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Aproveitar o fim de semana para pegar a estrada com a sua moto é botar para valer a sensação de liberdade sobre duas rodas. Mas para isso acontecer de forma prazerosa e segura requer cuidados e a atenção do motociclista para garantir um passeio tranquilo e inesquecível. Diversos itens merecem atenção e podem ser verificados facilmente, como a periodicidade das revisões de quilometragem, eventuais ruídos, o bom estado dos freios, condições dos pneus e cabos, limpeza correta, funcionamento normal do sistema elétrico, entre outros.

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Pequenos cuidados garantem uma viagem prazerosa e sem problemas

Atenção principal deve ser dada ao óleo do motor, que deve estar sempre no nível e substituído de acordo com as especificações constantes no manual do proprietário da moto. Isso assegura o perfeito funcionamento e longevidade do motor.

Pneus Pirelli, mais OFF que ON, que a equipava de fábrica

Mantenha os pneus com a calibragem recomendada pelo manual

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Os pneus calibrados da maneira correta são essenciais para uma viagem segura, pois caso estejam fora dos limites adequados de pressão, por exemplo, influenciam diretamente na estabilidade de condução da motocicleta. Por isso, devem estar calibrados seguindo os valores especificados no manual do proprietário de cada modelo. Utilizar a moto com os pneus abaixo da pressão recomendada reduz a sua durabilidade, aumenta o consumo de combustível e favorece riscos de acidente. Já a pressão acima da recomendada reduz a área de contato com o solo e, consequentemente, a aderência do pneu. Isso aumenta o risco de acidentes durante frenagens de emergência, além de reduzir o conforto, uma vez que o pneu trabalha em conjunto com a suspensão da motocicleta.

Outra ação que precisa ser tomada antes de viajar é a verificação visual das pastilhas de freio com relação à área de atrito e contato com os discos, pois, em alguns casos, contam com uma linha de referência que indica sua vida útil. A verificação feita na oficina especializada é necessária para reconhecer outros problemas não visíveis. O principal motivo que pode levar o sistema de freio a fazer ruído durante o acionamento é o desgaste excessivo da área de atrito (pastilhas), bastando substituí-las. Outros motivos comuns são sujeira acumulada e o tipo de material empregado na fabricação das pastilhas, sendo necessário utilizar sempre peças de boa qualidade durante os procedimentos de manutenção.

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As velas têm influência direta nas médias de consumo de combustível

A vela de ignição é um dos componentes mais importantes no processo de combustão e funcionamento do motor, dessa forma, ela sofre desgaste e, com o passar do tempo, deve ser substituída. Durante os processos de manutenção da motocicleta a vela é removida e analisada visualmente pelo técnico para identificar problemas com a mistura de ar com combustível, além de averiguar a presença de contaminantes ou de queima irregular.

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No que se refere à bateria, a motocicleta, quando inativa por longos períodos, tende a perder a carga acumulada e, em casos extremos, a capacidade da bateria de alimentar o sistema elétrico da moto, principalmente o funcionamento da partida. Dessa forma, é recomendado o uso periódico da motocicleta ou a remoção do cabo negativo da bateria (ou fusível) quando surgir essa necessidade.

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Ninguém quer ficar sem bateria no meio do nada

A parte elétrica também merece cuidado especial, pois hoje muitos modelos de motocicletas utilizam sistemas eletrônicos sofisticados. As panes elétricas podem ser causadas por conectores com folgas excessivas ou roteamento incorreto da fiação elétrica. Em alguns casos panes elétricas podem desativar o sistema de ignição e injeção, de modo a impedir o funcionamento da moto. Uma análise detalhada do sistema deve ser realizada por um técnico especializado para se garantir um diagnóstico seguro. É preciso ter cuidado na hora da limpeza da motocicleta, pois a utilização de aparelhos de alta pressão pode causar infiltração e danificar cabos e peças do sistema elétrico-eletrônico.

Protetor de corrente

É indispensável manter a corrente sempre lubrificada

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A transmissão é um dos itens que deve ser inspecionado em todas as revisões com relação ao seu desgaste e folga. A corrente/correia não possui um tempo de vida útil estipulado, já que são feitas de material de longa duração, entretanto requerendo limpeza periódica. A folga varia de modelo para modelo de acordo com as informações do manual de serviço da moto.

