Publicidade

Inflação, aumento da taxa de juros e alta do aço podem fazer subir o preço das motocicletas ainda este ano.

A equação é simples. Se somarmos a inflação, o aumento da taxa de juros, o custo das matérias-primas (aço, alumínio e plásticos), a restrição aos financiamentos e as novas tecnologias (introdução do Promot 3 e a adoção de sistemas anti-furto), além da elevação do preço dos combustíveis e, conseqüentemente, do transporte, o resultado será o reajuste dos preços das motocicletas fabricadas no Brasil. Aliado a isso, há ainda a famosa lei da oferta e da procura.

Os fabricantes aproveitam o bom momento – crescimento projetado em cerca de 20% para 2008 -, para aumentar seus lucros. Só para se ter uma idéia, nos primeiros sete meses deste ano foram emplacados 1.149.814 veículos de duas rodas, entre modelos nacionais e importados. No mesmo período de 2007, 913.370 motocicletas novas ganharam as ruas, um aumento de 25,89%..

Como presidente da Abraciclo, associação que reúne os fabricantes de motocicletas, Paulo Takeuchi afirma que o setor está preocupado com o possível aumento do preço do aço, que pode ser da ordem de 15% a 20%. “Isso poderia acarretar aumento do preço final do produto”. Porém, como diretor de Relações Institucionais da Honda, Takeuchi sai pela tangente: “Não temos nenhuma definição neste sentido como fabricante”.

Publicidade

Ranking das montadoras – A Honda comemora o recorde de vendas no primeiro semestre de 2008. Foram vendidas 718.421 unidades nacionais ao consumidor final (crescimento de 18,9% em comparação com o mesmo período de 2007). Já a sua linha de importadas deu um salto. Registrou alta de 178,7% no acumulado entre janeiro e junho. Foram comercializadas 2.475 motos, com destaque para a superesportiva CBR 600RR, com 1.247 unidades vendidas.
Porém, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), “apenas” 67,30% do total de motos emplacadas entre janeiro e julho de 2008 são da marca Honda. Apesar da produção e das vendas estarem em ritmo acelerado, a montadora vêm perdendo espaço no mercado de duas rodas. Em 2002, a Honda tinha 83,96% do total de motos emplacadas no País, novamente segundo os dados de emplacamentos. Em 2007, a multinacional nipônica registrou 72,35 % de participação no setor.
Em contrapartida as outras marcas foram, gradativamente, ganhando terreno. O “case” do mercado é a Dafra, empresa do Grupo Itavema. Com tecnologia chinesa, investimento substancial e uma agressiva campanha de marketing, a nova marca saiu do zero no início do ano para figurar na quarta posição do ranking da Fenabrave, com 4,65% do total de emplacamentos em 2008. Assim, a Dafra já está à frente da Sundown, montadora que está no mercado há cinco anos. Hoje, as marcas chinesas já representam 10% do mercado interno.

2 milhões de motos em 2008 – Durante os primeiros sete meses do ano, os associados da Abraciclo (Honda, Yamaha, Harley-Davidson, Dafra, Sundown e Kasinski) produziram 1.270.808 motocicletas. Já as vendas no mercado interno este ano foram de 1.184.627 unidades – a diferença para os números de emplacamentos acontece, pois os números anunciados pelas montadoras referem-se às vendas para suas respectivas redes.
Os números positivos também motivaram a Abraciclo a revisar as perspectivas de crescimento de 2008. A expectativa para vendas passou de 13,8% no mercado interno, para 20,6%, chegando à marca de 1.930.000 de motocicletas. Também de acordo com as previsões da entidade, até o final do ano devem ser produzidas 2.040.000 unidades, equivalente a 17,3% a mais do que a produção do ano de 2007. Com este volume, o Brasil se credencia para ocupar o quarto maior fabricante de motos do planeta. “Os números são realmente surpreendentes”, finaliza Paulo Takeuchi, presidente da Abraciclo.