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Scooter

A modalidade de transporte da hora é essa. Mobilidade com estilo e praticidade é tudo que os habitantes das grandes cidades precisam. Saindo das menores, acima de 125cc essas são duas das que mais se encaixam nas necessidades e conveniências do consumidor, com vários quesitos interessantes.

Duas configurações diferentes, mas idênticas quanto a preço, público alvo, utilização e desempenho

Duas configurações diferentes, mas idênticas quanto a preço, público alvo, utilização e desempenho

Uma boa apresentação com um visual diferente, bom bagageiro sob o banco, conforto, estabilidade por causa das rodas maiores e, claro, preço conveniente. Como consta da tabela FIPE de fevereiro de 2015, os preços são R$9.393,00 para o Dafra Cityclass 200i e R$9.559,00 para o Honda PCX 150. Esses valores mostram como é acirrada a competição entre esses dois. Mas o desempenho de ambos determinados pelas suas características técnicas é que acabam determinando a escolha de um ou outro. Ambos são boas decisões de compra.

Andando nelas a diferença principal que se percebe está na plataforma da Dafra e a posição dos pés nos estribos laterais da Honda

Andando nelas a diferença principal que se percebe está na plataforma da Dafra e a posição dos pés nos estribos laterais da Honda

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Gosto não se discute, mas em questão de estilo até que os dois se saem muito bem. O Honda parece maior, ele tem um corpo sólido à frente do banco e sua frente é mais larga e de linhas mais horizontais onde se destaca o grande farol que integra os piscas e luzes de posição no tradicional formato de asa da marca. Já o Citiclass se impõe com linhas mais verticais na frente e grandes angulações, principalmente por causa da plataforma, logo à frente do banco. Parece mais alto e de fato é; o escudo em forma de “Z” permite passar os pés pela plataforma, de forma que você sobe nele ao invés de montá-lo como se faz no PCX. Isso por causa do corpo central, onde se esbarram os pés invariavelmente.

Conforto

A posição de conduzir no PCX lhe permite movimentar mais as pernas, para frente ou para trás pelos grandes estribos laterais e no Cityclass você fica com os pés mais protegidos, mas com menos espaço. Os joelhos ficam mais dobrados também.

Na hora de dar a partida no PCX você vai notar uma grande diferença. É o sistema “idling stop” que desliga o motor em três segundos, sempre que você está parado. Sistema que pode ser desligado também, mas se deixar ligado você vai gostar porque terá maior economia de combustível e ao parar não vai ter emissão de poluentes e nem mesmo barulho ou vibração de motor ligado. Na hora de sair, apenas vire o acelerador que ela arranca imediatamente, sem nem mesmo fazer o barulho comum do motor de partida, porque nela há um sistema especial em que o mesmo dispositivo que carrega a bateria serve de motor de partida, sem ruído e muito rápido.

Andando no Cityclass você percebe um motor mais barulhento, que vibra mais nas baixas rotações, coisa comum nos scooters, mas no PCX não transparece isso com o sistema “Idling Stop” que simplesmente desliga o motor ao parar.

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Motor

A principal diferença entre os dois motores é o sistema de arrefecimento, que no PCX é a líquido e no Cityclass é a ar; o Cityclass tem cilindrada maior, 199,1 cm³ contra 152,9 cm³ no PCX. Assim, com o arrefecimento a líquido a relação diâmetro x curso mais agressiva no PCX passa a ser possível, tanto quanto a sua compressão. No fim das contas o poder dos dois motores em produzir potência e torque resulta quase igual: 13,6 cv em 8500 rpm para o PCX contra 13,8 em 7.500 rpm no Cityclass.

Em termos de desempenho, os números são muito próximos então. A relação entre peso e potência de cada um deles resulta para o PCX 9,12 kg / cv contra 9,74 kg / cv para o Cityclass. Mas isso não é tudo. Como o Cityclass entrega esse pico de potência em uma rotação menor, a curva de torque se mostra mais plana, favorecendo a pilotagem com retomadas melhores. No caso do PCX a tendência é desenvolver velocidade final maior pois ele tem um sistema especial na injeção para essa finalidade. Porém isso são números, na vida real muitas outras variáveis entram em cena, principalmente quanto a carga (peso) que se transporta.

Economia é um fator que o PCX se destaca. Como os tanques são pequenos nas duas motos é de se esperar pouca autonomia, suficiente para uso urbano onde as distâncias são menores. No caso do PCX, a aplicação de mais tecnologia fez bastante diferença nessa questão: fizemos médias de 35,5 km/litro e o máximo de 38,6 km/litro que com o pequeno tanque de 5,9 litros vai-se percorrer em média pouco mais de 200 km.

O Cityclass sofre mais com o problema, a média de consumo foi bem pior, 23,35 km/litro e a melhor medição ficou em 27,28 km/litro. Mesmo tendo 100 ml a mais no tanque, essa diferença se torna bem notável porque você vai visitar a bomba de combustível muito mais vezes com o Cityclass, 50% a mais, na verdade.

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Ciclística

Na ciclística as rodas grandes fazem toda a diferença em relação aos outros scooters menores. O problema ainda se faz presente nesse tipo de scooter por causa do pouco espaço disponível para o curso da suspensão traseira. Como explicado, não é possível ter curso longo na suspensão por causa do pouco espaço disponível.

Geometria mais rápida do PCX resulta em estabilidade pior em alta velocidade mas boas maneiras nas curvas e manobras rápidas no trânsito - No Cityclass a estabilidade em velocidade é superior mas ainda proporciona boa velocidade e presteza nas manobras

Geometria mais rápida do PCX resulta em estabilidade pior em alta velocidade, mas boas maneiras nas curvas e manobras rápidas no trânsito; no Cityclass a estabilidade em velocidade é superior, mas ainda proporciona boa velocidade e presteza nas manobras

Também é dificil fazer uma calibração eficiente na suspensão porque a massa do motor está associada ao movimento da roda e isso causa dificuldade para ela percorrer o seu curso com eficiência e para manter bom contato com o solo.
Nessa questão esses dois modelos ficam limitados quanto a proporcionar conforto sobre terreno acidentado, principalmente na traseira, que afeta mais o “lombo” do piloto. Notadamente o PCX sofre mais com isso do que o Cityclass, mesmo com o curso um pouco maior.

A causa disso é a roda menor do PCX e por que há mais dispositivos presos ao motor como o radiador, por exemplo. Resulta que a massa não suspensa pode ser menor e mais bem distribuída no Cityclass. Outro quesito em que o Cityclass marca mais pontos é na ciclística. Rodas maiores fazem uma ciclística melhor porque promove mais efeito giroscópico, que é o que faz a moto ficar em pé. Além disso, a roda maior pode passar sobre buracos maiores sem causar tanto movimento vertical na suspensão. A geometria da direção, associada à distância entre eixos, localização do centro de gravidade e tamanho das rodas compõem a fórmula da ciclística que resulta um pouco pior no PCX.

Ponto por ponto o embate é complicado, cada uma se sobressai em algum ponto positivo e apresenta outro negativo. Vai do consumidor apreciar o que é mais importante. Se for a economia com mais tecnologia e representatividade da marca com mais concessionárias, vai com o PCX. Se for na facilidade de conduzir, com a ciclística mais na mão e freios melhores, vai com o Cityclass. Há ainda outras coisas a se considerar, como o piso plano para facilitar uma carga extra no Cityclass ou o enorme espaço sob o banco que tem o PCX.

Mais uma vez, sua majestade o consumidor decide. E isso é muito bom para todos nós que queremos um mercado maduro e profissional.

Confira a galeria:

Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.