Publicidade

Fat Bob – Bobber, FXDF. As mais “esquecidas” das motos do projeto Rushmore foram as da linha Dyna. E o modelo Fat Bob das Dynas recebeu poucas, mas importantes modificações para 2014. Os dois farois pequenos na frente já lhe dá o visual distinto das custom do antigo continente europeu e ela não abre mão das importantes distinções da marca americana.

Guidão estilo "drag-bar" e dois faróis dão à frente um visual próprio e particular

Guidão estilo “drag-bar” e dois faróis dão à frente um visual que lembra motos do antigo continente

Novo paralama traseiro com duas luzes circulares casam perfeitamente com os faróis na traseira recortada. A posição do piloto bem radical lhe deixa com o vento de frente e o guidão estilo “drag bar” põe as mãos em boa posição para comandar facilmente a direção.

Estilo arrogante e malvado e reforçado pelas cores escuras e sem brilho, contrastadas pelo cromo

Estilo arrogante e malvado é reforçado pelas cores escuras e sem brilho, contrastadas pelo cromo

Publicidade

Os pés para a frente fazem com que você se acomode com conforto no assento bem contornado, com bom apoio lombar. Dá para andar longas horas sem se cansar, desde que sejam em velocidades que não causem grande pressão do vento, porque os pés podem “voar” das pedaleiras.

Escapamento, dois em um em dois traz o visual de canos inteiros únicos, no melhor estilo da marca

Escapamento, dois em um em dois traz o visual de canos inteiros únicos, no melhor estilo da marca – São na verdade capas de proteção que contribuem para isolar o calor, mas se encostar o seu calçado vai deixar manchas de plástico derretido

Para maior impressão de força, os escapes trazem uma linha bem contornada. São duas saídas do único silencioso, com dois coletores cromados que alimentam-no para que depois, essas ponteiras intercaladas forneçam o ronco grave e imponente do inconfundível motor Harley-Davidson. No visual, composto pela capa de proteção, a impressão é de canos duplos até o fim. Faz bem aos olhos.

O motor é 96 e no Brasil não tem a opção 103 que há nos EUA, mas dá conta do recado - Câmbio de seis marchas dá mais opções para adequar a velocidade com a rotação do motor

O motor é 96 e no Brasil não tem a opção 103 que há nos EUA, mas dá conta do recado – Câmbio de seis marchas dá mais opções para adequar a velocidade com a rotação do motor

Publicidade
Traseira recortada tem dois circulos iluminados como sinalização - A marca vem estampada nas rodas, mostrando o capricho do acabamentos

Traseira recortada tem dois circulos iluminados como sinalização – A marca vem estampada nas rodas, mostrando o capricho do acabamentos

O modelo original foi lançado em 2008 nos EUA. Recebeu novidades em 2012 e nessa versão 2014 teve modificações para um visual mais arrogante e malvado. Sai um pouco da concepção das clássicas Harley e invade o território ocupado pelas Bobbers europeias da atualidade. Mas não deixa de lado grandes avanços, como a chave eletrônica que desativa e liga o alarme quando se distancia da moto, os comandos inteligentes como o desligamento da sinalização de conversão automaticamente, seja pelo tempo decorrido ou pelo retorno da inclinação na curva.

Detalhe do medidor de combustível mais retrô das Halreys

Detalhe do medidor de combustível mais retrô das Halreys

Há ainda na instrumentação, informações importantes como indicador de marcha e rotação do motor, autonomia do combustível, quilometragem da viagem, tudo no mínimo visor em cristal líquido, muito fácil de visualizar no tradicional e grande instrumento sobre o tanque. Um toque no botão no punho é a forma de navegar pelas várias funções desse instrumento, muito útil em viagens. Por outro lado, o visor do medidor de combustível na tampa falsa no lado esquerdo do tanque, ainda dá a impressão de ser um acessório dos tempos antigos, reforçando a imagem das clássicas H-D, além de não ser fácil de visualizar quando na posição do piloto.

