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Tendo sido laureado com o Prêmio ABRACICLO de Jornalismo com a matéria “Criticando a Resolução 203, uma reflexão sobre segurança” (http://www.motonline.com.br/colunistas/seguranca-legislacao/res203-31a go08.html), onde considero absurda uma etiqueta reflexiva ser exigida para aumento da segurança, quando se deveria educar para o uso adequado de jaqueta, calça, luvas, botas, capacete, etc…, ou seja, no raciocínio dos nossos legisladores, o motociclista está mais seguro com a etiqueta colada no capacete, que só funciona a noite e desde que os carros estejam de farol alto ligado porque o baixo (dependendo da distância) ou lanterna nada reflete, do que com uma jaqueta com proteções.

A questão da segurança é algo que está inserido na minha forma de conduzir a moto. Quando tirei minha CNH, o uso do cinto de segurança não era obrigatório, perdi as contas das vezes que fui motivo de piada por amigos e parentes, pelo uso do equipamento. No aniversário de 11 anos do meu filho, este me pediu um skate, que lhe foi presenteado com capacete, joelheira, cotoveleira e protetor de punho; quer andar de skate, ande direito começando pela segurança passiva.

Certa vez fui chamado de neurótico, repliquei afirmando que a Volvo pensando na defensiva, fez os veículos mais seguros do mundo.

Aliás, um de seus engenheiros, o sueco Nils Bohlin quem inventou o cinto de segurança há 50 anos, ao invés da Volvo patentear o produto, o fez viajar o mundo a fora levando tal ensinamento.

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Em 2002 a Volvo divulgou um estudo de que o cinto de segurança inventado há 50 anos, salvou cerca de 1 milhão de vidas e o instituto norte-americano National Highway Traffic Safety Administration calcula que o cinto previne anualmente, somente nos Estados Unidos, cerca de 100 mil pessoas de lesões decorrentes de acidentes automobilísticos.

Vida só tem uma, obviamente que nos dias de hoje, sair de casa já representa um risco, mas deixar de sair pensando no risco, aí sim se torna uma patologia psiquiátrica. Devemos fazer nossa parte: andar equipado e pilotar defensivamente.

Vai andar na rua ou na rodovia pilote equipado e defensivamente, é regra de sobrevivência. Quando quiser fazer curvas, arriscar um pouco mais a pilotagem, vá para um autódromo, o local adequado, controlado e com socorro médico a poucos metros. Há quase 2 meses a SBK Sports, ou simplesmente SBK, forneceu jaquetas e luvas aos colunistas Bitenca, João Tadeu e André Garcia para um teste real!.

Nosso editor sabendo o quanto sou crítico me deixou muito a vontade para estudar os produtos fornecidos e relatar os fatos.

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O modelo que utilizo é a “RS”, sinceramente fiquei surpreso.

No teste da Midnight Star, pilotei por quatro horas, dos quais mais de duas horas sob forte chuva e não fiquei molhado. Sob forte sol, a jaqueta ventila bem, já que dispõe de dispositivos onde é possível abrir um zíper nos braços e na altura dos ombros e nas costas. No frio, basta colocar o forro, fechar os zíperes e pronto, você não passa frio. A jaqueta é como um camaleão do tempo, já que num mesmo dia sofremos com as quatro estações do ano.

A jaqueta utilizada pelo Bitenca é do modelo “Losail”, que também foi aprovada com louvor, já que enfrentou chuva, frio e calor testando Honda, Yamaha e Harley Davidson.

Já a jaqueta do João Tadeu, vulgo JT (muito calorento, daqueles que quase derrete), é o modelo “PANIC” que é totalmente ventilada, própria para o verão, mas que também possui uma capa impermeável e um forro de inverno, para protegê-lo da chuva e do frio.