O filtro de ar é outro item que não possui um tempo estipulado para substituição. Durante a manutenção periódica deve ser analisado à procura de perfurações e obstruções. Motos com sistema ABS não necessitam de nenhum cuidado especial, porém, na manutenção periódica, são utilizados equipamentos específicos para substituição do fluido de freio.

Capacete, equipamento essencial para motociclistas

Andar equipado é essencial à segurança

Além de checar o estado geral de funcionamento da motocicleta, também é necessário o cuidado em usar a vestimenta apropriada, como um capacete confortável, calçado fechado, jaqueta e calça com proteções. O capacete, apesar de não ter data de validade, é recomendado que seja substituído a cada três anos se tiver uso diário, por conta do contato intenso com intempéries como sol e chuva, por exemplo. No caso de envolvimento em acidentes ou quedas, o capacete deve ser descartado obrigatoriamente.

Para quem pretende passar muitas horas viajando é recomendado, além das manutenções em dia, descansar antes de pegar estrada e realizar paradas periódicas durante o percurso. Itens básicos de manutenção como vela, fusível, câmara de ar e ferramentas presentes no kit da motocicleta são úteis em caso de pequenas emergências.

De moto na chuva

Pilotar na chuva requer técnicas diferenciadas

A pilotagem na chuva requer manobras mais suaves e atenção redobrada. Evitar passar por acúmulos de água é importante, pois podem esconder buracos ou mesmo levar à aquaplanagem. Isso minimiza a eficiência do sistema de freio. Uma dica nessas situações é a combinação do freio dianteiro com o freio motor. Manter distância adequada dos demais veículos, controlar a velocidade e evitar frenagens bruscas também garantem uma viagem mais segura. Assim, a aventura e o desejo de liberdade sobre duas rodas serão melhor aproveitados durante todo o passeio.

E se a moto parar?

Uma das situações mais comuns de parada repentina de motocicletas no meio da estrada é o pneu furado.  É importante usar os pneus especificados pelo fabricante e trocá-los assim que o TWI (indicador de desgaste do pneu) atingir o nível crítico. Dependendo do tipo de uso da moto, ande com um selante para o caso do pneu furar em locais remotos. Jamais ande com pneus riscados ou recapeados. Além de terem uma vida útil muito menor que pneus certificados, são inseguros.

Parar a moto na estrada requer cuidados especiais

Parar a moto na estrada requer cuidados especiais

Outra ocorrência comum é quando acaba a bateria do sensor de presença do alarme, e o alarme dispara com a moto em funcionamento. Para evitar esse tipo de situação, troque a bateria do sensor periodicamente e, se possível, ande com uma bateria reserva. A maioria dos alarmes de motos possui um código para desativar o alarme temporariamente. Mas, atenção: jamais tente desativar o alarme no meio da via.

Corrente quebrada é outra situação bem corriqueira na vida do motociclista. Lubrifique periodicamente a corrente e a troque-a sempre que observar desgaste excessivo nos dentes do pinhão e da coroa. Use sempre a corrente indicada para o seu tipo de moto.

Se, mesmo tomando todas essas providências, você se deparar com uma situação na qual for inevitável ficar com a motocicleta parada no meio do caminho, tenha os seguintes cuidados:

– Não fique tentando consertar o defeito no meio da via;
– Sinalize o local onde a moto está parada (galhos podem ser úteis);
– Se estiver em rodovias, afaste-se da moto e espere em local seguro o socorro chegar.

Lembre-se de que a sua vida é muito mais importante que qualquer bem que você possua, inclusive a sua moto. Não se arrisque sem necessidade e bom passeio.

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Mário Sérgio Figueredo
Motociclista apaixonado por motos há 42 anos, começou a escrever sobre motos como hobby em um blog para tentar transmitir à nova geração a experiência acumulada durante esses tantos anos. Sua primeira moto foi a primeira fabricada no Brasil, a Yamaha RD 50.