A Dafra acerta mais uma vez. Depois do tiro certeiro com a Apache, o scooter Citycom 300i é uma receita com bons ingredientes que se harmonizam e agradam a uma vasta gama de consumidores. Sucesso em mercados europeus, asiáticos e também nos Estados Unidos, o Citycom 300i é uma mescla refinada de conforto, modernidade e desempenho.
Motor
O desempenho é garantido por um motor monocilíndrico OHC (Over Head Camshaft) horizontal (15º) de 263,7 cc, quatro tempos, refrigerado a água e equipado com sistema de injeção eletrônica que desenvolve potência máxima de 23 cv a 7.500 rpm e torque de 23,5 N.m a 5.500 rpm. A transmissão do Citycom é automática CVT (Continuous Various Transmission). No circuito onde MOTONLINE pode experimentar o scooter Dafra/SYM Citycom 300i, foi possível perceber que o motor responde bem ao comando do acelerador, evoluindo de forma progressiva, sem sustos. Os testes da fábrica declaram que o consumo de combustível ficou em torno de 24 km/l em trajetos rodoviários e próximo de 27 km/l no uso urbano. O tanque de combustível tem capacidade para 10 litros.
Ciclística
Equipado com freios à disco nas duas rodas, o sistema se mostra eficiente. Como todo scooter, o centro de gravidade é baixo e a estabilidade é notável. Seguro, sem oscilações, o Citycom entra e sai de curvas com elegância e os bons pneus Metzeler que calçam as rodas aro 16″ ajudam, mas a pequena altura livre do solo (125 mm) deixa claro que não é possível abusar. As suspensões tradicionais – garfo telescópico dianteiro e dois amortecedores traseiros – completam a ciclística bem resolvida.
Conforto e estilo
O desenho do Citycom é moderno. O parabrisa frontal reforça suas linhas harmoniosas com os retrovisores e o conjunto ótico dianteiro.
O painel é completo, com marcadores digitais de combustível, hodômetro total e parcial e relógio, além do contagiros, do marcador de temperatura do líquido de arrefecimento e das luzes espia. A iluminação dos instrumentos é por LED e os piscas contam com um discreto sonorizador que contribui para que não sejam esquecidos ligados. No escudo frontal estão o porta-luvas com um “plug” para conectar um carregador de aparelhos eletrônicos, como celulares, por exemplo.
O assento bipartido proporciona grande conforto tanto para o piloto quanto para o garupa, enquanto as alças semi automáticas para apoio e descanso de pé resultam em praticidade.
Há um amplo compartimento para objetos logo abaixo do banco onde cabem um capacete e muitos outros objetos. A tampa de abastecimento do tanque de combustível está abaixo da tampa do porta-luvas.
A posição de pilotagem no Citycom é natural e muito confortável para o condutor e para o garupa. Seu largo selim propicia comodidade em pequenos ou longos percursos. O garupa, inclusive, se sentirá como se estivesse sentado em uma verdadeira “poltrona”, muito confortável com pedaleiras retráteis bem posicionadas e alça de apoio fixada de maneira cômoda, ao alcance dos braços do passageiro. O Citycom conta ainda com corta-corrente quando o descanso lateral está acionado e uma chave geral sob o assento.
Tropicalização
Para atender os requisitos do mercado brasileiro, um dos mais exigentes em se tratando do segmento de duas rodas, a área de engenharia da Dafra, juntamente com profissionais da SYM, promoveu diferentes ajustes em importantes sistemas do produto. “A troca térmica do sistema de arrefecimento do motor foi aumentada significantemente, o sistema de freio foi ajustado para trabalhar em condições mais severas que nos mercados onde Citycom é comercializada atualmente, a bomba de combustível foi adequada para a gasolina brasileira etc”, explica o diretor de engenharia da Dafra, Victor Trisotto.
Assim como em outros modelos da marca, a fase de tropicalização e desenvolvimento do sistema de emissão de gases do Citycom foram ajustados pelo Laboratório de Emissão de Gases do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Dafra, situado em Manaus (AM). Já os níveis de emissão de ruído foram controlados e assegurados conforme normas ABNT NBR 9714 e ABNT NBR 15145, além de resoluções nacionais que estabelecem níveis de ruído adequados à segurança e bem estar do condutor e meio ambiente populacional, itens de acordo também com a CETESB e IBAMA.
