Apesar da queda dramática de mais de 26% nas vendas de motocicletas este ano no Brasil em relação ao mesmo período de 2015, há sinais otimistas que apontam que o segundo semestre poderá mostrar alguma recuperação. E esses sinais são dados também pela indústria de motopeças, que reflete necessariamente os números do mercado de motos.
Como o 6º maior produtor de motocicletas do mundo, o Brasil tem um enorme parque industrial que abastece esta indústria e também o mercado de reposição e de acessórios. Circulando pelas ruas e estradas do Brasil são quase 24 milhões de motocicletas que precisam de todo tipo de peça, equipamento e acessórios também para o motociclista. E este mercado poderá ser visto a partir de amanhã (17/8) até sábado (20/8), em São Paulo, no IX Salão Nacional e Internacional das Motopeças.
Conforme informação da Anfamoto (Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de Motopeças), uma das circunstâncias que favorecem a retomada do mercado para o setor surgiu em julho, com a mudança no PPB (Processo Produtivo Básico) para partes e peças de ciclomotores, motonetas, motocicletas, triciclos e quadriciclos fabricados no PIM (Polo Industrial de Manaus (AM). Foram aprovadas mudanças que atualizam e ampliam a produção de componentes e devem gerar mais investimentos e empregos ao setor. Os PPBs são etapas obrigatórias da produção para as empresas receberem incentivos fiscais.
Apesar de parecer antagônico, já que esta alteração agrega mais valor (custo?!?!) ao processo de fabricação regional e nacional com o aumento do nível de exigências nas etapas de industrialização de peças, como fundição, estampagem e usinagem, a Anfamoto enxerga tal medida como positiva para o setor pois exige novos investimentos e gera mais empregos. Hoje, no total, as fabricantes já geram aproximadamente 16 mil empregos diretos no Polo Industrial de Manaus. Esse movimento da indústria de peças segue o mesmo caminho pelo qual as montadoras instaladas no PIM protagonizaram nos últimos doze meses, com investimentos equilibrados e constantes em novos produtos, segurança e inovações tecnológicas.
Outro aspecto positivo que acena para o setor é a renovação do acordo automotivo com a Argentina até 2020, o que representa alta nas vendas para o mercado argentino, que também se recupera. No cenário doméstico, a perspectiva é que a situação se normalize. “O cenário político e macroeconômico no Brasil dá sinais de estabilidade e caminha para reorganização da economia, o que é bom para indústria, comércio e serviços”, explica Orlando Leone, presidente da Anfamoto, que organiza o Salão das Motopeças.
A previsão de mais alguns lançamentos de novas motos no segundo semestre também favorece o setor, inclusive com novas motos em segmentos premium. É com este otimismo que a Anfamoto realiza a partir de amanhã o IX Salão Nacional e Internacional das Motopeças. Conhecido como Salão das Motopeças, é a maior feira do segmento e reúne as principais empresas do setor além de ser o ambiente adequado para a realização de negócios com quem entende de motopeças e acessórios. São mais de 200 marcas representadas por mais de 100 expositores, que apresentarão seus lançamentos, novidades e tendências de mercado no Expo Center Norte – Pavilhão Amarelo, em São Paulo – SP.
É o caso, por exemplo, da Borilli Pneus, que atua há apenas dois anos no segmento de motocicletas, com pneus off road para motos, tornando-se a primeira empresa no País que fabrica exclusivamente pneus off Road. A Borilli entende que o Brasil passa por um momento de transição e acredita no potencial do mercado já a partir de 2017. Também acreditando na força do mercado brasileiro, empresas do exterior confirmaram presença. Pela primeira vez no Salão das Motopeças estará a Empaquetaduras Darrow, empresa número um da Colômbia em juntas para motocicletas, com mais de 35 anos de mercado. Durante o evento, a empresa irá anunciar e dar mais detalhes da sua parceria com a Interface Performance Materials, fornecedor mundial de material OEM dos Estados Unidos.
A Anfamoto informa que os visitantes deste ano devem ter um perfil bem semelhante ao da última edição, que aconteceu em 2014, que ficou concentrado na região Sudeste (76,86%), seguido de da região Nordeste (9,49%), Sul (8,43%), Centro-Oeste (2,61%) e Norte (2,53%). Outros números de destaque do evento referem-se aos visitantes internacionais: 54,29% vieram da América do Sul, 28,57% da Ásia, 14,29% da América do Norte e 2,86% da Europa.
Sobre a ANFAMOTO
A Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de Motopeças foi fundada em setembro de 1980. Sua missão é promover o aumento da competitividade, zelar e defender os interesses da classe, e de seus mais de 300 associados em busca do reconhecimento, e do respeito como instituição que promove o desenvolvimento sustentável das indústrias e empresas instaladas no Brasil.