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Baylyss e Corser

Indiscutivelmente, Valentino Rossi é o Melhor (com M maiúsculo mesmo) piloto da MotoGP atual, mas mesmo ele teve, em muitos casos ajuda da sorte. Quem acompanha as corridas já viu isso acontecer inúmeras vezes. Outro dia me falaram que sorte é a união da oportunidade com o talento. Que seja. Mas o cara tem talento e tem sorte. Ou melhor, tinha. Esse ano, a coisa tá toda embolada. E não dá para prever quem estará na liderança do campeonato após a próxima corrida. Melhor ainda pra nós, que agora temos o Mundial MotoGP na Sportv, e também o WSBK (que no ano passado foi transmitido apenas pelo Bandsports) nos dois canais. O que acaba nos dando excelentes finais de semana, como esse último. No sábado vimos uma batalha emocionante até a ultima curva na MotoGP, e duas corridas ainda mais emocionantes no domingo na superbike.

Bom, vamos ao que interessa, WSBK, afinal de contas é pra isso que meu patrão, o Tite, me paga tantos milhões. Hehe… Brincadeiras à parte, foi um final de semana no mínimo excitante.

Misano é um circuito apertado e cheio de curvas. Não tem nenhuma reta longa, aliás, pra falar a verdade, mal tem uma reta. O que favorece particularmente as motos com motor V2. Desde a primeira corrida do WSBK em Misano, em 1991, somente 4 corridas foram vencidas por motos não V2, 3 pelas Honda RC45, que também tinham motores em V, mas com 4 cilindros e 750cc, e uma pela Kawasaki ZXR750. Além de favorecer as V2, Misano também é quente. Muito quente. O que é particularmente duro nos pneus. Quem tiver pneus em melhor estado a partir da segunda metade das corridas com certeza terá melhores chances que os outros pilotos.

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Largada em Misano

Os treinos mostraram mais ou menos o óbvio, com Troy Bayliss (Ducati) no topo da lista, seguido por Troy Corser (Suzuki), James Toseland (Honda), Andrew Pitt (Yamaha), Regis Laconi (Kawasaki) e Noryiuki Haga (Yamaha). Quem não era esperado nessa lista era Steve Martin com sua Foggy Petronas FP1, moto de 3 cilindros e ligeiramente menos potente que suas rivais. Talvez tenha conseguido uma boa classificação por ser menos dura com os pneus, ou por ser menos potente, porém mais fácil de controlar em curvas.

Com a lista pronta, fomos para a Superpole. Para quem está se acostumando com o Mundial de Superbike, a Superpole é o seguinte: os melhores pilotos na classificação têm uma segunda chance de brigar pela pole-position, aqui chamada de Superpole. Cada um pode dar uma volta rápida, sozinho, sem tráfego para brigar pela melhor posição na largada. Resultado: James Toseland em primeiro, seguido por Corser, Pitt, e a zebra Steve Martin na primeira fila. Nosso Alex Barros conseguiu apenas o 11° lugar no grid. Como torcedor fico frustrado com isso. E o líder do campeonato, Bayliss conseguiu apenas a 7ª posição no grid, o que com certeza tornaria as corridas interessantes.

Como já mencionei antes, cada etapa da superbike é composta de duas corridas, mas o grid de largada é o mesmo definido para os top 15 pela superpole e para o resto pelos tempos de classificação nos treinos oficiais.

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Corrida 1: O Tempo estava, para variar, quente. Dada a largada vimos James Toseland aproveitar da pole e terminar a primeira curva em primeiro, mas quem impressionou mesmo foi Haga que largou em 6° e imediatamente pulou para 3°. Haga é um tremendo piloto famoso por enfiar sua moto em lugares e posições inimagináveis. Tem um estilo agressivo de pilotagem, quase sempre judiando muito do equipamento e principalmente dos pneus.

A corrida começou disputada, na 8° vimos Andrew Pitt, companheiro de Haga perder a frente e ver o chão, em seguida, na volta 16 o atual campeão, Troy Corser também teve o mesmo destino.

Enquanto isso, Bayliss seguia em sua escalada pela liderança. Na 11ª volta tomou a liderança de Toseland para não perder mais. Em terceiro vinham Yukio Kagayama, seguido por Haga e Barros. Nosso brasileiro, pra variar, não fez e melhor das largadas, mas durante a corrida vinha recuperando o espaço perdido. Na bela batalha com Haga, passou o japonês e terminou em quarto, com Regis Laconi vindo em sexto.

Xaus e Foret

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Corrida 2: Com o mesmo grid da primeira corrida, e sem a preocupação em ter que correr de novo no mesmo dia, a segunda corrida é sempre mais “animada” que a primeira.

Com a temperatura um pouco mais alta, era natural de termos grandes disputas por posições ao longo de toda a prova. Mas com tantos nervos exaltados, o que aconteceu foi uma série de tombos. Corser largou bem e logo assumiu a liderança, para perdê-la em um tombo no mínimo idiota. Toseland também vinha fazendo uma grande corrida mas escorregou e saiu da pista, conseguiu voltar, mas perdeu muito terreno. Bayliss também sofreu um tombo besta, mas deu sorte de sua moto não morrer, e conseguiu retornar, mas muito atrás. Quem se deu bem com todos os tombos foi Andrew Pitt que herdou a primeira posição e junto com ela a bandeira quadriculada. Cris Walker e Noryiuki Haga passaram toda a prova em uma batalha interminável, para ambos perderem a posição para nosso Alex Barros em uma só ultrapassagem. Memorável. Barros, para variar, largou mal, terminou a primeira volta lá trás, mas o homem estava possuído. Veio subindo posições e passando todo mundo, em alguns casos, com a moto escorregando de todas as maneiras. Tenho certeza absoluta que se Barros conseguisse largar melhor teria vencido pelo menos 2 corridas esse ano e não estaria tão atrás no campeonato. Em ritmo de corrida ele vira os mesmos tempos dos líderes, mas com a desvantagem de largar mal e ter que enfrentar todo o tráfego à sua frente. A corrida terminou com Andrew Pitt vencedor, seguido por Barros, Haga e Waker.

Depois das duas tremendas corridas o campeonato foi um pouco sacudido. Com Bayliss vendo sua liderança diminuir um pouco, para 94 pontos. E a luta pelo segundo posto se apimentar. Agora a diferença entre o segundo colocado, Haga, e o quarto, Barros, é de apenas 14 pontos. Temos pouco menos de 1 mês para a próxima corrida, dia 23/7 em Brno, onde a maioria das equipes já fez testes esse ano, e já tem boas informações sobre a pista. Mais um ótimo fim de semana, com certeza. Vamos aguardar. Para quem, como eu, gosta de motovelô, esse fim de semana (2/7) tem MotoGP em Donington Park. Misano Adriatico Campeonato

Corrida 1

1 AUS Bayliss – 40’06.480

2 GBR Toseland – 40’13.423

3 JPN Kagayama – 40’16.621

4 BRA Barros – 40’21.497

5 JPN Haga – 40’21.856

 

Corrida 2

1 AUS Pitt – 40’18.671

2 BRA Barros – 40’21.388

3 JPN Haga – 40’25.230

4 GBR Walker – 40’25.771

5 JPN Kagayama – 40’25.947

1 AUS  Bayliss 254

2 JPN Haga – 160

3 GBR Toseland – 157

4 AUS Corser – 149

5 BRA Barros – 146

6 AUS Pitt – 128

7 ITA Lanzi – 80

8 ESP Xaus -70

9 GBR Walker – 64

10 ESP Nieto – 61