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Em menos de seis meses 40 estudantes de engenharia brasileiros projetaram e construíram quatro novos aviões em escala reduzida, radiocontrolados e capazes de transportar carga útil, para participar da SAE Aero Design East Competition, na cidade de Marietta, Georgia, nos Estados Unidos.

Projeto da equipe Aerofeg pode voar com cargas superiores a 14 kg

Projeto da equipe Aerofeg pode voar com cargas superiores a 14 kg

De 27 a 29 de abril, a competição da SAE INERNATIONAL reunirá 75 equipes formadas por estudantes de instituições de ensino superior da Europa e das Américas, quatro delas brasileiras, em três categorias – Regular, Micro e Avançada.

BRASILEIRAS – Pela Classe Regular são representantes brasileiras a equipe Uai, Sô! Fly!!!, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e a Aerofeg, da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) de Guaratinguetá. Na Classe Avançada, representará o Brasil a equipe Leviatã, do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), de São Paulo, e, na classe Micro, será a equipe Taperá Baby, do Instituto Federal Educacional de Ciências e Tecnologia de São Paulo, campus Salto.

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Todas as equipes brasileiras ganharam o direito de representar o País na competição internacional por somarem as melhores pontuações na 13ª Competição SAE BRASIL Aero Design, realizada em outubro de 2011 em São José dos Campos (SP).

SANDUÍCHE – Por conta das mudanças no regulamento deste ano pela SAE INTERNATIONAL, a equipe Uai, Sô! Fly!!!, formada por 11 estudantes, projetou um avião totalmente diferente daquele que venceu a competição nacional em 2011. O avião pesa cerca de 3,5 kg e pode transportar cargas de até 19 kg. Os estudantes utilizaram uma estrutura do tipo sanduíche, leve e resistente, composta por duas madeiras finas que envolvem um camada de aramida. “Estamos tentando manter a mesma qualidade da equipe que venceu a competição nacional para representar bem o nosso País”, afirma Estevão Magalhães Fonseca, aluno do 9º período de Engenharia Mecânica da UFMG.

NOVOS MATERIAIS – A equipe de Guaratinguetá, a Aerofeg, modificou os tipos de materiais utilizados na construção do projeto anterior, enfrentando o desafio de manter o baixo peso do avião, de aproximadamente 2,5 kg. A aeronave, de cerca de 3 metros de envergadura (comprimento de asa a asa), atinge velocidade de 60 km/h. O objetivo dos estudantes é superar o volume de carga transportada na competição nacional de 2011, de 14,150 kg, que valeu à equipe menção honrosa de Maior Peso Carregado. “Conquistar a vaga para competir nos EUA já é uma vitória. Desenvolvemos o melhor avião possível e queremos ficar entre os cinco melhores projetos na Geórgia”, diz Thiago Barbetta, capitão da equipe composta por seis integrantes.

OTIMIZANDO DETALHES – A equipe Leviatã, formada por nove estudantes do ITA, levará para os EUA um avião de 4m de envergadura. Neste projeto a equipe otimizou as rodas, que estão mais rígidas para ajudar a garantir estabilidade na decolagem e pouso. A aeronave pesa 6 kg e tem capacidade para transportar cargas de até 25 kg. “Estamos muito confiantes, queremos vencer a competição”, afirma a capitã Juliana Nepomuceno, aluna do 4º ano de Engenharia Aeronáutica. A Leviatã conquistou a 4ª posição na mesma competição, em 2011.

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CONTAINER – Pertencente à Categoria Micro, a aeronave da Taperá Baby, formada por 10 estudantes, tem 1,20 m de envergadura, pesa cerca de 500 gramas e atinge 50 km/h. A equipe fabricou um container fixado dentro do avião com capacidade para transportar cargas de aproximadamente 2 kg. Entre os materiais utilizados na construção estão honeycomb (colmeia), fibra de carbono e madeira balsa. “Apesar da dificuldade em encontrar patrocínio para viajar, nossa expectativa é vencer a competição”, conta José Mario Ferraz Jr., estudante do 4º ano do curso de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial.

REGULAMENTO – Na Classe Advanced, que admite estudantes de pós-graduação, não existem restrições geométricas às aeronaves nem ao número de motores instalados, desde que a soma das cilindradas não exceda 10.65cc (10.65cm3 ou 0.65in3). A distância máxima de decolagem é medida por um sistema eletrônico embarcado.

Aeronave da equipe paulista Leviatã, do ITA, tem 6 m de envergadura

Aeronave da equipe paulista Leviatã, do ITA, tem 6 m de envergadura

Já na Classe Regular os aviões são monomotores, com cilindrada padronizada em 10cc (10cm3 ou 0,61in3). O regulamento estabelece limite para as dimensões máximas das aeronaves, que devem ser capazes de decolar em uma distância máxima delimitada de 61m (200ft).

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Na Classe Micro não há restrições geométricas aos projetos nem ao número de motores, porém a equipe deve ser capaz de transportar a aeronave dentro de uma caixa comercial de 60.9 x 45.7 x 20.3cm (24 x 18 x 8in). Nessa categoria as aeronaves devem usar motores elétricos e decolar via lançamento manual ou com sistema de elásticos.

Desde o Aero Design East 2011 o uso de barras de chumbo não é mais permitido. Nesse caso, a carga deve ser composta de barras metálicas (aço) ou material similar à escolha da equipe.

Na SAE Aero Design East Competition, as equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de participações, incluindo cinco primeiros lugares na Classe Regular, quatro primeiros lugares na Classe Avançada e um primeiro lugar na Classe Micro.

“É na prática das teorias aprendidas na universidade que se desenvolvem as capacidades e a paixão pela engenharia, muito importantes para a formação do profissional. E as competições estudantis da SAE BRASIL proporcionam isso”, afirma Vagner Galeote, presidente da SAE BRASIL.