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É, você leu certo. A sugestão que fazemos aqui une estradas e rodovias, uma Harley-Davidson e vagões de trem, no Paraná. Existe uma linha turística de trem que liga Curitiba até a cidade de Morretes (distante aproximadamente 70km da capital estadual), proporcionando uma experiência única ao passar por lindas paisagens e contar com serviços personalizados – ainda mais com a possibilidade de você levar sua moto ‘de carona’ num dos vagões!

Eliana Malizia em mais uma de suas viagens! Agora, no gracioso passeio de trem para Morretes, no Paraná

Eliana Malizia em mais uma de suas viagens! Agora, no gracioso passeio de trem para Morretes, no Paraná

Quem viveu essa pequena aventura é Eliana Malizia. Piloto de testes de motos, repórter de mototurismo e lifestyle, Eliana tem seu escritório na pista e na estrada, desde que em cima de uma moto. Ela cursou fotojornalismo e Educação Física, fez MBA em Marketing e cursos extensivos em Los Angeles e também já passou por revistas especializadas, sites, e jornais. Hoje, relata suas histórias de viagens e reconhecimento profissional no seu site pessoal, o Acelerada.

Viagem de moto e trem no Paraná (com a nova Harley Road Glide Special) – por Eliana Malizia

A gente faz novos amigos o tempo todo, pelas redes sociais, encontros e principalmente na estrada. Motociclistas sabem muito bem como é e comigo não é diferente, por isso, tenho amigos por todo canto do Brasil! Bom, então eu estava eu em Balneário Camboriú (SC), no evento National H.O.G. Rally, e encontrei uma amiga virtual, a Stephanie Rosa. Convidei-a para me acompanhar de moto até Curitiba, pois queria explorar o melhor do turismo da região… e não é que ela topou? E lá fomos nós!

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Cada uma na sua Harley. Eliana com uma Harley-Davidson Road Glide Special 107 e Stephanie a bordo da Sportster 883

Cada uma na sua Harley. Eliana com uma Harley-Davidson Road Glide Special 107 e Stephanie a bordo da Sportster 883

Aceleramos sem pressa, curtindo a estrada, o vento e as motos, afinal estávamos muito bem acompanhadas: eu a bordo de uma Harley-Davidson Road Glide Special 107 e a Sté (assim que passei a chama-la) com uma Harley-Davidson Sportster 883. Foram 220 km de curtição até Curitiba, em estrada em ótimo estado, com direito a uma paradinha na serra de Joinville para comprar Pinhão fresquinho à beira da estrada… é coisa de turista mesmo!

Parada para comprar pinhão

Parada para comprar pinhão

Legal contar: Na estrada, um pouco antes da parada para comprar pinhão, um motociclista pilotando uma HD Street Glide surgiu na nossa frente e, gentilmente, pagou a nossa passagem – o que facilitou a vida, afinal é sempre um saco tirar as luvas. E sim meninos, podem continuar sendo gentis, porque ainda tem muita mulher que admira e agradece. Eu sou uma delas, e foi o que fiz. Agradeci o amigo da moto e continuamos nosso role, felizes com o pequeno gesto.

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Um pouco antes de chegar em Curitiba, pegamos 20 km de congestionamento daqueles bem bravos. Fui abrindo caminho com a Road Glide, e mesmo entre carros e corredores, a moto mandou super bem! Só pra lembrar, o guidão não é fixo no “morcego”, e isso facilita muito a pilotagem em baixa velocidade. Não se sente o peso da frente, é incrível! Uma grande moto e muito fácil de pilotar.

Chegamos em Curitiba

Deixamos bagagem e nem descansamos. Fomos logo bater perna pelo centro histórico! São bares e restaurantes numa pegada mais alternativa. A arquitetura, ruas estreitas e calçadas de paralelepípedos nos fez lembrar da cidade de Ouro Preto – alias, foi até mesmo uma observação da Sté. Bacana que dá para conhecer tudo caminhando: Mesquita de Curitiba, Solar do Barão, Palacete Tigre Royal, Praça Garibaldi, Igreja da Ordem, Teatros e muito mais.

A mágica Estrada da Graciosa

O grande objetivo da parada na capital paranaense era fazer o famoso passeio de trem. Mas como tínhamos dois dias de “folga” bolei um roteiro dos melhores lugares para conhecer em Curitiba e redondezas. Sugeri para o primeiro dia acelerarmos até a Estrada da Graciosa.

Um passeio pela encantadora Estrada da Graciosa não poderia ficar de fora do roteiro!

Um passeio pela encantadora Estrada da Graciosa não poderia ficar de fora do roteiro!

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De Curitiba até o Portal onde se inicia a estrada da Graciosa, são 40 km. Chegamos no portal, paramos para alguns cliques e logo partimos para a aventura pelo famoso trecho, um dos mais bonitos que conheço. Sim, eu já passei pela Estrada algumas vezes e pretendo repeti-la por muitas mais!

