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Harley-Davidson 1947 - Raridade de 1200cc

Para muitos motociclistas ter uma Harley-Davidson já é a realização de um sonho. Mas ter na garagem uma HD Chicago 1947, equipada com motor Knucklehead, não tem preço

Em 1947, vários acontecimentos agitaram o Mundo no Pós-Guerra. A Índia conquistava independência do Império Britânico. Nos Estados Unidos ocorre a primeira quebra da barreira do som, com o avião X1A, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) inicia suas operações. Na Europa, a rainha Isabel II, do Reino Unido, casavasse com Filipe Mountbatten, príncipe da Grécia e Dinamarca. Além disso, Walt Disney cria o personagem Tio Patinhas, surge a câmera fotográfica Polaroid e a metralhadora AK-47. Morrem o gangster Al Capone e o fabricante de automóveis, Henry Ford. Falando em produção em série, a Harley-Davidson Chicago Knucklehead deixa de ser fabricada em Milwaukee, Wisconsin (EUA).
Sessenta anos depois, alguns exemplares desta raridade sobre duas rodas ainda circulam pelo planeta. No Brasil, são apenas quatro modelos em perfeitas condições de uso. Confira os detalhes desta raríssima HD rubro-negra de um empresário carioca, que consumiu cerca de R$ 40 mil em investimentos e pouco mais de um ano para ser completamente restaurada.

Harley-Davidson 1947 - Raridade de 1200ccMOTOR E CICLÍSTICA – O grande diferencial do modelo, que foi fabricado entre 1936 a 1947, é o motor Knucklehead, de 1200 cm³. Este é um dos primeiros propulsores da Harley com válvula no cabeçote e acionamento por vareta. Visualmente, o motor exibe grandes porcas no cabeçote e serviu de base para os grandes V-Twins da mítica marca norte-americana: Panhead, Shovelhead e, posteriormente, a linha Evolution.

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A HD da década de 40 traz como principais características suspensão dianteira Springer (estilingue), com regulagem na pressão da mola; e na traseira rabo-duro. Para ajudar a absorver os impactos, há uma mola no tubo do assento. A moto conta também com embreagem no pé, câmbio de quatro marchas na mão, avanço do distribuidor manual, freios a tambor, rodas de aro 16″ e pneus “quadrados”. O painel de instrumentos – velocímetro, hodômetros parcial e total – fica entre os dois tanques de combustível (oito litros cada), lanterna traseira capelinha e pára-lama traseiro basculantes para facilitar a troca do pneu. Além disso, a HD Chicago traz partida a pedal, parte elétrica revestida de pano e transmissões – primária e secundária – via corrente.

RESSURGINDO DAS CINZAS – Como a Fênix, pássaro da mitologia grega, a HD Chicago ressurgiu de suas próprias cinzas. Adquirida em estado de petição de miséria, a moto foi recuperada pela Mo`Tobruk, oficina especializada que fica em São Paulo. Com exceção do motor, que foi totalmente reconstruído no Canadá, a raríssima moto foi restaurada no Brasil. Para a execução deste meticuloso trabalho foram investidos cerca de R$ 40 mil.

O primeiro passo foi desmontar totalmente a HD Chicago. Posteriormente, o quadro foi jateado e muitas peças foram pintadas. Este modelo tem outro diferencial: conta com peças niqueladas em vez de cromeadas. Alias, está Harley tem poucas peças brilhosas.

Na parte dianteira foi preciso fazer o embuchamento dos balancins do eixo. Além disso, várias peças foram substituídas devido à ação do tempo. Para o motor funcionar com mais precisão, o carburador original (Linkert) foi substituído por um S&S, tradicional marca norte-americana de moto-peças. Mas sempre buscando a originalidade total.

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Já no câmbio foram trocadas juntas, rolamentos e retentores. Nas rodas, aros pintados de vermelho, cubo preto, panelas pretas e raios niquelados. A pintura também seguiu o padrão original. Para completar, escape no melhor estilo rabo-de-peixe.

“A restauração de uma moto norte-americana é bem mais simples que de uma européia. O número de peças e a serem desmontadas é bem menor. Porém, este modelo é tão raro que não tem preço de revenda”, conta Márcio Ferraz, responsável pela reconstrução da HD Chicago 1947.

FICHA TÉCNICA – Harley-Davidson 1947
Motor V-Twin Knucklehead, com válvulas no cabeçote
Capacidade cúbica 1200 cm³
Câmbio Quatro marchas, com acionamento manual
Transmissão primária Corrente
Transmissão final Corrente
Ignição Distribuidor com platinado
Alimentação Dínamo, com regulador de voltagem (12V)
Partida Pedal
Quadro Berço duplo
Suspensão dianteira Springer
Suspensão traseira Rabo-duro
Freio dianteiro Tambor
Freio traseiro Tambor
Pneu dianteiro 5.00 – 16
Pneu traseiro 5.00 – 16
Tanque de combustível 16 litros
Cores Preta/Vermelha
Preço n/d