Publicidade

Com o objetivo de retratar as diferentes comunidades ao longo da bacia amazônica, a equipe da expedição “Raízes do Rio Amazonas” conseguiu chegar ao marco oficial da nascente, no Nevado Mismi, Peru, aos 5.200 m de altitude. O roteiro percorrido é inédito pois esta é a primeira vez que é percorrido por terra e com motocicletas.

Os caminhos pela Amazônia pouco amigáveis

Os caminhos pela Amazônia pouco amigáveis

Sob a liderança de Marcelo Leite, a equipe utilizou motos BMW F800 GS e saiu de São Paulo no dia 18 de setembro para ir rodando até a foz do rio Amazonas na cidade de Curuçá (Pará). De lá passaram pelas áreas do Tocantins, Xingu, Tapajós, Madeira, Solimões, Ucayali e Apurimac para finalmente subir a 5.200 metros do nível do mar para chegar ao Nevado Mismi, onde está a nascente do rio Amazonas. Integraram a expedição outros experientes motociclistas de aventura: Chris Cowper (Austrália), J. Velastequi (Equador), J.C. Balasse (França) e Guy Mathew (Reino Unido).

Quedas foram bem comuns, mas uma delas tirou um dos participantes da expedição

Quedas foram bem comuns, mas uma delas tirou um dos participantes da expedição

Publicidade

O Rio Amazonas corre por 7.000 km de extensão, mas o grupo percorreu aproximadamente 8.500 km em um trajeto bem complicado e as diferentes experiências dos pilotos foram fundamentais. A equipe enfrentou desde os longos trechos de “poaca” (como é chamada a grossa camada de poeira na época de seca amazonense), lama argilosa e muita água. Mas também tiveram dias de boas pistas de terra, um pouco de areia no topo dos Andes e até bom asfalto.

“Claro que também tomamos muitas balsas, algumas “voadeiras” e até barcos maiores (ditos “regionais” no Brasil e “lanchas” no Peru). Acampamos em vários lugares incríveis, alguns difíceis, mas também recebemos abrigo em diversas comunidades”, explica Marcelo Leite. Como era esperado nesse tipo de ambiente, a expedição teve desafios diários e várias quedas. O piloto britânico Guy Mathew teve um acidente grave, mas foi resgatado a tempo. Guy recebeu 18 pinos e 2 placas na perna esquerda.

Região da nascente do rio Amazonas, um convite ao relaxamento

Região da nascente do rio Amazonas, um convite ao relaxamento

No percurso até o Peru, os pilotos passaram por comunidades isoladas, aldeias, uma seita, várias vilas, pequenas cidades e três metrópoles. Encontraram várias comunidades de ribeirinhos, pescadores, garimpeiros e até pastores andinos no Peru. Marcelo e sua equipe visitaram e interagiram com quatro comunidades indígenas: os Saterê-Mawê, os Kokamas eos Tikunasno Brasil e com os Boras no Peru.

Publicidade

 “Dessa fantástica experiência foi gerado um enorme acervo de imagens, áudio e vídeo. São retratos e registros de lugares, de pessoas, do cotidiano, de cultura, de aventura, de desafios, de “causos” e inúmeras histórias. Tivemos o privilégio de contar com pessoas vindas de diferentes países e por isso com diferentes visões e perspectivas. A região do Amazonas é incrível, objeto de interesse e estereótipos no mundo todo, mas efetivamente muito pouco conhecida, mesmo pelos brasileiros.”, diz Marcelo Leite.

A celebração pela chegada: o quinto participante presente "virtualmente"

A celebração pela chegada: o quinto participante presente “virtualmente”

A equipe usou cinco motocicletas BMW F 800 GS, devidamente equipadas e preparadas para o enorme desafio da expedição. A Expedição “Raízes do Rio Amazonas” teve o patrocínio master de Smiles e também da BMW Motorrad, Metzeler e Mormaii. Confira a galeria da expedição “Raízes do Rio Amazonas.

Sidney Levy
Motociclista e jornalista paulistano, une na atividade profissional a paixão pelo mundo das motos e a larga experiência na indústria e na imprensa. Acredita que a moto é a cura para muitos males da sociedade moderna.