Publicidade

O motor é um 96 Twin Cam ™ (1.573cm³), mas nos EUA tem também o 103, com 1.687cm³. Este vem com 1,5 kgf.m a mais de torque. Então, o de 1.573cm³ evoluiu do 88 que em 2007 recebeu modificações para obter o deslocamento de 96 polegadas cúbicas. O curso foi aumentado de 101,6 mm para 111,1mm.  Na verdade ele puxa bem, com bom torque, mas o americano recebe mais com a opção do motor 103. Esse, por não ter condições de passar em nossas rígidas leis contra emissões, não está disponível no Brasil na linha Dyna.

Avaliação da comunidade Motonline - clique na foto para ver detalhes

Avaliação da comunidade Motonline em 19-09-2014 – clique na foto para ver os detalhes atualizados, os prós e contras

São seis marchas com o tradicional câmbio H-D que melhorou muito em relação aos anteriores que faziam bastante barulho ao engatar a primeira marcha. Nos engates em movimento também, agora responde mais rápido e com maior facilidade, inclusive aceitando bem as mudanças sem embreagem. Os freios são a disco nas duas rodas com rotores mordidos com pinça de quatro pistões na frente e simples atrás. Ambos muito eficientes, mas o traseiro exige muita força no pé para acioná-lo. Poderia ser mais macio.

No trânsito as manobras não são muito rápidas, mas apesar do tamanho, ela passa bem nos engarrafamentos porque o guidão não é muito largo. O longo entre eixos e os volumosos conjuntos pneus e rodas dão um aspecto imponente. Nas curvas seria até de se esperar mais dificuldades do que de fato apresentam. A Fat Bob faz curvas sim e muito bem. É verdade que precisa de um esforço extra para colocar e tirá-la da curva, mas ela vai e inspira bastante firmeza e confiança, com boa margem para inclinação. Ou seja, o limite da moto chega antes, com aquele já conhecido “festival de faíscas” no asfalto ao raspar as pedaleiras de um ou outro lado.

Nos buracos das estradas brasileiras essas rodas volumosas cobram seu preço. A suspensão responde com competência os impactos, desde que o grande peso das rodas não chegue a prejudicar seu movimento. Em algumas ocasiões pode-se observar uma vibração, decorrente da grande massa não suspensa das rodas, que não permite a suspensão absorvê-las totalmente, principalmente na frente. Na traseira, o funcionamento é bem condizente com o estilo da moto, absorve bem os impactos com um bom curso, desde que esteja bem regulada a pré carga das molas para a carga da moto.

Com a geometria das Dyna, as Fat Bob ganham mobilidade pelo baixo peso em relação às outras

Com a geometria das Dyna, as Fat Bob ganham mobilidade pelo baixo peso em relação às outras

No quesito geometria das Dyna essa Fat Bob leva a vantagem pelo pouco peso, em relação às outras. Respostas são lentas, mas determinadas e podem levar a moto a situações de grande inclinação nas curvas. Nessas horas não há flexões em excesso no chassi, mesmo nas maiores acelerações, frenagens, buracos, entrando ou saindo de curvas. Nas retas o chassi mostra as suas melhores qualidades, oferecendo conforto e estabilidade. Garupa? Esqueça. Essa moto é para motociclistas solteiros ou solitários. Nem o espaço, tampouco a suspensão estão preparados para receber um eventual garupa. Claro que a almofadinha está lá, mas é mera figuração.

Com seu desenho diferenciado, esta Fat Bob surpreende pela agilidade. Para uso na cidade, no trânsito parado ou muito lento ela sofre e faz sofrer, seja pelo calor do motor ou pelo peso nas manobras. Mas ela vai muito bem nos corredores urbanos e não precisa fazer qualquer esforço para um passeio tranquilo por estradas ou rodovias. Até oferece grande prazer de pilotar pela confortável e relaxada posição, com pernas quase esticadas e os braços apoiados no guidão. Com o preço FIPE em setembro de 2014 a R$ 47.209,00, ela é uma das inúmeras opções que a Harley-Davidson oferece dentro do segmento mais estável do mercado brasileiro, o das motos premium custom (ou cruiser).

Harley-Davidson Fat Bob - Ficha Técnica

Harley-Davidson Fat Bob – Ficha Técnica

Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.