Mercado
Suas características acertam em cheio a dois nichos de mercado que podem ampliar significativamente a participação da Dafra, ao menos até algum concorrente se movimentar. O primeiro deles são os próprios usuários de scooter hoje que passam a ter um boa opção na faixa imediatamente seguinte. “Nossas pesquisas mostram que 15% destes consumidores tem potencial para comprar o Citycom 300i”, falou o presidente da Dafra, Creso Franco, referindo-se evidentemente ao poder de compra.
O segundo nicho é composto por aqueles “engarrafados” motoristas que querem se livrar dos congestionamentos, mas querem um veículo confortável, fácil de conduzir e que ofereça desempenho melhor do que uma motocicleta pequena. A Dafra tem certeza que este nicho é muito grande. “Queremos vender nos últimos três meses deste ano 700 unidades do Citycom 300i”, declarou o contrariado presidente da Dafra aos jornalistas presentes à apresentação do novo modelo no dia 13 de setembro. Franco não queria falar em previsão de vendas. “Estamos preparados para atender a demanda”, disse.
Creso Franco não quis dizer qual o tamanho deste mercado, mas certamente ele é bem maior que o número declarado. Basta ver que a Dafra dispõe de 290 pontos de venda espalhados por todo o Brasil. Por esta conta – 700 unidades dividas por 290 lojas – dará menos de uma unidade do Citycom 300i por mês por loja. Esta não é a prática do Grupo Itavema, ao qual a Dafra pertence. Aliás, nenhuma rede de concessionárias aceitaria isso de um fabricante.
Este acerto da Dafra deve recolocá-la na terceira posição no ranking de vendas no mercado brasileiro, posição ocupada logo no início de suas operações. Naquele primeiro momento veio um vigoroso avanço sobre o mercado brasileiro com produtos de preço acessível, uma grande rede de distribuição e um robusto investimento em marketing. Depois, problemas com qualidade e garantia, somados com a crise econômica do final de 2008 fizeram o negócio desacelerar. Mais recentemente a Dafra passou a privilegiar as parcerias, tanto para ocupar sua fábrica em Manaus, que tem capacidade para produzir 20 mil motocicletas por mês, quanto ajustar sua linha com produtos melhores e mais adequados. Foi o caso da TVS Apache, a indiana produzida pela Dafra, mas que mantém identidade original, seguida pela parceria com a BMW para produzir a G650 GS e agora esta parceria com a SYM.
Creso Franco considera estas parcerias fundamentais para concretizar os planos da Dafra. “Aliadas ao investimento em uma área de engenharia atuante, as parcerias com empresas que detém tecnologia é a estratégia adotada pela Dafra para ter condições de alcançar um patamar de competitividade realmente forte”, diz.
Pertencente ao Sanyang Group, a SYM foi durante 40 anos parceiro estratégico da Honda para a produção de motocicletas e automóveis. Jim Hong, diretor da divisão de marketing da companhia, disse que o acordo firmado com a fabricante brasileira evidencia a confiança no modelo de negócios da Dafra e no potencial de crescimento da marca. “Conhecemos o mercado de motocicletas do Brasil e encontramos na Dafra o parceiro ideal visando o longo prazo”, revelou Hong, deixando claro que novos produtos já estão sendo preparados para o mercado brasileiro.
As vendas do novo produto começam na segunda quinzena de setembro em toda a rede de concessionárias DAFRA e está disponível nas cores Branca, Azul e Preto Grafite ao preço público sugerido de R$ 12.290,00.
