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Indústria liderou a expansão no primeiro semestre.

Depois de ter crescido 2,7% no primeiro trimestre de 2010, o PIB brasileiro desacelerou seu ritmo de crescimento no segundo trimestre deste ano. De acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal), a expansão da economia brasileira caiu para 0,6% no período de abril a junho deste ano comparativamente aos três primeiros meses de 2010, já descontadas as influências sazonais. Apesar desta desaceleração ocorrida no segundo trimestre, o crescimento acumulado da economia brasileira durante o primeiro semestre de 2010 foi de 8,4% (em relação ao primeiro semestre de 2009), a maior taxa desde os 9,5% registrados no primeiro semestre de 1995.

Pelo lado da oferta agregada, o crescimento econômico do primeiro semestre foi alavancado pelo setor industrial, cuja expansão em relação ao mesmo período de 2009 foi de 13,3%. O setor agropecuário também exibiu um desempenho bastante satisfatório, crescendo 7,5% no primeiro semestre de 2010. Já o setor de serviços exibiu evolução mais modesta, de 5,5% perante os seis primeiros meses de 2009.
Sob o prisma da demanda agregada, os investimentos (formação bruta de capital fixo) foram o destaque neste primeiro semestre de 2010, crescendo 26,7% frente ao mesmo período do ano passado. As exportações de bens e serviços, a despeito do cenário externo pouco favorável e do câmbio valorizado, conseguiram crescer 10,9% no acumulado dos seis primeiros meses de 2010. O consumo das famílias, componente que possui o maior peso no PIB brasileiro, avançou 7,9% no primeiro semestre de 2010. O crescimento econômico brasileiro só não foi maior porque as importações, que entram com sinal negativo no PIB, cresceram formidáveis 37,7% no acumulado do primeiro semestre de 2010 frente ao mesmo período do ano passado.

Nos doze meses encerrados em junho de 2010, o crescimento econômico atingiu 4,9%, também determinado, em maior escala, pelo crescimento de 5,3% da atividade industrial neste mesmo critério de comparação.

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De acordo com os economistas da Serasa Experian, o ritmo de 8,4% atingido pela economia brasileira durante o primeiro semestre dificilmente irá se repetir na segunda metade deste ano. Primeiro porque, como o país saiu rapidamente da recessão no ano passado, a base de comparação (PIB do segundo semestre de 2009) já é mais elevada. Segundo, porque os estímulos fiscais à aquisição de veículos e outros bens duráveis já não estão mais em vigor. Terceiro, porque as taxas de juros estão mais elevadas, pela atuação do Banco Central, e, por fim, vários países desenvolvidos passaram, recentemente, a apresentar novos sinais de enfraquecimento econômico, cenário que dificilmente deverá ser revertido no curto prazo.

Metodologia do Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal)

Na construção do Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal) são utilizadas técnicas estatísticas de desagregação temporal com indicadores (Chow-Lin, Fernandez, Litterman e Santos Silva-Cardoso). Cada subcomponente do PIB Trimestral, sem ajuste sazonal, oriundo do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, foi desagregado, por cada uma das técnicas supramencionadas, utilizando-se séries de alta freqüência (mensais) altamente correlacionadas com a série a ser desagregada. Considerou-se como estimativa final de cada série mensal associada a cada um dos subcomponentes do PIB Trimestral a média aritmética simples dos valores mensais obtidos por cada uma das técnicas distintas de desagregação temporal.
As séries mensais finais dos subcomponentes foram utilizadas como indicadores para a obtenção das séries dos níveis hierárquicos imediatamente superiores, sempre considerando como estimativas finais, em cada etapa, as médias aritméticas dos valores obtidos pelas quatro técnicas de desagregação temporal. Tal procedimento foi conduzido até chegar-se à última desagregação temporal, ou seja, do PIB Trimestral Consolidado, sendo que, para tanto, consideramos como indicadores mensais as séries desagregadas dos componentes da oferta agregada.

Para a obtenção das estimativas mensais das séries do PIB Trimestral com ajuste sazonal, cada componente mensal desagregado nos procedimentos anteriores (sem ajuste sazonal) foram ajustados sazonalmente utilizando-se TRAMO/SEATS constituindo-se, assim, os indicadores mensais a serem utilizados nas técnicas de desagregação temporal das séries, com ajuste sazonal, do PIB Trimestral.

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