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Após período de estabilidade, os índices de inadimplência nos contratos de financiamento de veículos para pessoas físicas apresentaram retração durante o mês de novembro de 2012. A queda de 0,3 pontos percentual, passando de 5,9% para 5,6% do Saldo da Carteira de Veículos, reforça o otimismo do setor, que segue apostando em uma tendência de redução ainda maior nos atrasos de pagamento durante os próximos meses.

Décio Carbonari, presidente da ANEF - Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras

Décio Carbonari, presidente da ANEF - Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras

Segundo o presidente da ANEF (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), Décio Carbonari, além do recuo da inadimplência, a nova queda na taxa de juros, que durante o mês de novembro passou de 1,27% para 1,26%, a.m., atrairá novos clientes, beneficiando ainda mais a Carteira de Financiamento de Veículos. A taxa média de juros anual de veículos utilizada pelos associados da ANEF em outubro estava em 16,35% a.a e passou a ser de 16,21% em novembro. A taxa média no mesmo mês de 2011 era de 1,50% a.m e 19,56% a.a.

“A queda na taxa de juros, em conjunto com a manutenção da redução do IPI, que seguirá reduzido durante os primeiros meses de 2013, mantiveram as vendas aquecidas e proporcionaram o retorno ao mercado de um público com renda maior e com melhores garantias de pagamento, influenciando também nos números de inadimplência que devem apresentar uma nova retração nos próximos meses”.

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Durante o mês de novembro, a liberação de crédito para aquisição de veículos financiados (CDC) foi de R$ 7,6 milhões, o que representou um decréscimo de 6,9 p.p em 30 dias, além de 15,5 p.p menor do que no mesmo período de 2011.

Com as exigências leoninar para concessão de crédito para aquisição de motocicletas, nada mais normal que a queda na taxa de inadimplência

Com as exigências leoninar para concessão de crédito para aquisição de motocicletas, nada mais normal que a queda na taxa de inadimplência

Entretanto, no gráfico acima, observa-se uma forte queda no volume de financiamentos e leasing (este último igual a zero), entre 2011 e o acumulado até setembro de 2012, evidenciando que apesar as palavras animadoras do presidente da ANEF, elas são voltadas para o mercado de veículos de quatro rodas. Constata-se que a redução da inadimplência nos financiamentos de motocicletas deveu-se especificamente por conta dos ferozes critérios na concessão de crédito para compra de veículos de duas rodas, já que a concessão de crédito para veículos de quatro rodas continuou obedecendo a outros critérios, menos exigentes, o que fez aumentar o volume de compra de motos à vista e através de consórcios.

Trocando isso em miúdos, significa que as financeiras só concederam financiamento para motocicletas quando sentiram certeza absoluta que o cliente honraria os pagamentos. Nestas condições, é óbvio que os índices de inadimplência tenderiam a cair, o que não é novidade nenhuma no mercado financeiro. O que o mercado de duas rodas quer são medidas mais positivas, que provoquem o aumento desse mercado a níveis de 2011.

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Espera-se que para 2013 os critérios e exigências mudem, tornando acessíveis os financiamentos de veículos de duas rodas a um número mais significativo de pretendentes à aquisição de motocicletas zero quilômetro pois só assim haverá uma recuperação do setor.