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Feche os olhos e conte at‚ quatro; este ‚ o tempo necess rio para que os Renault RS23 de Fernando Alonso e Jarno Trulli reduzam de 300 km/h at‚ a parada completa.

A 200 km/h, a mesma opera‡Æo requer apenas 2,9 segundos e uma distƒncia de 65 metros. As estat¡sticas sÆo igualmente impressionantes a 100 km/h: 1,4 segundos e 17 metros! Ao mesmo tempo, o piloto ‚ exposto a uma desacelera‡Æo longitudinal de 5,2 G – um G equivale a uma vez a for‡a da gravidade.

S¢ existe um tipo de material capaz de garantir tal n¡vel de desempenho: o carbono, empregado tanto nos discos quanto nas pastilhas de freio. Onipresente na F1, o carbono combina v rias caracter¡sticas importantes. Suas propriedades b sicas garantem impressionante desacelera‡Æo, sua leveza faz com que o peso de cada disco nÆo exceda a 1 kg e, o mais importante, sua capacidade de absorver e dissipar o calor lhe d  uma resistˆncia sem paralelos. Mesmo aquecido a mais de 1.000§C na entrada de cada curva e utilizado cerca de 800 vezes por corrida, o carbono ‚ capaz de resistir … distƒncia completa de um GP sem falhas.

NÆo ‚ novidade que os engenheiros estejam constantemente pesquisando meios de melhorar a eficiˆncia da frenagem. O trabalho ‚ facilitado pela sempre crescente capacidade de aderˆncia dos pneus e pelo aprimoramento constante da aerodinƒmica, que tamb‚m contribui para a estabilidade nas curvas. A empresa norte-americana HITCO, que fornece os discos e pastilhas de freio para a equipe Renault F1, faz pesquisas e desenvolvimentos cont¡nuos e, apesar das v rias restri‡äes impostas pelo regulamento, as distƒncias de frenagem estÆo cada vez menores.

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O uso de freios de fibra de carbono exige uma adapta‡Æo especial por parte do piloto. O curioso ‚ que durante as primeiras fra‡äes de segundo ap¢s o acionamento do pedal ‚ como se nada estivesse para acontecer. Este lapso ‚ na verdade o tempo necess rio para que a fric‡Æo entre o disco e a pastilha leve o sistema a sua temperatura de funcionamento. Durante o primeiro meio segundo, a temperatura sobe 100§C a cada d‚cimo de segundo at‚ que chegue a 1.200§C!”Uma vez que o sistema entre em pleno funcionamento, a desacelera‡Æo ‚ imediata… e brutal.

Um detalhe que pode ser cr¡tico ‚ o tamanho dos dutos que canalizam o indispens vel fluxo de ar fresco para refrigera‡Æo do sistema: se os discos funcionarem muito frios, perdem eficiˆncia.

Com a exce‡Æo de David Coulthard e Rubens Barrichello, os pilotos da F1 freiam com o p‚ esquerdo.  importante que sejam capazes de sentir o tˆnue limite entre a pressÆo perfeita de frenagem e o ponto no qual as rodas travarÆo, um detalhe que explica a sensibilidade oferecida pelo solado de suas sapatilhas. Apenas 5% a mais de pressÆo pode fazˆ-los rodar.