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Foto: Divulgação Lactec

Foto: Divulgação Lactec

Começou a funcionar em Curitiba (PR) o Laboratório de Ensaios de Emissões em Ciclomotores.

Trata-se de uma iniciativa do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec) e este é o primeiro laboratório do País a realizar estudos independentes sobre poluição por motocicletas – há outros quatro, sendo três em Manaus (AM) e um em Campinas (SP). O novo laboratório pode avaliar o nível de emissão de poluentes por motocicletas, que deverão se
adequar às determinações da nova lei federal sobre redução de poluentes, além de possibilitar o desenvolvimento de novos combustíveis.

“Por sermos um instituto de tecnologia nas áreas de informática, meio ambiente e automotores, damos um passo importante perante a comunidade científica, além de nos tornamos mais um importante instrumento para a atração de empresas porque os empresários procuram, cada vez mais, locais com tecnologia qualificada para se instalarem, e isso oferecemos no Paraná”, afirmou o diretor-superintendente do Lactec, Luiz Malucelli Neto.

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O laboratório tem capacidade para realizar 20 ensaios por dia, de 20 gases diferentes, como monóxido e dióxido de carbono. O projeto foi financiado pela Petrobras, com investimentos de R$ 4,62 milhões. “A Petrobras investe muito nas chamadas Redes Temáticas, que são parcerias com universidades e centros de pesquisas para alavancar o desenvolvimento da indústria e da
tecnologia”, disse o diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa. Segundo ele, esta é a primeira fase do projeto com o Lactec. Haverá outra, que vai testar motores a diesel. “A Petrobrás atua na qualidade dos derivados e a
indústria automobilística nos motores mais eficientes e este caminho deve ser trilhado em conjunto pois o objetivo é a redução das emissões”, argumenta Costa.

O laboratório pretende dar suporte às empresas no desenvolvimento de motores e auxiliá-las a adequarem os atuais à nova legislação. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou a resolução n.º 297, de 26 de fevereiro
de 2002, estabelecendo limites para emissões de gases poluentes por motociclos e veículos similares. Os novos modelos devem ser adotados a partir deste ano. “Em 2007, por exemplo, uma moto poluía sete vezes mais que um automóvel, além de os limites de emissão serem diferentes. Estes limites estão mudando”, comentou o pesquisador e coordenador da implantação do laboratório, Renato Penteado.

Segundo Penteado, a principal mudança imposta pela lei diz que as motocicletas devem usar catalisadores, como os já adotados em automóveis. “O gás passa por estes catalisadores, que reduzem a poluição em até 15 vezes”, disse o pesquisador. Dessa forma, os motores brasileiros também poderão atender às exigências internacionais, fomentando a exportação com União Européia e Estados Unidos, por exemplo, onde a legislação é mais rígida.

O trabalho do laboratório, diz Penteado, será feito visando reduzir o consumo de energia e diminuir a emissão de poluentes, além de tornar os testes com motores mais rápidos e baratos. “As indústrias são obrigadas a testar um percentual de sua produção, mas não têm onde fazer as análises porque há no Brasil apenas quatro laboratórios, de fabricantes de motores. Sendo assim, as onze empresas fabricantes que não possuem laboratórios fazem as avaliações no exterior, como China, Japão e Coréia”, explicou Penteado, ao destacar que o laboratório traz o diferencial de incentivar o desenvolvimento acadêmico, com projetos de mestrado e doutorado, diferentemente dos laboratórios das empresas fabricantes.

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É expressiva a evolução da venda de motos no Brasil, como pode ser observado em dados extraídos da Abraciclo. Um crescimento sustentado da ordem de 13% ao ano, desde 2000, quando foram produzidos 4,03 milhões de veículos, e hoje chega a 13,7 milhões. O número de fabricantes de motocicletas no país também
está em crescimento, sendo que há 11 fabricantes em atuação no país e outros 10 estão com projetos aprovados. O Lactec conta também com um laboratório para avaliação de emissão de poluentes de carros. O laboratório, independente, atende principalmente os veículos produzidos pelas montadoras da Região Metropolitana de Curitiba.