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O Presidente da CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo), Firmo Henrique Alves esteve presente em Curitiba (PR) no último dia 3 para a abertura do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade (Moto 1000 GP). Além de acompanhar de perto as disputas em todas as categorias, o dirigente concedeu ao Motonline uma entrevista exclusiva que nossos leitores conhecerão na íntegra, abaixo.

O Presidente da CBM esteve em Curitiba para prestigiar a abertura do Brasileiro de Motovelocidade 2015

O Presidente da CBM em Curitiba prestigiando a abertura do Brasileiro de Motovelocidade 2015 – foto: William Inácio

“Como representantes da entidade que rege o motociclismo no País, precisamos acompanhar o desenvolvimento do nosso esporte. Temos procurado cuidar de todas as modalidades, por isso, sempre buscamos participar dos eventos para avaliar as competições e ouvir os competidores, para que o nível técnico seja maior a cada dia. Hoje temos um Campeonato Brasileiro de Motovelocidade muito forte e estruturado”, comentou Firmo.

Confira abaixo a entrevista com Firmo Henrique Alves:

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Motonline (MO): De onde provém os recursos que mantém a CBM?
Firmo Henrique Alves (Firmo): De alguns eventos que ela realiza.

MO: Por que a CBM não estimula uma única Associação de Pilotos, nacional, que atuaria também auxiliando a CBM na organização de bons campeonatos nacionais nas várias modalidades?
Firmo: Essa iniciativa deverá se originar em seu núcleo, ou seja, dentro do próprio meio dos pilotos. Caso isso se inicie, acreditamos que isso seja muito bom e a CBM apoiará em toda a sua extensão.

Gilson Scudeler e Firmo Henrique Alves

Gilson Scudeler promotor do Moto 1000GP, o Campeonato Brasileiro de Motovelocidade, e Firmo Henrique Alves, presidente da CBM

MO: O que impede o Brasil de ter uma etapa da MotoGP?
Firmo: São vários fatores, crise econômica, circuitos inadequados, várias empresas e pessoas que não são ligadas ao Motociclismo brasileiro “tentando” ser a promotora aqui no Brasil. Isso e mais alguns fatores acabaram “prostituindo” o evento aqui no Brasil. Esperamos que essa fase se encerre em breve e possamos iniciar uma nova negociação para trazermos o MotoGP para o Brasil.

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MO: Qual autódromo estaria mais preparado para receber a etapa brasileira da MotoGP?
Firmo: Nenhum. Qualquer que seja, deverá sofrer uma grande adequação.

MO: Por que o Rally Dakar exclui o Brasil da competição?
Firmo: O Brasil não tem longos trechos inóspitos para ocorrer esse evento. Os competidores teriam que “cruzar” por varias regiões de grande população e isso é um grande risco para a organização e para a população. Leis severas de impacto ambiental e ONGS que seriam contra, também cooperariam para que a organização tenha opções melhores que o Brasil. Mas não é impossível.

MO: Não há restrições para que estrangeiros recebam títulos de campeões brasileiros?
Firmo: Há sim, depende do Campeonato em questão, contudo vejo isso de forma saudável, até porque os nossos pilotos para se aprimorarem, teriam que ir competir na Europa ou EUA e com pilotos de alto nível no Brasil, consequentemente faria com que o nível dos nossos pilotos se elevasse consideravelmente, sem um custo elevado de ter que ir para fora do País. Lembro que em todas as outras modalidades esportivas, os nossos melhores atletas moram e participam de campeonatos fora do Brasil. Senna antes de ser campeão do mundo foi campeão inglês de automobilismo. O intercâmbio esportivo é necessário para que o nível dos nossos atletas aumente.

MO: A CBM pensa em criar um Campeonato Brasileiro de Motovelocidade, administrado pela própria CBM, como acontece no motocross?
Firmo: Estamos bastante satisfeitos com o Campeonato Brasileiro de Motovelocidade sendo organizado pela empresa Moto 1000GP. Hoje não existe essa possibilidade.

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MO: O que a CBM está fazendo para acabar com a disputa nociva ao esporte que existe entre a Moto 1000 GP e o SuperBike Brasil?
Firmo: Não temos que fazer nada, vivemos em uma democracia. O que temos que fazer é trabalharmos cada vez mais para termos um excelente Campeonato Brasileiro de Motovelocidade.

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Mário Sérgio Figueredo
Motociclista apaixonado por motos há 42 anos, começou a escrever sobre motos como hobby em um blog para tentar transmitir à nova geração a experiência acumulada durante esses tantos anos. Sua primeira moto foi a primeira fabricada no Brasil, a Yamaha RD 50.