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Os resultados da fabricação e venda de motocicletas no primeiro semestre de 2018 apontam que de fato nosso mercado de motos reage de forma consistente, ainda que seja tímida essa reação. Quase todos os indicadores mostram números positivos no mercado de motos brasileiro, o que não ocorria há muito tempo. Isso significa que depois muitos meses com alto e baixos, o que na prática resultou em sucessivas quedas na produção e nas vendas no atacado e no varejo, os primeiros seis meses de 2018 foram alentadores… finalmente.

Os indicadores oficiais divulgados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) mostram que foram produzidas 494.684 motocicletas no primeiro semestre deste ano, o que representa um avanço de 16,7% sobre o mesmo período do ano passado (423.750 unidades). O presidente da entidade, Marcos Fermanian, é enfático: “São números que consolidam, definitivamente, a retomada da indústria de Duas Rodas e o nosso mercado de motos”.

Mercado de Motos: projeções mostram retomada do crescimento em 2018

Mercado de Motos: projeções mostram retomada do crescimento em 2018

Ele explica a retomada pela ampliação da oferta de crédito, estabilidade dos índices macroeconômicos, além de uma maior participação do consórcio como fatores fundamentais para a evolução dos negócios. O Consórcio Nacional Honda, por exemplo, umas das maiores empresas do setor no Brasil, registrou alta de 26,29% nas vendas de novas cotas de motocicletas, com 205.609 novas cotas vendidas entre janeiro e junho deste ano, diante de 162.803 cotas comercializadas no mesmo período do ano passado.

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Outro dado significativo é o aumento no volume de financiamentos de motocicletas. Apesar dos dados coletados serem apenas do Banco Honda, ele reflete a realidade do setor de financiamento. Os números do Banco Honda mostram neste primeiro semestre de 2018 crescimento de 4,38% em comparação ao volume de financiamentos de motos zero km no mesmo período em 2017.

A melhora também reflete nas vendas no atacado (fabricante às concessionárias), que aumentaram 12,2% sobre os seis primeiros meses de 2017. E o varejo também mostra vigoroso crescimento se 6,93%, segundo dados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores), que reúne, entre outros, os dados oficiais de emplacamento de motos em todo o Brasil. Foram emplacadas 456.889 motocicletas no primeiro semestre de 2018 contra 427.275 unidades no mesmo período de 2018.

Na análise isolada de junho/2018 em relação a junho/2017, houve crescimento de 3,3%, com 74.069 unidades ante 71.734 registradas no mesmo mês de 2017. Aliás, o único dado negativo é nas vendas do mês de junho de 2018, que mostra em relação ao mês anterior uma queda de 8,83%. Claro, esta queda se deve especificamente à greve dos caminhoneiros nas últimas semanas de maio, que afetou a produção e a distribuição de motocicletas em todo o Brasil e causou alguma falta de produtos nas lojas.

A média diária de vendas em junho ficou em 3.527 unidades, com 21 dias úteis, correspondendo a uma alta de 3,3% sobre o mesmo mês do ano passado (3.416), que teve a mesma quantidade de dias úteis. Com este cenário, a Abraciclo revisou para cima a projeção em relação aos volumes de produção, venda no atacado e no varejo para 2018. Veja a tabela:

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Mercado de Motos – Projeções 2018

2017

2018

Variação %

Produção 882.876 980.000 11
Atacado 814.573 900.000 10,5
Varejo 851.013 915.000 7,5

Segundo todos os analistas econômicos, este cenário mais otimista deve se manter no segundo semestre, apesar de ainda ameaçado por fatores como a disputa comercial entre Estados Unidos e China, que ajuda a manter o dólar americano frente ao Real em nível muito alto, e também com o cenário político no Brasil ainda indefinido com a eleição em outubro. Assim, a tendência de queda que se manteve acentuada entre 2011 e 2017 se encerra em 2018 e o gráfico das vendas de motos no mercado de motos do Brasil volta a apontar para cima.

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Sidney Levy
Motociclista e jornalista paulistano, une na atividade profissional a paixão pelo mundo das motos e a larga experiência na indústria e na imprensa. Acredita que a moto é a cura para muitos males da sociedade moderna.