Está terminada a etapa brasileira, estão definidos os quatro brasileiros que vão para a Tailândia. A competição foi em Brotas, SP nesse último fim de semana, dias 22 e 23 de agosto.
Dois dias de muita adrenalina. No primeiro pela manhã, foi um enduro de regularidade, onde várias dificuldades foram ampliadas pela forma em que a competição foi montada. O formato padronizado pela Federação Brasileira de Motociclismo foi adaptado para as motos Big Trail e o road book foi montado em um caderno formato A4, encadernado em espiral dentro de uma pasta de plástico.
Os competidores tinham que ir folheando as páginas, em neutralizados no fim de cada página para acompanhar o trecho em questão. As figuras (tulipas) mostravam as situações em cada referência em km, e o tempo em que o competidor deveria estar em cada lugar. Não precisamos explicar muito mais para você perceber como ficou fácil o pessoal se perder e entrar por caminhos nem sempre muito indicados, principalmente para essas motos pesadas.
Houve um grupo de vários pilotos que seguindo um primeiro que tinha seu GPS avariado, entrou pela “Trilha do Micuim”.
Uma trilha para pedestres que para se ter uma ideia da inclinação, para descer há uma corda que serve de corrimão. A saída depois dessa descida é uma escada de pedra, impossível de subir de moto. A alternativa então, só foi possível voltando para cima do morro pelo qual desceram, quase rolando para baixo, resultado: tiveram que organizar um mutirão para tirar as oito motos do buraco. Mas no meio dessa turma havia um pessoal mais experiente que com uma corda, montou um laço especial que travava a cada impulso na subida. O espírito de equipe prevaleceu e não demorou muito para que todos voltassem para a prova, mas o atraso foi grande e muitos pontos foram perdidos ali.
Pela prova toda houve muitas quedas, sempre sem gravidade mas algumas impediram o competidor de terminar a prova. Assim acumulando atrasos, seja pelas quedas ou pela complexidade do roteiro, muitos foram eliminados, de forma que pouquíssimos terminaram a prova com poucas penalidades.
Depois de tomar um lanche e um brevíssimo descanso, começou o evento da tarde que foi chamado pelos organizadores de “uma pequena gincana”. Na verdade uma prova de estratégia que passava por um grande percurso na fazenda. Eles tinham que seguir em uma única direção, passando por várias rotas caminhos diferentes, no mapa fornecido.
As motos só podiam seguir em um único sentido para passar pelos pontos marcados no mapa. As duplas definidas um pouco antes da partida, deveriam montar a sua estratégia para cumprir as “missões” indicadas por esses vários pontos marcados no mapa, mas sem voltar. Se alternassem a ordem para cumprir as missões de forma diferente da do percurso, teriam que dar muitas voltas, complicando a estratégia.
Na chegada do primeiro dia, muitos motociclistas já estavam exaustos, por causa do percurso complicado para seguir, no enduro da manhã e também pela dificuldade das missões a serem cumpridas em cada ponto definido na prova da tarde. Soma-se a isso a grande dificuldade que encontraram os pilotos na função de se orientar pelo mapa só com uma bússola, nada de GPS.
Porém, todos chegaram e por fim puderam dormir nas barracas fornecidas pela organização. Pensa que vai ficar no luxo de hotel? – Não, aqui o espírito é de aventura, então dorme-se nas barracas, e dá lhe frio de noite…
Logo cedo começa o briefing para orientar os pilotos para a grande prova do dia: O teste de habilidades, que para não haver diferenças entre as motos, a BMW forneceu quatro GS 800 para que todos tivessem o mesmo nível de dificuldades.
Em um campo foram montados obstáculos. Uma canaleta de troncos, uma sequência de duas tábuas em ângulo, um primeiro slalon, uma sequência de troncos em curva, uma gangorra, um slalon em curva, uma sequência de pneus, um labirinto com curvas seguidas e fechadas, uma rampa de troncos, a passagem pela água, por uma pinguela estreita, por um trecho de trilha descompensada, areião, subida por troncos, tronco longitudinal e por fim uma prova onde você tinha que pegar um boné num poste e colocar no outro. Essa prova mais fácil, no fim dessa sequência destruidora, mostrou que poucos tiveram a calma e frieza necessária para encará-la com tranquilidade e executá-la corretamente.
Como era num domingo essa prova de habilidades teve um público maior, eles vieram em grupos organizados pelas revendas BMW Motorrad da região. Esse público pode conferir as habilidades dos competidores ao passar pelos obstáculos que os pilotos tinham que transpor, sem colocar os pés no chão e não ultrapassar os limites da pista.
A prova derradeira, mas nem por isso a mais fácil, eles tinham que dar a volta na placa da BMW Motorrad com a balsa a remo, carregando uma moto, no menor tempo possível.
Finalmente, computando todos os pontos dos dois dias, e de todas as provas o resultado para os 45 participantes foi que para os três primeiros lugares, na categoria dos clientes da marca, Fernando Estevão Deneka (21) recebeu o primeiro lugar, seguido de Felipe Augusto Pacheco Limonta (19) e Sandro Cerati (35).
Na categoria dos jornalistas receberam as primeiras classificações: Lucas Paschoalin (42), Donizete Castilho (44) e Eduardo Zampieri Filho (45).
A prova mundial será na Tailândia em 2016 e os três primeiros lugares na geral vão representar o Brasil no BMW GS Trophy 2016. Na categoria de jornalistas vai representar o Brasil o piloto Lucas Paschoalin que ao final da prova teve sua perna machucada numa queda na última prova de habilidade do domingo. Seu semblante misturava a expressão de dor e felicidade. A conquista da vitória é maior do que a dor do corpo, para todos os participantes que cumpriram as missões e superaram os desafios. Estão todos de parabéns.