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Fabricantes brasileiros ainda insistem em vender motos com freio a tambor na roda dianteira

Fabricantes brasileiros ainda insistem em vender motos com freio a tambor na roda dianteira

Enquanto fala-se cada vez mais em segurança para motociclistas, é inaceitável que um recurso mecânico abolido definitivamente nas rodas dianteiras dos veículos de quatro rodas na década de 1980 ainda continue sendo largamente utilizado nos veículos de duas rodas de hoje, tornando-se fator contribuinte para um sem número de acidentes com mortes e lesões sérias em motociclistas, que não conseguem frear suas motos à tempo de evitar colisões e atropelamentos (não existem estatísticas oficiais a respeito). Trata-se do freio a tambor, ainda em uso no Brasil em motocicletas de pequena cilindrada.

Esta seguiu uma grande modificação em toda a familia, com novo chassi e um novo desenho geral para os conjuntos ópticos dianteiro e traseiro, além de outras muitas pequenas modificações

A Honda CG 125 Fan, a queridinha dos motofretistas, tem o arcaico freio dianteiro a tambor

Daí alguém vai argumentar que o culpado é o próprio cliente, que compra motos com estas características, mas esquece-se que nem todo mundo tem essa consciência de segurança, que frotistas de motos não estão preocupados com o bem-estar de seus funcionários, e também que uma grande parcela dos consumidores desse produto são motofretistas, que em sua maioria colocam a grana curta atropelando a segurança.

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A Yamaha segue o mau exemplo e a Crosser 125, recém lançada, também não abre mão do freio dianteiro a tambor

A Yamaha segue o mau exemplo e a versão básica da Crosser 150 também vem com freio dianteiro a tambor

E também que as montadoras têm o papel de formadoras de consumidores, ou seja, mesmo que o cliente esteja disposto a comprar, a ausência desse produto inseguro no mercado fará com que ele, o consumidor, compre uma moto mais segura.

Freio a tambor em uma Yamaha RD 350 1972, grande responsável pelo apelido de "viuva negra"

Enorme cubo de freio a tambor em uma Yamaha RD 350 1972. Sua ineficiência foi grande responsável pelo apelido de “viuva negra” que a moto carregará para sempre

Felizmente essa prática está com os dias contados. Daqui a pouco menos de dois anos e meio (início de 2019) todas as motocicletas fabricadas, montadas ou importadas no Brasil terão obrigatoriamente que ter sistema ABS, pelo menos na roda dianteira, e para ter ABS tem que ter freio a disco. Mas por que esperar a obrigatoriedade da lei? Por que não mudar as linhas de montagem agora para salvar vidas, mandando o sistema de freios a lona para os museus, onde é o seu verdadeiro lugar? Até em bicicletas, que têm menor velocidade e peso o freio à disco está sendo largamente utilizado.

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Até as bicicletas estão aderindo cada vez mais ao freio a disco

Até as bicicletas estão aderindo cada vez mais ao freio a disco

É evidente que todo fabricante visa primordialmente o lucro, mas deve também ter consciência e algum tipo de co-responsabilidade com o bem estar de seus clientes, que compram seus produtos buscando conforto, segurança e comodidade.

Motos com freio a tambor na roda dianteira

HONDA: Pop 110i, Biz 110i, CG 125i Fan, e CG 160 Start

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YAMAHA: Crypton, Factor 150E e Crosser 150E

SUZUKI: GS 120

DAFRA: Super 100, Super 50 e Zig 50

TRAXX: Star 50 e Moby 50

KAWASAKI: nenhuma

Triumph: nenhuma

Harley-Davidson: nenhuma

BMW: nenhuma

Indian: nenhuma

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Mário Sérgio Figueredo
Motociclista apaixonado por motos há 42 anos, começou a escrever sobre motos como hobby em um blog para tentar transmitir à nova geração a experiência acumulada durante esses tantos anos. Sua primeira moto foi a primeira fabricada no Brasil, a Yamaha RD 50.