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O leitor Georges Zouein fez uma sugestÆo muito interessante: que os leitores contem seus tombos para formar uma esp‚cie de “banco de dados” sobre os acidentes e servir de exemplo aos outros motociclistas. Por mais de 20 anos estive envolvido com revistas de motos que sempre trataram o acidente como um tabu. Raramente as revistas tratam deste tema abertamente com receio de os leitores passarem a julgar as motos como ve¡culos perigosos demais e desistirem de ser motociclistas.

Na minha atividade paralela de escalador descobri que alguns sites especializados fazem justamente o contr rio, ou seja, criam uma esp‚cie de arquivo de acidentes em montanha para que sirva de an lise e para que os erros nÆo se repitam. Com o agravante de que um acidente em escalada ou rapel muitas vezes ‚ fatal.

Eu poderia iniciar a s‚rie de “Meu Tombo Inesquec¡vel” relatando um tombo est£pido que poderia ter me custado muitos dentes e um nariz. Ap¢s o expediente est vamos todos reunidos em um restaurante quando toca meu telefone. A namorada estava solicitando minha imediata presen‡a e eventual resgate para acompanhar o jantar. Isso que d  inventar celular!

Estava com meu scooter Suzuki Address 100 e equipado como sempre de luvas, capacete aberto (a maioria dos usu rios de scooters usa capacete aberto porque cabe sob o assento). Mas precisava de um segundo capacete para trazer a namorada na garupa. Peguei um integral emprestado, importado, novinho e botei na cabe‡a, o aberto ficou sob o banco.

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No caminho, pouco antes de passar pela en‚sima vez pela mesma curva, que j  conhecia de cor e salteada, um caminhÆo de lixo deixou um rastro de chorume, aquela meleca nojenta que escorre das ca‡ambas de lixo. Quando inclinei o scooter na curva j  era tarde demais. Vi o chÆo aparecer de repente bem na frente do meu nariz e dei uma tremenda capacetada no asfalto.

Foi tÆo r pido que nem coloquei as mÆos no chÆo, foi a cara direto! Levantei sem nenhum ferimento e sem entender que diabos estava acontecendo at‚ que o cheiro intrag vel subiu e me senti o CascÆo depois da coelhada da M“nica. A viseira do capacete foi pro vinagre, assim como a queixeira, o capacete j  era.

Depois de voltar pra casa fedendo a aterro sanit rio, decidi nunca mais usar capacete aberto e agradeci a Deus por ter a ilumina‡Æo de colocar o capacete fechado em vez do aberto. Da¡ tirei v rias li‡äes:

– Deixar o celular desligado quando sair com os amigos
– Sempre pilotar de olho no chÆo, mesmo um trecho conhecido pode estar diferente do que era h  duas horas. Em cidade grande as empreiteiras abrem valas de uma hora para outra, caminhäes despejam detritos e at‚ ¢leo.
– Nunca mais usar capacete aberto
– S¢ pegar emprestado capacetes importados, mas de amigos nÆo muito nervosos
– Ter sempre um capacete zerado para restituir o amigo
– Usar boas luvas e um casaco resistente
– Scooter tamb‚m cai, muita gente trata scooter como brinquedo.

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