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Quanto às luvas, são do modelo “MT”, modelo este, totalmente, street, ou seja, para uso urbano, é uma luva curta e bem ventilada, mas cumpre seu papel de proteção as mãos e dedos. Minha afirmação no “cumpre” não é por que cai, mas pelo material, considerando que é um produto para ser usado em baixa velocidade, como ocorre nos trajetos urbanos. Mais do que dar esse testemunho, fui procurar saber quem é a SBK ou quem é seu criador.

Algo que julgo importante, porque, com o crescimento do mercado de duas rodas, o que não falta são aventureiros.

Quando comecei a ler a história de José Manuel Silva Cohen, quase cai da cadeira, afinal de contas, o sujeito é um baita piloto.

Cohen nasceu em Cabo Verde, costa da África, em 1956, veio para o Brasil, ainda criança aos 7 anos de idade e já adolescente começou a freqüentar Interlagos para ver corridas de carro.

Um amigo comprou uma Leonette 50cc de 3 marchas, que Cohen ajudou a reformar.

Esse amigo levou um belo tombo e foi parar no hospital.

Cohen arrumou a motocicleta e foi visitar o amigo no hospital, para mostrar que a motoca estava inteira, Detalhe: Cohen jamais tinha montado e pilotado uma motocicleta.

A visita ao hospital, tornou a motocicleta um vício para Cohen.

Muita coisa aconteceu, grana curta….etc…..

Na temporada de 1979, Cohen resolve que iria correr na recém criada Fórmula Honda 125.

Na Moto Trail, oficina que trabalhava, havia uma Honda CG 125 usada para o trabalho, e Cohen consegue “emprestar” a moto e também convencer seu amigo China, que era chefe de oficina da Moto Chaplin, a montar uma moto para disputar a Fórmula Honda 125.

Assim, em 4 dias a moto já estava pronta, e na quinta-feira, Cohen vai a Interlagos, treinar pela primeira vez.

A primeira etapa já havia ocorrido, com vitória de Vail Paschoalin e com Marco Tognochi (filho de Gualtiero Tognochi) em segundo.

Em Interlagos, Cohen conversa com Marco Tognochi e pede para andar atrás dele nas primeiras voltas do treino, para “pegar o jeito” da moto!

E assim, sai atrás, porém, no meio da primeira volta Cohen estranha a “lentidão” de Tognochi e acaba passando-o e vai embora! Depois, no box, descobre que Tognochi não aliviou a mão, ele que tinha andado muito!

Naquela época o grid era formado de acordo com a colocação da prova anterior. Como Cohen não tinha participado, saiu entre os últimos, num grid formado por quase 50 motos.

Pasmem! Cohen cruzou a linha de chegada em 1º lugar!

Não se trata de mais um marca, ou mais um empresário querendo ganhar com o sucesso do setor de duas rodas.

Seu criador é do ramo, engenheiro por formação, dedica-se ao motociclismo muito antes de eu mesmo ter nascido, foi mecânico e piloto, disputando, inclusive, provas internacionais como a 24 Horas de Ímola na Itália, 24 Horas de Bol d`or, dentre outras, com a equipe Honda Comstar.

Mesmo com todo conhecimento adquirido em anos de motociclismo, Cohen contou ainda, com a colaboração de Geraldo TITE Simões, que não requer apresentações, no processo de desenvolvimento dos produtos da marca.

Assim, muitos nos escrevem consultando sobre o que comprar: eis uma marca que tem demonstrando seriedade, oferecendo produtos de qualidade por um preço justo, respeitando a livre concorrência entre lojistas, tudo é uma questão de pesquisa.

Por fim, sinto-me orgulhoso em usar, aprovar e indicar um produto de segurança, pois, merecemos um produto brasileiro desenvolvido por brasileiros, afinal somos um dos maiores mercados do mundo em duas rodas.

Biografia do Cohen: http://www.motosclassicas70.com.br/

Sidney Levy
Motociclista e jornalista paulistano, une na atividade profissional a paixão pelo mundo das motos e a larga experiência na indústria e na imprensa. Acredita que a moto é a cura para muitos males da sociedade moderna.