Publicidade

Pré-leitura – Cada moto possui características específicas e cada pessoa que a utiliza tem diferentes experiências. Por isso cada conjunto piloto-motocicleta resulta em uma experiência única. As pessoas tem preferências e gostos diferentes e por isso o Motonline acredita que a escolha da moto é uma escolha pessoal e que não existe uma moto que seja boa igualmente para todos. Por isso nossos comparativos não trazem uma moto “vencedora”. Motonline traz informações sobre diferentes critérios – visual, performance, dirigibilidade, consumo e “custo x benefício”. O objetivo destas informações é ajudar você a fazer sua escolha e abrir a discussão. O Motonline sempre incentiva a discussão, mas uma discussão construtiva. Sua opinião pode ser diferente da dos demais motociclistas e é isso que enriquece a discussão. Expresse sua opinião, respeite a opinião de todos e Boa leitura!

Aos que utilizam motocicleta para várias finalidades – trabalho, lazer e viagens por exemplo – as opções são cada vez maiores e as dúvidas também. As Esporte  Turismo pertencem a uma classe que agrada muitos motociclistas, pela sua esportividade e versatilidade. São motos esportivas mas que permitem um uso diário com conforto, inclusive para viagens.

CBR 600 F e Ninja 650 R Mesma categoria com abordagens diferentes

CBR 600 F e Ninja 650 R Mesma categoria com abordagens diferentes: quatro ou dois cilindros

Sua proposta assegura ao piloto uma posição confortável, mas ao mesmo tempo esportiva. Nesses dois modelos da comparação há diferenças distintas nesse quesito.

Publicidade
Mais conforto da Kawasaki x Mais esportividade da Honda

Mais conforto da Kawasaki x Mais esportividade da Honda

A Honda tem uma posição mais abaixada, que coloca mais pressão sobre as mãos do piloto quando trafegando em baixa velocidade. Na Kawasaki, por ter o mesmo guidão da ER6n, mais alto, põe o piloto numa posição mais reta, mais de cara para o vento. Na categoria, essa é uma questão importante, em que alguns preferem a posição de maior esportividade enquanto outros preferem a de maior conforto. Nas duas motos porém, o desenho remete ao mesmo estilo, de esportividade, com o peso do nome de cada uma. A Ninja é um nome forte, tradicional da marca. Da mesma forma, o nome CBR remete à tradição da Honda em competições. O design reflete essa imagem nos dois casos. Inclusive nas cores de cada bandeira.

Motor 649 cc dois cilindros da Kawasaki à esquerda tem mais torque em baixa e 599,3 cc quatro cilindros da Honda à direita, com maior potência em alta rotação. Os dois tem duplo comando no cabeçote (DOHC)

Motor 649 cc dois cilindros da Kawasaki à esquerda tem mais torque em baixa e 599,3 cc quatro cilindros da Honda à direita, com maior potência em alta rotação. Os dois tem duplo comando no cabeçote (DOHC)

Antes de falarmos da performance vamos definir os valores, para deixar claro como as diferenças serão explicadas pelo valor do modelo.

Publicidade
Chassi da Ninja 650 tem concepção atual - Tubos periféricos e motor como parte da estrutura

Chassi da Ninja 650 tem concepção atual - Tubos periféricos e motor como parte da estrutura - O mesmo da ER6n

Isso definine uma relação custo/benefício diferente também. A Kawasaki Ninja 650 R tem o preço sugerido (sem frete e seguro em dez/2012) em 27.990,00 no modelo normal e 29.990,00 com ABS. A Honda CBR 600 F é vendida com o preço de 33.990,00 e 36.990,00 na versão C-ABS, (nas mesmas condições).
A diferença de seis mil reais se explica de várias formas, a começar pelo motor de quatro cilindros contra o de dois da Ninja 650, o chassi de alumínio fundido contra o de tubos de aço e a suspensão invertida na dianteira contra a convencional. São diferenças marcantes que definem diferentes processos construtivos nas duas motocicletas.

