“metros, enquanto a moto gasta 16 minutos, o carro precisa de pelo menos 20 minutos e o “nibus de 43 minutos. Por isso, parte dos usu rios de motos tˆm carros tamb‚m, mas usam motocicletas para ganhar tempo.

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Uma quarta causa ‚ a terceiriza‡Æo de servi‡os. Boa parte das empresas acha mais barato e mais eficiente utilizar os servi‡os terceirizados de um motoqueiro do que manter funcion rios para fazer servi‡os externos.

Prevˆ-se que de 3 a 5 anos serÆo vendidas no Brasil mais motos que carros. S¢ que esse crescimento trar  ainda mais problemas.

Al‚m de gerarem cada vez mais acidentes, as motos estÆo contribuindo fortemente para o aumento da polui‡Æo do ar. Uma moto nova emite quase 16 vezes mais gases poluentes que um carro novo.

E com certeza a falta de regras – ou a sua nÆo obediˆncia pelos motoqueiros – est  agravando os problemas do trƒnsito nas grandes cidades. As motos em geral nÆo respeitam regras para ultrapassagem e at‚ mesmo sinais fechados. Ningu‚m controla seus n¡veis de emissÆo de gases.

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 preciso cuidado. NÆo se deve esquecer que esse meio de transporte ‚ cada vez mais importante para pessoas de menor renda. Mas nÆo se pode cruzar os bra‡os. Porque essas mesmas pessoas seriam as maiores v¡timas. Haveria mais acidentes, mais mortes e mais polui‡Æo.
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Washington Novaes, jornalista, ‚ supervisor geral do quadro Biodiversidade do Rep¢rter Eco, da TV Cultura.