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O lançamento da BMW S1000RR implantou um novo patamar tecnológico nas motocicletas esportivas. Várias marcas introduzem nos seus produtos “top” o que podem oferecer de melhor.

Torna-se cada vez mais comum encontrar em vários modelos de motocicletas itens tecnológicos como os vários modos de condução, ajustes de suspensão, mapas de injeção eletrônica com diferentes curvas de torque e potência, níveis de segurança no controle de tração, respostas em micro segundos no ABS e até câmbio automático ou sistemas de troca rápida (shift-assist). Tudo isso que agora está disponível tem um aspecto de fundamental importância. Esta é uma guerra tecnológica para o lado bom, pois aumenta significativamente a segurança dos pilotos desses foguetes com duas rodas.

A nova ZX10R 2011 numa versão pré-produção

A nova ZX10R 2011 numa versão pré-produção

 

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A nova Kawasaki Ninja ZX10R para 2011 responde ao clamor da tecnologia alemã aplicada na S1000RR, considerada hoje a moto a ser abatida, no que diz respeito à guerra tecnológica ou de quem fabrica a moto mais veloz, mais competitiva e com mais tecnologia. Esse torneio é antigo e ele acontecia entre as motos inglesas, alemãs e italianas de antes e depois da segunda grande guerra, recomeçando nos anos 60, também com as japonesas. Acirrou-se internamente no Japão com as Suzuki GSXR e as próprias Kawasaki Ninjas, passou pelas Yamahas R1 até que a BMW nos agraciou com esse modelo em 2009, que desbancou todas as outras concorrentes novamente.

O arsenal disponível na “green” está todo com o novo produto, que foi completamente redesenhado, com vários componentes especiais. Está lá, por exemplo, o S-KTRC, um controle de tração inteligente, que percebe as condições de tração da pista e ajusta a curva de torque e potência para manter a moto na trajetória, mas sem grande diminuição de performance. Os amantes das S1000RR preferem desligá-lo porque acham-no invasivo demais.

Os modos de pilotagem são três. Além do “Full”, com toda potência liberada, existe o “low” onde a entrega é feita com mais parcimônia, e o modo médio variável, em que até 50% do curso do acelerador você tem potência total, mas após isso ela pode ser selecionada em mais dois modos: total ou variável. Nesse caso, corresponde a mais ou menos 60% do modo “full”, mas que varia proporcionalmente com a posição do acelerador.

No modo variável a curva de potência é proporcional à posicão do aceleradorO motor produz 200 Hp e tem embreagem deslizante ajustável e câmbio cassette.

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A competição pela melhor ficha técnica agora está com a dianteira desse novo modelo. O motor que a Kawasaki clama ter 200 Hp (contra 197 da BMW) conta com um câmbio tipo “cassette” que pode ter trocadas as relações de marcha sem mesmo esgotar todo óleo do motor. A embreagem deslizante é facilmente ajustável e a fábrica afirma que é o que mais contribui para a estabilidade da moto nas desacelerações.

O Tacômetro é feito de uma barra de LEDs que atua também como indicador de troca de marchas

Um amortecedor de direção Ohlins foi desenvolvido especialmente para ela e atua como estabilizador de direção. O painel eletrônico serve para várias funções: tem uma enorme barra de leds, como tacômetro, o primeiro da indústria que também funciona como indicador para troca de marcha, quando os LEDS começam a piscar. Tem iluminação automaticamente ajustada e também dois modos para fornecer informações ao piloto: “Standard” e “Race”, que fornecem informações relevantes para cada tipo de condutor.

O jogo está ficando cada vez mais interessante e quem ganha com essa guerra é o consumidor, que passa a ter não uma ou duas, mas uma ampla gama de motocicletas, muito desenvolvidas e cheias de inovações para facilitar a vida do motociclista.

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Estamos em plena revolução tecnológica, como várias que já houve na indústria de motocicleta. Nos anos 70 a tecnologia das suspensões ia de ano em ano revolucionando o esporte. Antes disso, nos anos 60 a eletrônica invadiu o universo das motocicletas eliminando o pesadelo que eram as ignições por platinado. Passamos pela revolução da injeção eletrônica e estamos em plena revolução da administração da motocicleta por microprocessadores. O que virá em seguida? O tempo vai dizer e nós todos aguardamos ansiosamente.

Fotos e vídeo: Divulgação 2010 Kawasaki Heavy Industries, Ltd

 

Obs.: Para facilitar a discussão sobre esse assunto, criamos um tópico no fórum para os motonliners. Clique aqui para acessar o tópico.

 

Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.