Chassi de alumínio fundido tem o motor como parte da estrutura com grande resistência à torção. Está em dois modelos, a Hornet e a CBR 600 F

Chassi de alumínio fundido tem o motor como parte da estrutura com grande resistência à torção. Está em dois modelos, na Hornet e na CBR 600 F

Em termos de performance essas características se manifestam na medida da potência e no peso. São 102 cv a 12.000 rpm na Honda contra 72,1 cv a 7000 rpm na Ninja, apesar de ter maior cilindrada. Diferenças marcantes, mas em termos de torque, tudo muda. Os 6,53 Kgf.m a 10.500 rpm da Honda, perde levemente frente aos 6,7 Kgf.m a 7.000 rpm da Ninja 650 em valor absoluto e na rotação. De forma que em termos de facilidade de uso, na necessidade de trocas frequentes de marchas a Ninja é mais conveniente, se definindo como uma moto mais turismo do que esportiva pelas características do motor.
Em termos de peso, novamente os componentes mais leves e caros da Honda a coloca em vantagem. São 191 kg contra 204 kg da Kawasaki (196 Kg contra 208 Kg com ABS) e em termos de efetividade, na relação entre peso e potência, a Honda vai longe na escala, resultando em 1,87 kg por cv na Honda, contra 2,83 kg por cv na Kawasaki. Isso resulta em uma aceleração muito mais intensa na Honda, além do potencial para uma velocidade máxima maior. Porém, devemos levar em conta a tranquilidade e facilidade na tocada da Kawasaki, que vai demandar menos trocas de marchas,  por ter mais torque em baixa rotação. Essas diferenças continuam em outras áreas das motos.

Publicidade
Na honda há ajustes na suspensão em termos de pré carga das molas e resistência ao retorno (parafuso vermelho)

Na honda há ajustes na suspensão em termos de pré carga das molas e resistência ao retorno (parafuso vermelho)

Nas suspensões a versatilidade é maior na Honda. Com mais regulagens nas bengalas invertidas, há mais adaptabilidade para ajustes específicos. Maior esportividade ou mais conforto é possível com essas regulagens, adaptando às características do piloto e do tipo de piso. Na dianteira e na traseira há ajustes na pré carga das molas e dureza do retorno, com cliques nos parafusos de ajustes. Na Ninja há apenas regulagem na pré carga da mola traseira, para ajuste do sag quando se aumenta ou diminui a carga sobre a moto.

Em termos de dirigibilidade há também diferenças marcantes. A CBR tem 20 mm a mais de entre eixos, pouca coisa. As duas tem o mesmo ângulo de Rake, mas em termos de trail a diferença é significativa.

Kawasaki Ninja 650-suspensão dianteira convencional

Kawasaki Ninja 650-suspensão dianteira convencional

Com ângulo menor, a Honda demanda um chassi mais rígido e estável em termos de dimensões, pois não suportaria flexões com tão pouco trail, e isso o alumínio consegue por ter menos flexões na sua função estrutural do chassi. As manobras se tornam rápidas e pouca força nas barras do guidão já provoca boa reação da motocicleta. Na Ninja, com o trail de 106 mm a tocada se torna mais amena, com mudanças de direção mais lentas que demandam mais força, o que no guidão mais largo não se percebe.

Você pode se concentrar menos na Kawasaki, porque as respostas são mais lentas e as interferências do terreno são menos percebidas pelo piloto. Permite andar mais relaxado, o que em viagens longas resulta em menos cansaço. Então, as diferenças na concepção da suspensão e do chassi, não se faz sentir na Kawasaki, desde que não exigida a extremos.

Como resultado da performance dessas motos, o consumo é bem representativo. Obtivemos a média de 16,56 Km/litro na CBR 600 F e 21,78 Km/litro na Kawasaki Ninja 650 R.
Com a concepção de motor menos “bravo” – entenda como uso em menores rotações e menos potência de pico e mais torque – a Kawasaki consegue um consumo menor também, o que dá ênfase ao aspecto “turismo” da moto.

São duas motos da mesma categoria que aparentemente são muito parecidas, mas ao se olhar com mais atenção podemos perceber que são motos que objetivam clientes diferentes. Moto de esporte turismo, mais esporte ou mais turismo. Daí vai de gosto e isso não se discute.

Se você tem uma moto Esporte Turismo, opine sobre ela!
Acesse agora mesmo: Guia de Motos – Motonline