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A McLaren Special Operations, MSO, apresentou um supercarro modelo único no clube de golfe The Quail, em Monterey, na Califórnia, que se tornou um dos modelos mais interessantes do fim de semana de Pebble Beach. Baseado na estrutura em fibra de carbono do 12C, ele tem uma carroçaria única feita exclusivamente para um cliente hiper-rico, que já tem em sua garagem um McLaren F1, um Mercedes-Benz SLR McLaren e um 12C.

A conversa entre o cliente e o chairman executivo da McLaren, Ron Dennis, começou três anos atrás, antes mesmo do 12C ser lançado. A estrutura viria do 12C, mas a carroçaria seria totalmente nova e teria de refletir a personalidade e os gostos do comprador. Em reuniões posteriores, o diretor de programa da MSO, Paul Mackenzie, e o diretor de design Frank Stephenson foram até o cliente para saber exatamente que tipo de carro era desejado. Nas palavras de Stephensson, “Elegância atemporal e clássica.” Nada fácil, portanto.
Esta primeira reunião entre os diretores da McLaren e o cliente demorou quase três horas. O pessoal de design trouxe centenas de imagens dos mundos automotivo, arquitetônico, de moda e até mesmo do cinema, que foram apresentadas ao cliente – algumas aceitas, outras descartadas.

As imagens automotivas incluíam as de um Facel Vega francês de 1961, de um Chrysler d’Élégance Ghia de 1953, um Buick Electra de 1959, um Mercedes-Benz 540K de 1939 e um Citroën SM de 1971. As imagens de arquitetura mostravam os museus Guggenheim de Nova York e de Bilbao, um relógio Jaeger LeCoultre art deco, uma casa-reboque Airstream, uma caneta Thomas Mann Montblanc, um piano de cauda e uma berinjela – de que o cliente gostou muito de sua textura. No meio delas todas, uma foto em branco e preto de Audrey Hepburn.

O cliente quis uma concorrência entre designers de fora, até mesmo de fora do mundo automotivo, e os designers da McLaren. No fim, o design escolhido foi do coreano Hong Yeo, graduado da londrina RCA, Royal College of Art, real faculdade de arte, um designer da própria McLaren, supervisionado por Stephensson.
Um dos maiores desafios que Yeo enfrentou foi o fato de que a maioria dos carros clássica e atemporalmente elegantes têm proporções vindas de motor dianteiro e tração traseira – o oposto exato de um supercarro de motor central. Uma nova linguagem teve de ser encontrada, o que levou a meses de esboços e modelagens até se achar o equilíbrio de massas desejado. Os designers queriam fazer modelos digitais em escala real, mas o cliente insistiu em ver modelos ‘reais’.

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O cliente sabia exatamente o que queria, inclusive faixas metálicas brilhantes que iriam do nariz até a linha de ombro e do quadril, até atrás das janelas laterais. Mas um dos pontos básicos da McLaren é o fato de que cada peça tem de ter uma razão de ser e não apenas um valor visual.

Nenhuma peça do X-1 foi achada em prateleira, nem mesmo lâmpadas e rodas, fazendo com que a construção do carro levasse dois anos e meio – a pureza da engenharia de um McLaren teria de ser conservada.
Um programa completo de CFD (Computer Fluid Dynamics) garantiu estabilidade a altas velocidades e o carro rodou mil quilômetros de testes na Espanha, às mãos do piloto de testes da companhia, Chris Goodwin. Após esta etapa, o carro todo foi meticulosamente reconstruído a mão, dentro de um padrão de Concours.
Todos os painéis da carroçaria são feitos de fibra de carbono e pintados em preto sem toques metálicos ou de qualquer outra cor – uma das cores mais difíceis de pintar. Os toques brilhantes são feitos de alumínio sólido que depois recebem acabamento de níquel. Os paralamas traseiros são também freios aerodinâmicos que cobrem as rodas traseiras.

Algumas das dimensões do X-1 são diferentes das do 12C: 4.658 mm de comprimento (109 mm maior), 2097 mm de largura (com os espelhos), 188 mm a mais; a altura, porém, é a mesma, 1199 mm.