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A custom Sundown V-Blade de 250cc

 

A Sundown entra na briga na categoria 250 com o lançamento da custom V-Blade .. O motor em V se destaca no quadro tubular. Guidão alto, banco em dois níveis, painel no tanque, tudo como manda a receita custom. Para acirrar a disputa pela fatia mais promissora do mercado dos próximos anos a Sundown lançou o modelo V-Blade 250, com mecânica simples, mas um visual bem chamativo.

Lado direito

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Apresentada no Salão Duas Rodas em 2005, finalmente a V-Blade chega às lojas ao preço sugerido de R$ 12.900, abaixo da Kasinski Mirage 250 (14.890), mas acima das Honda CBX 250 Twister (9.188) e Yamaha YS 250 Fazer (9.951). Nesse posicionamento ela pode ser a opção custom mais acessível no segmento 250 cc. O primeiro contato impressiona pela quantidade de cromados. É claramente intencional, porque algumas peças como o inédito cobre-balança, cobre buzina e cobre-mesa seriam facilmente dispensáveis. Aliás, a V-Blade vem pronta… para mudar!

Pedaleiras

Como toda custom, ela permite uma interminável opção de personalização. No estilo original ela já vem com o sissy-bar (encosto de garupa), pedaleiras tipo plataforma, manoplas cromadas e rodas de liga leve. O tanque em forma de gota (capacidade para 14 litros) tem o velocímetro colocado bem ao centro, integrado com hodômetro e marcador digital de gasolina.

Logo de cara eu arrancaria essas pedaleiras plataformas, pois elas se justificam em motos rápidas, porque acima de 140 km/h é difícil manter os pés presos nas pedaleiras comuns. Mas em customs pequenas uma boa pedaleira comum é mais bonita e bem mais leve.

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Manopla

No melhor estilo custom, os punhos são de metal polido e não há economia de peso. A V-Blade tem 163 kg a seco, bem menos que a sua principal concorrente do mercado a Mirage Premier 250 (182 kg). Peças como pára-lamas são também de metal o que contribui ainda mais para aumentar o peso. Na “minha” V-Blade esse pára-lama traseiro seria a primeira coisa a ser jogada fora, para colocar um menor e mais curto. Macia como convém a uma custom básica, os comandos são bem macios, desde a embreagem até o câmbio de cinco marchas. Os engates são fáceis e silenciosos e o pedal de câmbio tem regulagem para se adaptar a qualquer tamanho de pé. O acionamento do freio da unidade pré-série avaliada estava duro, um detalhe que pode ser facilmente corrigido. O disco de freio dianteiro é do tipo “margarida”. Na traseira o freio é a tambor, com um imenso pedal, também regulável.

Banco

O motor é praticamente o mesmo da Yamaha Virago 250, com dois cilindros em V a 70º, arrefecido a ar, comando simples no cabeçote (duas válvulas), que desenvolve 19,5 cv a 8.500 rpm. NaYamaha ele era um pouco mais forte e tinha 21 cv a 8.500 rpm. O torque é de 1,58 kgf.m a 6.000 rpm (na Yamaha era de 2 kgf.m a 6.500 rpm). O que pode-se prever dados de rendimento e consumo semelhantes. A Virago chegava a 130 km/h e fazia média de 25 km/litro (só que ela tinha apenas 139 kg – seco). É uma boa referência para imaginar como será o comportamento da V-Blade. Nessa primeira avaliação ainda não foi possível fazer as medições, o que deverá ocorrer em breve.

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Painel e tanque

Um detalhe curioso da V-Blade é a suspensão traseira monoamortecida, com regulagem na tensão da mola, coisa rara em pequenas customs. O resultado é uma moto muito gostosa de pilotar e mais ainda para quem vai na garupa, pois além da suspensão progressiva, tem ajuda do encosto para se apoiar. Outro dado interessante dessa nova e pequena custom é a grande possibilidade de customização. Uma rápida avaliação no estilo leva a conclusão que a V-Blade parece dividida em duas partes: a dianteira foi bem desenhada e trabalhada com peças cromadas e bem acabadas. Mas a parte traseira parece ter sido projetada por outra equipe, pois além de não harmonizar com o conjunto, é muito “pesada” visualmente em função do pára-lama gigantesco e uma lanterna traseira bem esquisitona. Já dá para imaginar várias alterações e as empresas de customização farão a festa! Vai ser um festival de pára-brisas, capas, protetores, embora eu ache que a V-Blade é a primeira custom que conheço que tem mais peças para retirar do que pra instalar.

Motor

Por outro lado, as pedaleiras altas permitem inclinar bem nas curvas, algo raro em se tratando de custom. Com a posição de pilotagem clássica (braços abertos e pernas esticadas) pode-se rodar por muitos quilômetros, mesmo em circuitos sinuosos. Mas a escolha pela lâmpada do farol de 35/35W vai atrapalhar a vida de quem quiser viajar à noite.

Já está na hora de as montadoras do Brasil começarem a mudar essa filosofia de lâmpadas de 35W em motos com vocação estradeira! Caramba, será que nossas estradas são iluminadas?

Escapamento

Como a categoria 250 deve canalizar as atenções nos próximos anos, a Sundown deu um passo certo para ingressar no segmento. Claro que muita coisa pode melhorar, como os escapes decididamente feios, mas o interesse por esse modelo já se nota em várias cartas de leitores e fóruns de Internet. Na Espanha e Itália a mesma moto é chamada de Blackrose e vendida com a marca Azel por 3.300 euros. A origem é a mesma Zhongsen, empresa sediada na China e que fornece motos para a várias empresas, inclusive a Sundown. O produto está aí, agora quem tem a palavra são os consumidores.

Ficha Técnica VBlade

Motor Tipo 4 tempos, OHC, 2 cilindros em V, refrigerado a ar
Cilindrada 249 cm³
Diâmetro e curso 49,0 x 66,0 mm
Sistema de lubrificação Forçado por bomba trocoidal e banho de óleo
Taxa de compressão 10,0:1
Potência máxima 19,5 cv a 8000 rpm
Torque máximo 1,58 kgf/m a 6000 rp Sistema de partida Elétrica

Chassi Tipo Berço duplo
Suspensão dianteira/curso Garfo telescópico /114mm
Suspensão traseira/curso Monoamortecida SPS* / 100 mm
Freio dianteiro/Diâmetro Disco e pistão duplo / 240mm
Freio traseiro/Diâmetro Tambor/ 160mm
Pneu dianteiro 3,00 – 18
Pneu traseiro 130/90 – 15
Dimensões Comp. x Larg. x Alt. (2265 x 930 x 1140) mm
Distância entre eixos 1565 mm
Distância mínima do solo 130 mm
Peso seco 163 kg
Transmissão Tipo 5 velocidades (1-N-2-3-4-5)
Embreagem Manual e multidiscos banhados em óleo
Sistema elétrico Ignição CDI Bateria 12V 9 Ah
Farol 35/35 W – Lâmpada halógena

Capacidades Tanque de combustível 14 litros (sem reserva)
Óleo do motor 1,8 litro
Capacidade máxima de carga 170 kg (piloto, passageiro e carga)

Freio à disco na roda dianteira

Lado esquerdo

Separador_motos

Tite
Geraldo "Tite" Simões é jornalista e instrutor de pilotagem dos cursos BikeMaster e Abtrans.