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Foto: Baja do Centro Universitário da FEI, tricampeã mundial e tetra nacional

Foto: Baja do Centro Universitário da FEI, tricampeã mundial e tetra nacional

15ª Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS reunirá entre 19 e 22 desde mês 73 carros construídos por estudantes do Brasil e EUA

De olho no meio ambiente, estudantes de engenharia da Grande São Paulo apostaram na ecologia para disputar a 15ª Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS. E com a crise econômica, muitos tiveram de equacionar confiabilidade, competitividade e redução de custos para o carro não ficar na lama e garantir vaga no pódio do Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (ECPA), em Piracicaba, SP, onde a competição será realizada entre os dias 19 e 22 deste mês.

A tradicional competição da SAE BRASIL conta este ano com 73 equipes inscritas, que representam 57 instituições de ensino do Brasil e EUA. Das 57, quatro faculdades são da Grande São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Centro Universitário da FEI, Instituto Mauá de Tecnologia e Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec). Cada instituição tem duas equipes cada.

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A Poli será representada pelas equipes Poli Arsenal, vice-campeã em 2008; e a EcoPoli. Esta última projetou um carro que utiliza materiais alternativos de baixo impacto ambiental, como tecido da carenagem feito de garrafas PET, além de um sistema de eletrônica embarcada, alimentado por painel solar fotovoltaico, que capta energia solar e carrega a bateria da luz de freio e do painel do veículo.

Na parte mecânica, os carros da Poli-USP ganharam geometria de suspensão que pode ajudar durante a travessia de obstáculos e os saltos feitos no enduro de resistência. As equipes também desenvolveram volantes com regulagem de ângulo e distância, que podem resultar em melhor dirigibilidade para os pilotos. “Como as equipes da Poli-USP crescem a cada competição, a responsabilidade este ano é maior”, diz Felipe Santos, capitão da equipe EcoPoli, ao considerar que o melhor de tudo ainda é a bagagem de conhecimento obtida.

LED – Prontas para mais títulos, as equipes da FEI – tricampeã mundial em 2008 e tetra nacional -, investiram na utilização de placas que aproveitam a energia solar no carregamento das baterias e dispensam a energia do motor. As placas são recarregadas por cinco horas, após 12 horas de uso. A equipe também instalou faróis de lâmpadas LED, alimentados por energia solar. “A nossa idéia é utilizar o motor apenas para mover o carro e assim diminuir o consumo de combustível”, explica Pedro Luiz de Souza Filho, capitão da equipe FEI Baja 1.

No design, os estudantes da FEI aplicaram tinta à base de água sem solvente. Cada veículo pesa 220 kg (com o piloto) e possui tecnologia GPS e sistema de telemetria, que gerencia e transfere ao box informações em tempo real, como velocidade, rotação do motor, níveis da bateria e do tanque.

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Na Mauá, as equipes Mauá 1 e Mauá 2, ao todo com 20 alunos, estão prontas para a Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS, que este ano comemora a sua 15 anos. Campeão e vice em Piracicaba, o Instituto ficou em 6º lugar no ano passado. No carro da equipe Mauá 1, um dos focos é a dirigibilidade. Para isso, a equipe projetou, na suspensão traseira, dois novos amortecedores ajustáveis, além de sistema de freios remodelado com maior capacidade de frenagem e menor possibilidade de falha. Para ter mais flexibilidade de operação, o carro ganhou uma caixa de transmissão por engrenagens associada à redução variável (CVT). “Apesar da crise, que nos obrigou a a equacionar redução de custos, confiabilidade e competitividade, vamos levar o projeto mais refinado até hoje”, comemora Gabriel Calfa, o capitão da equipe.

EUA – Além da avaliação de projeto e apresentação, em Piracicaba os SAE Baja são submetidos a testes de tração, aceleração, velocidade máxima e um enduro de quatro horas, em pista de terra cheia de obstáculos. Ao final da competição, as duas equipes que conquistarem as maiores pontuações poderão representar o Brasil na Baja SAE Wisconsin, que será realizada pela SAE International, de 16 a 19 de junho, em Milwaukee, EUA. Na competição, que reúne mais de 100 equipes de diferentes países e é organizada há 40 anos, o Brasil é tetracampeão.

Os Baja SAE são protótipos de estrutura tubular em aço, monopostos, para uso fora-de-estrada, com quatro ou mais rodas e devem ser capazes de transportar pessoas com até 1,90m de altura, pesando até 113,4 kg e motor padrão de 10 HP. Os sistemas de suspensão, transmissão, freios e o próprio chassi são desenvolvidos pelas equipes, que têm, ainda, a tarefa de buscar patrocínio para viabilizar o projeto.

Besaliel Botelho, presidente da SAE BRASIL, conta que o Projeto Baja SAE é um dos programas de maior sucesso organizados pela associação na capacitação dos futuros engenheiros, no qual estudantes são envolvidos em caso real de desenvolvimento de um veículo em todas as ações correlatas. “Além de praticarem os conceitos teóricos adquiridos em sala de aula, eles são submetidos às experiências da vida real, como trabalho em equipe, atendimento de prazos, busca de suporte financeiro para o projeto e atividades diversas, muitas delas em áreas não exploradas nos cursos regulares, mas que incentivam a criatividade e o surgimento de lideranças”, diz. Segundo Botelho, muitas empresas têm priorizado a contratação de ex-participantes do Projeto por terem a certeza de que eles estão preparados. “Isso comprova a importância da competição, um dos orgulhos da SAE BRASIL”, completa.

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