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Com a palavra, Sr. Wilson Kenji Yasuda, o homem forte de competição da Honda (I)

Se dentro das pistas o Motocross Brasileiro teve grandes nomes nos últimos dezoito anos, fora delas, ele talvez seja o único que passou todo este tempo se destacando na luta pelo crescimento do esporte: estamos falando de Wilson Kenji Yasuda que está a 18 anos no departamento de competição da Honda. Ao todo, são 37 anos trabalhando na empresa que lidera o mercado motociclístico nacional.
Desde que assumiu o Departamento de Competição, ele investe pesado nas competições a motor no país, seja patrocinando eventos ou mantendo o Team Honda, o maior do Brasil. Independente de questões políticas, a Honda sempre apoiou a CBM, mostrando que a parceria entre a empresa e a entidade máxima do esporte é sólida e duradoura. São treze anos apoiando ininterruptamente os tradicionais campeonatos da entidade, tendo ainda como parceiros a Mobil e Pirelli.

Em 2009, a empresa adotou um foco 100% voltado para o Off Road, mas até 2008, antes da crise, a empresa incentivava também as competições sob o asfalto. Além de ser patrocinadora master do Brasileiro de Motocross, Brasileiro de Arenacross, Brasileiro de Supercross, a empresa mantém a maior equipe de Motocross do país e apóia os pilotos Zé Hélio e Jorge Balbi, além do Rally dos Sertões.

Yasuda foi o maior responsável por viabilizar a ida do Brasil nos últimos três anos do Motocross das Nações e este ano, foi um dos principais responsáveis por trazer de volta o Mundial de Motocross ao país. Respondendo pela Honda durante todo este período e presente em todos estes eventos in loco, é inegável a contribuição dele ao esporte. É certo que ele tem muita história para contar. Por isso, as vésperas do Honda GP Brasil, batemos um papo com Yasuda:

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1 – Estamos a pouco mais de vinte dias para o retorno do Mundial de Motocross ao Brasil. Por que a Honda decidiu investir no retorno da competição ao país e qual a importância disso para o esporte nacional?

Desde que eu assumi a gerência do departamento de competições da Honda, a empresa nunca ficou fora de nenhuma grande competição que aconteceu no país. Não seria justamente agora que iríamos ficar de fora. Trabalhamos muito junto à diretoria da Honda, defendemos a importância do evento e apesar dos valores altos, a empresa se comprometeu em viabilizar o projeto.

Investir no crescimento dos esportes de competição faz parte da filosofia da Honda. Fazer parte da equipe que está trazendo o Mundial para o Brasil é um orgulho e um passo importante no crescimento do esporte no país. Ajudará muito a todos os pilotos profissionais brasileiros. Soube estes dias que a procura por ingressos está muito boa e isto prova que o Brasil é, também, apaixonado por motos.

2 – Nos últimos anos, o Team Honda tem dominado o Campeonato Brasileiro de Motocross. A que você atribui todo este sucesso da equipe?

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A Honda está a 13 anos de forma contínua fazendo um trabalho sério de crescimento e fortalecimento do esporte no país. Com todo este tempo, claro que aprendemos muitas coisas. Hoje, sabemos quem são os grandes pilotos, as grandes promessas e sabemos que todos os pilotos querem correr no Team Honda.

Não porque é a equipe que melhor remunera, mas sim porque, no Team Honda, o piloto tem chance de estar na equipe por muitos e muitos anos. Neste período já vi muitas outras empresas que entraram com muito dinheiro, contrataram grandes pilotos e, depois de dois anos, abandonam o campeonato.

Hoje a gente não se assusta com isso. Sabemos o valor do mercado e não nos assustamos com equipes que chegam movidas pelo entusiasmo e até inflacionam o esporte. O sucesso do Team Honda não está no orçamento e sim em 13 anos de expertise, conhecimento do esporte e experiência em fabricar campeões. Além do melhor equipamento, é claro.

3 – A temporada 2009 do Campeonato ficou marcada pela polêmica dos pneus, onde alguns pilotos perderam os pontos por utilizarem pneus não homologados. O que o senhor achou disso?

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Esse assunto gostaria realmente de esclarecer, pois ouvi muitas pessoas dizendo besteira sem saber os fatos. A Honda nunca foi responsável pela punição dos pilotos que usaram os pneus Rinaldi. Apesar de ser a patrocinadora máxima do campeonato, a Honda não tem nenhuma influência na criação das regras do campeonato, que é de inteira responsabilidade da CBM.

Este ano, existia uma regra em que os pilotos tinham que correr com os pneus Pirelli. A Rinaldi não concordou e alguns de seus pilotos entraram com uma liminar na justiça do Rio. Antes mesmo de buscarem o entendimento na justiça desportiva, eles recorreram à justiça comum. A ação foi analisada por um Juiz que encaminhou ao desembargador e este anulou a liminar, ordenando a perda dos pontos daqueles que não correram com o pneu homologado. Não quero entrar no mérito se a regra é justa ou não, até porque, como eu disse, a Honda não tem nenhuma ingerência no regulamento do campeonato. Talvez na justiça desportiva a pena poderia ser transformada em multa. Enfim, se a regra existia, deveria ser cumprida. A piloto Mariana Balbi tem o patrocínio pessoal da Rinaldi, mas correu com os pneus Pirelli e não teve nenhum problema.