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Foto: André Garcia

Foto: André Garcia

No dia 22 você respondeu ao colega Antonio de BH que a responsabilidade sobre um acidente recai sobre o piloto. Concordo parcialmente. Há um mês estava eu na Avenida Faria Lima e havia um motoqueiro na pista da direita e um carro na pista do meio. O sujeito do carro simplesmente virou de forma abrupta para entrar numa rua a sua direita, sem sinalizar. O sujeito da moto, freou forte, mas obviamente acabou acertando a porta do carro. Por sorte ele não se feriu gravemente. Ja estive nessa situação 2 vezes. Uma vez alicatei o freio dianteiro e a moto tombou para frente. A outra travei o traseiro a moto derrapou e perdi o controle. Hoje tento me antecipar, se vejo um motorista no celular por exemplo tento não passar do lado. A verdade é que na hora que vc ve um carro na sua frente como o cara da moto que descrevi, mal dá para pensar quanto mais raciocinar: agora uso 70% do freio frontal, 30% do traseiro e reduzo a marcha. Qual a melhor técnica numa emergência dessas? Paulo, 37, São Paulo, SP

R: Você me entendeu mal Paulo. O que eu digo é que só cabe ao piloto evitar o acidente. Mesmo que caia um raio sobre sua cabeça a única coisa que você pode fazer é não estar lá na hora em que ele cai, tentar prever a possibilidade e agir de acordo. No caso, não ficar dando bobeira numa tempestade, sozinho num campo de futebol.
Na motocicleta acontece assim, só cabe ao piloto não estar na hora errada no lugar errado. Para isso, o ideal é prever cada situação de risco e evitá-la sempre. A responsabilidade legal pode não ser do piloto, é verdade. Mas a responsabilidade no puro sentido da palavra, é dele sim, porque: Quem tem a “habilidade de responder” à situação de risco sou eu, o único que está no controle da minha moto. Por isso é que eu digo que não adianta ter razão quanto às leis de transito se você se coloca em situação de risco por causa de um terceiro que faz barbeiragem, imprudência ou qualquer outro motivo alheio ao seu controle, a sua única forma de agir contra essa situação é aprender a prever e não estar na hora errada no lugar errado.
A melhor técnica numa emergência é antecipá-la, estar treinado (sem pânico) a responder da melhor forma possível e sempre pilotar a pelo menos 70% das suas habilidades no dia a dia. Treine até a exaustão a técnica de frenagem que você descreveu e aprenda a ler o terreno para saber o quanto de tração está disponível ao apertar os freios. Pegue um dia de folga num lugar tranqüilo para isso. Frenagem em curvas à direita e à esquerda, circule em oito acelerando e freando em cada ponto do percurso, atento às respostas da moto. Observe e verifique em que situação ela responde melhor aos seus comandos. É incrível a capacidade do corpo humano em automatizar movimentos e ações por repetição, depois de um certo tempo a sua resposta na pilotagem se torna automática e você nem pensa mais no assunto enquanto anda.
Boa sorte e ande sempre bem equipado. Tenho arrepios quando vejo alguém andando descalço com os chinelos encaixados nos espelhos e de capacete. Ninguém merece…

Foto: Bitenca

Foto: Bitenca

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Olá Bitenca. Tenho uma dúvida em relação a óleo de motor. Dizem que não é bom ficar alternando entre óleos mineral e sintético, pois facilita a formação de borras no motor. Mas então como fica os óleos minerais com base sintética(que inclusive são usados nas autorizadas Suzuki aqui em SSA? Grato! Ivan, 35, Salvador, BA

R: É verdade Ivan, há a possibilidade de uma reação química que produz uma pasta que acaba por entupir as passagens de óleo, mas isso acontece quando se mistura o sintético puro com um mineral. O semi sintético pode ser misturado com o mineral puro sem problemas.
Essa mistura, na verdade ocorre porque sempre fica resíduo do óleo usado retirado numa troca e o novo, quando entra encontra essa pequena quantidade, suficiente para causar a pasta e entupir as passagens. Isso no caso de trocar um sintético puro por um mineral com ou sem base sintética.
O que se aconselha é evitar a troca de uma marca e tipo por outra, para fazer isso deve-se lavar a parte interna do motor com um produto adequado para retirar todo resíduo do óleo antigo. Acostume-se com uma marca que você considera boa, compatível com o tipo recomendado no manual da sua moto, faça as trocas até a quilometragem máxima recomendada (ou menos) que não haverá problema nenhum. Boa sorte