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Inauguraram a rampa de acesso e a própria Ciclovia do Rio Pinheiros e lá fui eu conhecê-la neste último domingo. Esta rampa de acesso está localizada no meio da ponte, portanto o ciclista tem obrigatoriamente que cruzar as alças da própria ponte, o que nunca foi fácil e continua não sendo porque não há qualquer sinalização. Bem entendido, não há sinalização para o que quer que seja: para cruzar a alça, para indicar por onde você acessa a rampa da ciclovia ou para que o ciclista não pedale junto aos pedestres.
Quem vem pela Ciclo Faixa de Domingo acaba não sabendo da existência do acesso. É como se o que é da Prefeitura é concorrente do que foi feito pelo Governo do Estado. Se não é verdade, é muito provável. Os interesses políticos são bem distintos e pelo jeito o que interessa não é o ciclista, mas a propaganda.

O acesso à ciclovia tem que ser feito empurrando a bicicleta pela rampa. A bem da verdade, seguindo as leis, na ponte o ciclista está circulando em espaço do pedestre, portanto deve passar desmontado e empurrando a bicicleta, o que praticamente ninguém faz. A calçada é estreita para a quantidade de gente circulando lá e o número de pedestres vem aumentando com a abertura da passarela para o metrô – CPTM, que também está no meio da ponte e em paralelo à rampa dos ciclistas. Vai dar muita confusão, principalmente nos bastidores.

Enfim chego na nova ciclovia, vermelhinha que só não dói na vista porque o tempo está nublado. Conforme vou rodando minha irritação inicial com o mal feito acesso vai dando lugar a um passeio divertido, bem divertido. A paisagem tem novo ângulo, se vê o horizonte, há um verde, a água suja do rio que não fedia, o rodar no asfalto sem buracos.
 
Mas quando passo pelos outros acessos… Haja improvisação! Na Estação Santo Amaro, colocaram uma rampa na lateral da estação de aço que interfere muito numa obra de arte que deveria estar tombada e não poderia sofrer tal intervenção. Triste! Mas quem se importa?
Hoje está implantado 19 km. No total será 25 km. Parece que estão trabalhando no acesso da estação Ceasa – Jaguaré – Parque Villa Lobos. O que posso dizer é que foi divertido, bem divertido. Com sol não deve ser tão agradável assim porque não há sombra, o vermelho da pintura do asfalto deve doer nos olhos, os bebedouros são poucos e um deles estava praticamente seco, o número de ciclistas deve aumentar muito. Confesso que tenho medo dos que vão lá para treinar. A maioria não sabe o que está fazendo.

Esta ciclovia não serve e provavelmente não servirá para transporte. É o que aponta a experiência internacional e mesmo os números que temos no Brasil. Esta ciclovia nasceu da vontade do Serra, e mais alguns do primeiro escalão de seu governo, tanto como propaganda, como para enfrentar os que eram contra a bicicleta ou se atém além do sensato no labirinto da burocracia, que é verdadeiramente uma desgraça.
Aposto minha bicicleta como esta ciclovia atrasará mais ainda a implantação de uma política cicloviária integrada e funcional para quem usa a bicicleta como modo de transporte. Mas deixa bem feliz quem acha que a festa está boa.  Faz uma barulheira linda para os políticos, sem criar pressões “desinteressantes”.
 
Maravilha!

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