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O piloto mineiro, Jorge Balbi, que recentemente conseguiu o melhor resultado de um brasileiro na história do AMA, o 5º lugar em Unadilla (EUA), concedeu uma entrevista ao repórter do site da AMA(www.ama.com), Jim Kimball.

Confira abaixo a tradução da entrevista, feita pela equipe da Yes Sports, assessoria do piloto:
James Stewart, Mike Alessi e Timmy Ferry são com certeza nomes que tem impressionado durante esse verão no AMA Motocross. Mas caras como o privado da MOTO XXX Jorge Balbi tem impressionado também.

De volta a sua casa, no Brasil, Balbi poderia ser o rei do motocross; correndo por uma equipe de fábrica e ganhando muito dinheiro. Ainda sim, ele escolheu correr no melhor campeonato do mundo, inicialmente como total privado. Além disso, Balbi é simplesmente um dos pilotos mais amistosos, modestos e apaixonados pelo esporte. Eu tive a chance de me encontrar com o piloto de 26 anos logo depois do último X-Games para ver o que tem acontecido desde o último AMA em Washington. Atualmente Balbi está na 12ª posição no ranking.

1) Balbi, o que tem acontecido desde Washougal?

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Basicamente, eu estou na minha rotina normal, treinando muito. Eu corri o X games, o que gostei de fazer. Me deu uma noção de onde eu estou e o que eu preciso fazer para me preparar pra próxima temporada do supercross. Nas próximas semanas eu planejo treinar mais forte para as três últimas provas e terminar bem a temporada. Eu sei que Southwick e Millville vão ser duras provas para mim. Além do clima quente, o chão é muito duro então, eu planejo usar as duas semanas para que eu possa ter uma vantagem sobre os outros caras que estão focando em 2009 ao invés de terminar 2008 bem.

2) Você vem correndo bem por todo o verão, mas em particular nas últimas corridas você tem corrido ainda melhor – a que você atribui a isso?

Jim, existem muitos fatores que contribuem para bons resultados na corrida. Tenho trabalhado realmente muito forte com a minha equipe desde o MXdN 2007. Eu tenho um bom grupo de pessoas ao meu redor, me ajudando e conto com o suporte de uma equipe estabelecida como a Moto XXX. Também tenho trabalhado com um técnico de motocross aqui no nordeste da Califórnia, Kurt Henricksen.

3) Como você está se sentindo com sua temporada no motocross até agora?

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Eu coloquei algumas metas para o Motocross este ano e completei quase todas elas. Comecei o ano forte em Glen Helen e terminei em 11º com um pequeno erro na segunda bateria que me deixou de fora do top 10. No treino da semana seguinte, eu caí e sofri uma pequena fratura na mão direita. Isso me deixou impossibilitado de treinar por duas semanas e não pude forçar muito nas corridas. Quando terminaram as quatro primeiras provas, houve um intervalo no calendário que me proporcionou voltar aos 100% e completar minha recuperação.

Desde da prova do Thunder Valley onde terminei em 14º, tenho melhorado. Sem dúvidas, a minha melhor prova foi em Unadilla. Na primeira bateria eu terminei em 8º e, na segunda bateria em 4º, o que me deu um Top 5 overall. Um dos meus objetivos era terminar no topo sempre que possível, e esse top 5 é a realização desta meta.

4) Quais são as suas metas nessas três últimas três provas do nacional?

Com certeza eu quero continuar no Top 10 overall como eu tenho feitos nas últimas duas provas. Como eu disse antes, estou trabalhando tão forte como no começo da temporada e continuo me exigindo mais nas últimas 3 etapas. Com um pouco de sorte eu posso passar do 12º lugar para talvez 10º no campeonato.

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5) Você foi um piloto “realmente” privado nos últimos anos onde você fez tudo para agora estar numa equipe privada: o que mudou?

Jim, muitas coisas mudaram, apesar de eu ainda não estar recebendo um grande pagamento. Ajuda ter uma equipe por trás de você. Nos anos anteriores eu tinha que coordenar tudo. As motos, a viagem, mecânica, etc… Agora com a Moto XXX ajudando, eu tenho mais tempo para focar nas corridas, treinamento, nutrição e principalmente ter certeza que o corpo e a mente estejam 100% prontos para o dia da corrida. A química entre eu e o pessoal da equipe tem sido excelente. Nós podemos nos comunicar e deixar a moto pronta, então eu me sinto confortável.

6)Você é o melhor do Brasil no motocross; eu tenho certeza que deve ter sido difícil deixar o país e basicamente começar tudo aqui nos Estados Unidos.

Sem dúvidas eu tive um grande sucesso no Brasil. Eu estava correndo por uma equipe de fábrica e tendo uma vida confortável. No entanto, eu sou um competidor e sempre quero ir pro próximo nível. Desde que eu era uma criança eu assistia AMA Motocross na TV e sonhava em algum dia competir lá. Até que chegou a hora de vir pro USA e começar do nada. Nos últimos três anos eu sinto que tenho evoluído bastante. Eu posso dizer que sou um sortudo: conseguir crescer no Brasil e pilotar motocross não foi fácil pra mim e pra minha família. Minha família fez muito sacrifício para que pudesse correr e tentar ganhar. Então quando eu cheguei no USA eu estava pronto pra lutar e dar o melhor de mim.

7) Quando o AMA acabar, quais são seus planos?

Eu tenho alguns compromissos de correr no Brasil porque eu tenho empresas no Brasil que me ajudaram a competir esse ano e agora é minha vez de dar um retorno a essas empresas. Eu fui selecionado mais uma vez para correr o MXdN na equipe brasileira e estou realmente ansioso para essa competição. Depois do MXdN meu foco estará no AMA Supercross 2009! Eu talvez corra o US Open, mas não tenho nada decidido ainda…

8) Ainda falando de 2009 Balbi, vc já fechou com alguma equipe?

Com certeza eu gostaria de ficar com a MOTO XXX. Allan (Brown, chefe da equipe) me disse que me quer lá também. O grande problema é que a economia dos Estados Unidos está muito difícil e ele não pode prometer nada ainda. Eu tenho conversado com outras equipes para ver as possibilidades. É o meu objetivo principal competir nos EUA por pelo menos mais um ano.

9) Últimos comentários sobre a sua temporada e quem você queira agradecer.

Primeiro eu queria agradecer a minha equipe, Moto X e todos os patrocinadores que nos fizeram ir tão longe. Eu gostaria de agradecer principalmente ao meu mecânico, Max, ao Allan Brown, meu chefe de equipe, ao Ronnie da Race Tech e todos os caras que fazem parte dessa equipe.

Além de todos os patrocínios da Equipe Moto XXX eu gostaria de agradecer à Silva Mattos, a Mr. Pro, L`acqua di Fiori e Zoolo.