O que muitos turistas fazem é parar na cidade onde a Estrada termina, Morretes, e voltar para Curitiba pela rodovia. Mas… como faria a parada em Morretes no passeio de trem, resolvi curtir o máximo da Graciosa e voltei para Curitiba por ela mesmo. Foram 80 km ida e volta, aproveitando cada segundo. Mil sensações, flores, perfumes, estrada cheia de curvas e muita paisagem.

A Road Glide vem com um possante sistema multimídia, então aproveitei para ouvir na estrada a música I’m like a Bird, da Nelly Furtado. Ah, e você pode dizer que é música de “coxinha”, ou de menina, mas foi a trilha da vez. A canção me fez meditar, me emocionar, muita coisa boa me passou pela cabeça… aquela sensação de liberdade, de me sentir viva, de poder sentir o vento… de voar. A Estrada da Graciosa tem uma beleza exuberante e uma energia inexplicável.  Uma estrada mágica!

Grandalhona, mas ágil, a Road Glide Special 107 recebeu muitos elogios de Eliana

Grandalhona, mas ágil, a Road Glide Special 107 recebeu muitos elogios de Eliana

Mais um dia livre

Que dia livre que nada! Fomos dar role pela cidade de Curitiba. Começamos com um café da manhã na Ópera de Arame. Calibradas e cheio de energia, seguimos para uma caminhada no parque da Tanguá, depois uma visita na UNILIVRE e, por fim, nos despedimos da luz do dia apreciando o por do sol no Jardim Botânico. Fantástico!

O Parque Tanguá. Com um mirante a 65 m de altura, cascata e um grande jardim em estilo francês com canteiros de flores e espelhos d’água, vale ficar por horas lá. Mas vá prevenido, os borrachudos nos fizeram a festa.

UNILIVRE. Situada no Bosque Zaninelli e, no local, uma pedreira desativada, meio de um bosque com várias espécies de aves e um lago de carpas. A sede da Unilivre é  uma torre de madeira. Foi construída com troncos de eucalipto (vigas e pilares) e complementada com imbuia, cambará, cedro e vidro.

Finalmente: O passeio de Trem para Morretes!

Chegamos na Serra Verde Express pontualmente, às 6h30 da manhã, para transportar as motos no vagão. É preciso levar 4 cintas para prender a moto, mas fique tranquilo, lá tem funcionários para ajudar. Às 8 horas partimos com destino Morretes. Escolhemos o vagão “camarote”, com serviço de bordo, e direito a café da manhã (custa R$352,00 por pessoa mais R$35,00 por moto). Valeu cada centavo. São 3 horas de passeio, apreciando as belezas da Mata Atlântica. Foi enriquecedor viajar por uma ferrovia com 130 anos de história pela Serra antiga do mar.

Uma das passagens é  pelo Viaduto do Carvalhocom 86 metros de extensão. Ele foi construído sob seis pilares de alvenaria fixados na rocha e é o resultado de um acidente durante a sua construção, mas foi graças a ele que temos uma vista maravilhosa do local. Além disso, quando o trem passa pelo Viaduto você não vê os trilhos, dando a sensação de estar nos ares por alguns segundos!

Chegando em Morretes retiramos as motos do vagão e fomos degustar o famoso Barreado, passear pelo centro, jogar conversa fora. Retornarmos pela rodovia principal até Curitiba – rodando cerca de 70km. Mas, lembre-se, você pode voltar pela estrada “mágica”, a Estrada da Graciosa.

Levar ou não levar  a moto no trem?

A volta de trem é ainda mais longa que a ida até Morretes, são mais de 3 horas. E um passeio que pode ser prazeroso mas também pode acabar se tornando muito cansativo. Por isso, levar a moto como “bagagem” (rsrs) é a melhor opção. Assim, curtir o trem na ida, e na volta, de moto, ter a liberdade de voltar a hora que bem entender.

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Bom, sabe aquelas viagens que você não quer que acabe nunca? Pois é, esta foi uma delas. Mas como tudo que é bom acaba logo, tive que me despedir dos novos amigos e partir sozinha para minha cidade. Mas voltei em ótima companhia, acelerando uma moto grande e levíssima de tocar, a Road Glide Special . Cantarolando e sempre atenta, percorri 300 km de estrada em ótimo estado e mais 100km de trechos com alguns buracos e bastante caminhão até São Paulo. Cheguei em Sampa feliz e com mais boas lembranças, histórias pra contar e hummmm… pinhão pra cozinhar!

Lugares para motociclistas em  Curitiba:

Street 444
Distrito 1340
Riders Pub
Club 1903 Motos

Onde ficar:

Curitiba: Hotel Deville Business Curitiba
Morretes: EcoPousada Casas Di monte

Sobre o trem:
É bacana entrar em contato e ver a disponibilidade do vagão para levar as motos e é preciso chegar cedo. O Whatsapp para contato com a Serra Verde Express é 41 8867-8022 (www.serraverdeexpress.com.br)

Dica:
Cuidado ao procurar no GPS pelo caminho pra Estrada da Graciosa. Na região de Curitiba há uma rua chamada “Rua Estrada da Graciosa” e o seu aparelho pode te guiar para lá!

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