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A impossível estória de amor entre um frade e uma moça motivou o H.O.G. Fortaleza Chapter Brasil, a subir a terceira mais alta montanha do Ceará, em Itapajé, para conhecer de perto um dos mais belos lugares do estado, pouco conhecido dos cearenses.

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Posando nos monolitos de pedra

A 125 qulômetros de Fortaleza, Itapajé é terra de Quintino Cunha – poeta, advogado, jornalista e boêmio – a quem se atribui ser o pai do bom humor do cearense. É de Quintino Cunha frases impagáveis, tais como “- Queima, raparigal” e a defesa de réus em julgamentos que entraram para a história em virtude da sua inteligência e humor. Também é conhecida por ser a terra da paçoca e do bordado. Mas é um monumento natural que chama a atenção de todos os que passam pela BR 222 que liga Fortaleza a Sobral.

FradePedra_02Dois monólitos de pedra de 50 e 140 metros de altura, respectivamente, encravados a 900 metros acima do nível do mar chamam a atenção pela imponência. E foi para lá que 30 motocicletas juntamente com carros de apoio se dirigiram. Logo na chegada uma surpresa: a cidade estava esperando o grupo no posto Brazão com carro de som, guarda municipal, imprensa local e muita, mas muita gente que queria ver, falar com motocilistas e fotografar as motos. Para controlar o trânsito e dar seguração aos visitantes chegaram a parar por alguns minutos a BR 222.

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Segundo Marco Aurélio, diretor do HOG, a “recepção foi uma surpresa emocionante! Como é bom ser bem recebido dessa forma!” Mas não parou por ai. O empresário local Raimundo Magela, dono da pousada Itajavé ainda reservou aos visitantes algo pouco comum entre motos e bicicletas. Foram as bicicletas que escoltaram as motos em um rápido city tour pela cidade onde à frente das motos estava um carro de som que narrava sobre a história da cidade. Dessa forma, rápida e divertida, conhecemos um pouco da história de Itapajé (em linguagem Tupi quer dizer Pedra do Curandeiro) sem precisar descer das motos.

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Momento da saída da caravana

Findo o ‘city tour’ as motos foram guardadas na pousada onde um ônibus os aguardava para levá-los até à base da montanha e de lá em 4×4 tipo ‘pau-de-arara’ até a casa da montanha à 900 metros de altura. A subida foi uma pequena aventura e aos poucos a paisagem se revelava perante os olhos dos visitantes. Junto com os ‘paus-de-arara’ subiram, também, o grupo de ciclistas da cidade.

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Lá em cima fotógrafos, repórteres e uma tenda com exposição de produtos da terra aguardavam os visitantes. O almoço foi preparado com esmero e fartura pelo buffet da Churrascaria Brazão.

Após o almoço foram feitos os agradecimentos, principalmente ao Magela, brilhante anfitrião que não poupou esforços para oferecer o melhor receptivo. Idealizador do passeio, Luis Sucupira, do Você e Sua Moto, destacou a “importância de realizar eventos como esse” e já adiantou algumas aventuras que o HOG vivenciará até o fim deste ano e ao longo de 2016.

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Grupo de ciclistas escoltou as motos pela cidade

Para encerrar, Sucupira contou por que se chama Frade de Pedra e não Pedra do Frade. O que se conta é que um certo religioso despertou em uma jovem um amor proibido; o frade tentou de todas as formas fazê-la esquecê-lo, no entanto suas tentativas foram em vão, pois cada dia a jovem se via mais apaixonada, e disposta a fazer qualquer coisa para conquistar o amado, ao ponto de chegar um dia em que a moça abordou o frade, vestida com trajes de noiva, exigindo daquele um compromisso. O jovem frade, assustado, começou a fugir, no entanto a moça não desistira de seu príncipe encantado e começou lhe perseguir. Desesperado o frade saiu sem destino, a caminho da serra e no meio do caminho caiu o véu da noiva, ali ficando abandonado.

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No topo da serra, ao ver que não havia saída e a apaixonada não lhe deixaria seguir em paz, o frade rogou aos céus pedindo sua transformação em pedra para que não caísse no pecado. Seu pedido foi atendido, e a jovem desesperadamente apaixonada sentou ao lado da estatua de pedra e aos prantos pediu que ali também ficasse, nas mesmas condições do amado, e também foi transformada em pedra, juntamente com todos os seus pertences, inclusive seu véu, que encontra-se logo acima da “curva do Samuel”, e o baú do frade, que encontra-se ao lado do monumento. Dizem que dentro do baú há um tesouro.

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Ao final Magela agradeceu a todos, citando um salmo bíblico. Depois chegou a hora da foto oficial e em seguida a descida para pegar a estrada de volta para casa, com a certeza de ter conhecido um novo lugar e feito novos amigos. Tudo isso proporcionado pela magia de ser motociclista.

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Luís Sucupira
Motociclista desde os 18 anos. Jornalista e apaixonado por motos desde que nasceu.