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Os dados divulgados ontem pela Fenabrave (Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores) relativos aos emplacamentos de motocicletas em 2014 mostram que o setor de duas rodas no Brasil vendeu 5,67% menos motos em 2014 em relação a 2013. Este foi o terceiro ano seguido de queda, um recuo de 26,47% em três anos. Em 2011, ano em que o setor bateu recorde de venda, foram emplacadas 1.937.374 motocicletas contra 1.424.635 em 2014.

Das quatorze marcas analisadas, seis cresceram; mudança positiva de cenário

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No entanto, ao contrário dos anos anteriores, quando apenas marcas puramente premium (acima de 500 cc) mostraram crescimento, este ano marcas que vendem motos menores também cresceram e até uma premium mostrou queda. Os dois exemplos mais emblemáticos dessa inversão é a Yamaha, que teve expressivo crescimento de 8,67% e na outra ponta está a Harley-Davidson, que vendeu menos 2,31%.

A Fenabrave prevê estabilidade para o mercado de motos no Brasil, com alguma possibilidade de melhora em 2015. “Infelizmente o cenário não é favorável e apesar de não termos nem eleições e Copa do Mundo este ano, há algumas incertezas que podem prejudicar a ação do Governo na economia, como o caso Petrobrás”, disse o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr.

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Ilustração Motonline

Honda e Yamaha ainda dominam e apesar da queda da Honda, ela ainda mantém seu patamar com mais de 80% de participação; crescimento da Yamaha em ano de queda é a grande novidade

A lei que facilitou às empresas financeiras e bancos a retomada do bem financiado em caso de inadimplência do consumidor poderá ter seu efeito positivo percebido em até 90 dias. “Esperamos uma melhora entre 20 e 25% na concessão de crédito aos consumidores para compra de motos e de carros”, prevê o presidente da Fenabrave, que considera este possível aumento de concessão de crédito pode representar até um mês a mais de venda.

No setor de motos chamam a atenção a forte queda da Kawasaki e o crescimento vigoroso de Triumph e Ducati, praticamente duas “novatas” que assumiram suas marcas mais recentemente e ampliaram suas operações em Manaus, com a nacionalização de vários modelos. Outras quedas acima da média são da Suzuki (44%) e da Dafra (19%). No caso da Suzuki (e também da Kawasaki) pode ser explicado pela completa inexistência de ações de marketing, apesar da empresa ter mostrado alguma novidade. Já a Dafra, a demora em apresentar novidades pode ter prejudicado o resultado de 2014.

Por fim, com crescimentos moderados, Shineray e Traxx comprovam que o cenário mudou e que é possível voltar a crescer vendendo motocicleta pequena no Brasil, como fez a Yamaha. Deve ser levado em consideração que tanto Traxx quanto Shineray vendem volumes bem maiores, pois mais de 70% de suas motocicletas são vendidas, mas não aparecem nos emplacamentos. No lado das motos premium, BMW e Harley-Davidson mostram até certa estabilidade, com pequeno aumento para a alemã e pequena queda para a norte-americana.Separador_2

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Sidney Levy
Motociclista e jornalista paulistano, une na atividade profissional a paixão pelo mundo das motos e a larga experiência na indústria e na imprensa. Acredita que a moto é a cura para muitos males da sociedade moderna.