Todo elétrico é, mais ou menos por definição, um veículo urbano e que roda pouquíssimos quilômetros por dia.
Como convém a todo apaixonado pelo meio ambiente, ele é também pequenino e leve – mas o pacote de baterias que ele tem para energizar o motor elétrico pesa muito mais do que pensam os interessados, e este tipo de veículo normalmente não pode dispor de equipamentos hoje em dia considerados básicos, tipo direção assistida, ar-condicionado, aquecimento, bancos, vidros, sistemas de som, entretenimento, GPS, etc, todos elétricos e sugadores de energia.
Para resolver todos esses problemas, a saída mais imediata até que alguém consiga desenvolver e manufaturar baterias de alta densidade energética, capaz de se recarregar até mesmo pelo contato com o próprio ar e o brilho solar (já existe em laboratório), sem efeito memória, ainda por cima a um preço acessível ao mercado, está sendo apelar-se para os veículos chamados híbridos, em que um motor de combustão aciona um gerador que as mantém carregadas. O número de peças do sistema á enorme, e o problema, claro, é seu custo, tanto inicial como de manutenção.
Como dizia o velho Gurgel, “Zé, a peça que você não põe no carro não quebra.”
Um veículo elétrico, para funcionar mesmo e não apenas para meia dúzia de entusiastas do sistema, tem de possuir um pacote de baterias ultra-modernas – e com toda a probabilidade caríssimas.
O carro elétrico do futuro não pode ser um monoposto. Como no Lumeneo Smera, tem de ser no mínimo um biposto de mínimo espaço traseiro e peso razoável, sem nem mesmo janelas mecanicamente acionáveis, e apesar de ser mostrado como tão confortável quanto um sedã comum.
José Luiz Vieira, Diretor, engenheiro automotivo e jornalista. Foi editor do caderno de veículos do jornal O Estado de S. Paulo; dirigiu durante oito anos a revista Motor3, atuou como consultor de empresas como a Translor e Scania. É editor do site: www.techtalk.com.br e www.classiccars.com.br; diretor de redação da revista Carga & Transporte.
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