Especificações técnicas
Dimensional |
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Altura | 1.445 mm |
Largura | 785 mm |
Comprimento | 2.210 mm |
Distância entre eixos | 1.500 mm |
Altura mínima do solo | 125 mm |
Altura do banco | 800 mm |
Peso seco | 182 kg |
Peso em ordem de marcha | 352 kg |
Motor |
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Tipo | Monocilíndrico, 4 tempos, OHC (Over Head Camshaft), refrigerado a água e com injeção eletrônica |
Disposição do cilindro | Horizontal |
Diâmetro x Curso | 73,0 x 63,0 mm |
Cilindrada | 263,7 cm³ |
Folga de válvulas | |
Admissão | 0,10 + 0,02mm |
Escape | 0,15 + 0,02mm |
Taxa de compressão | 10:01:00 |
Potência máxima | 16,9 kw (23,0 cv) a 7.500 rpm |
Torque máximo | 23,5 N.m a 5.500 rpm |
ECU (Engine Control Unit, Unidade de Controle do Motor) | Keihin BB1 |
Sistema de injeção eletrônica | Keihin |
Sonda de oxigênio | NTK |
Corpo de borboleta | Keihin |
Combustível | Gasolina C |
Rotação de marcha lenta | 1.650 +/- 150 rpm |
Sistema de partida | Elétrica |
Filtro de ar | Elemento de papel |
Filtro de óleo | Tela metálica |
Sistema de lubrificação | Forçada por bomba trocoidal |
Chassis |
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Tipo | Tubular |
Ângulo de caster | 27,5 graus |
Suspensão dianteira | |
Tipo | Telescópica |
Curso | 100 mm |
Suspensão traseira | |
Tipo | Biamortecida, garfo em alumínio |
Curso | 91 mm |
Rodas | Liga de alumínio |
Freio dianteiro | |
Tipo | Disco |
Acionamento | Sistema hidráulico, acionamento por pistão |
Freio traseiro | |
Tipo | Disco |
Acionamento | Sistema hidráulico, acionamento por pistão |
Pneu dianteiro | |
Medida (mm) | 110/70-16 52P – Metzeler |
Calibragem | |
Apenas com condutor | 25 PSI |
Carga máxima | 28 PSI |
Pneu traseiro | |
Medida (mm) | 130/70-16 61P – Metzeler |
Calibragem | |
Apenas com condutor | 25 PSI |
Carga máxima | 32 PSI |
Transmissão |
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Tipo | Automática de variação contínua (CVT) |
Número de relações de transmissão | Infinitas |
Redução final | 8,37 |
Capacidade |
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Óleo do motor | |
Especificação | API SG, JASO MA, SAE 20W50 |
Volume após drenagem | 1,2 l |
Volume após desmontagem | 1,4 l |
Tanque de combustível | |
Total (com reserva) | 10 l |
Reserva | 1,5l (Luz reserva é acionada ao atingir este patamar) |
Óleo de transmissão | |
Especificação | SAE 140/160 |
Volume após drenagem | 160 ml |
Volume após desmontagem | 180 ml |
Líquido de arrefecimento | |
Especificação | Paraflu 11P (mistura 50%-50%) |
Volume | 1,4l |
Fluido de freio | |
Especificação | DOT 5.1 (sintético) |
Volume | Cerca de 70 ml (preencher até sangrar) |
Óleo suspensão dianteira | |
Especificação | ATF |
Volume | 160 ml (em cada amortecedor) |
Sistema elétrico |
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Sistema de ignição | Ignição Transistorizada – ECU |
Vela de ignição | |
Fabricante/Modelo | NGK / CR8E |
Folga dos eletrodos | Entre 0,60-0,70 |
Capacidade do fusível da chave geral e painel | 20 A cada (x2) |
Capacidade do fusível da ventuinha, ignição e farol | 15 A cada (x3) |
Bateria (semi-selada)* | 12V 10Ah |
Lâmpada do farol | 12V – 35W/35W (x2) |
Lâmpada de seta | |
Dianteira | 12V – 21W (x2) |
Traseira | 12V – 21W (x2) |
Lanterna traseira/luz de freio | 12V – 5W/21W |
Lâmpada dos instrumentos | LED |
Lâmpada da lanterna dianteira | 12V – 5W (x2) |
As especificações, cores e componentes acima descritos podem ser alterados conforme a necessidade e condições de melhorias técnicas e estão sujeitas a mudança sem prévio aviso.
* Bateria é selada totalmente na ativação da motocicleta no concessionário.
Obs.: Para facilitar a discussão sobre esse assunto, além da área de comentários abaixo, criamos um tópico no fórum para os motonliners que preferem este formato. Clique aqui para acessar o tópico.
Fotos: Sidney Levy e Divulgação.