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A Mercedes, ao celebrar 125 anos de produção de automóveis, resolveu olhar em sua bola de cristal e dizer o que nela parece aparecer. O grande problema era conciliar a velocidade cada vez maior das novas tecnologias, ficando claro, desde o início deste exercício, que olhar à frente outros 125 anos simplesmente não seria viável. O jeito foi ir diminuindo distâncias de tempo, até ficar ‘apenas’ a duas gerações à frente. Uma geração, hoje, já não se conta mais nos tradicionais vinte anos, e sim entre sete e oito.

Focados, seus cientistas e engenheiros construíram uma aproximação do que viram em 2025 num veículo de pesquisas que chamaram de F125!, quase uma cópia do carro previsto para 2025.

O F 125! é um sedã de quatro lugares e alto luxo, com um sistema de fuel cell, células de energia (ou de combustível), que não emitem poluentes, mais comando por gestos, autonomia de mil quilômetros, e um estilo que parece ter sido desenhado por um artista de ciência ficção dos anos 1950. A empresa diz que sua estrutura e carroçaria são o resultado de uma mistura de plásticos reforçados, fibra de carbono, alumínio e ligas de aço de alta resistência, que resultam num peso de cerca de 250 kg, 40% do peso de um modelo comparável atual – e de mais alta segurança.

O F 125! gera eletricidade para acionar quatro motores elétricos instalados nas rodas. Usando componentes melhorados do trem de força do SLS AMG E-ELL, seu sistema eMATIC de tração em todas as rodas, gera uma potência contínua de 231 hp e um máximo de 313 hp para levá-lo de zero a cem por hora em 4,9 segundos e a uma velocidade máxima de 220 km/h. Apesar disso, dentro do novo ciclo europeu NEDC ele consome apenas 0,9 kg de hidrogênio a cada 100 km, o equivalente a 2,7 litros de diesel (37 km/litro).

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O sistema de fuel cell a hidrogênio é combinado com uma bateria de íons de lítio-enxofre que gera uma autonomia global de até 1.000 km, dos quais 40 km podem ser cobertos apenas com eletricidade das baterias. O pacote de baterias é instalado atrás do banco traseiro, tem capacidade de armazenamento de 10kWh e pode ser recarregado por carga indutiva.

A Mercedes fez algumas pressuposições ao desenhar o carro, uma delas a densidade de 350 kWh por quilo (umas duas vezes o desempenho atual) desse tipo de bateria quando chegar o tempo de sua apresentação a mercado.

Para prover ótima tração, o vetoramento do torque ativo entrega força ativa a cada roda conforme necessário, com amortecimento de guinada em cada uma delas projetado para dar melhor estabilidade a altas velocidades. O F 125! conta também com suspensão pneumática e ajuste constante de amortecimento permitindo que a altura da suspensão seja ajustada de acordo com a velocidade, para, por exemplo, otimizar a aerodinâmica na auto-estrada.

Usando um sistema avançado de ajuda ao motorista, o F 125! pode fazer manobras freqüentes de modo automático, como autonomamente cruzar a velocidade constante e fazer trocas de faixas – e, em futuro, até mesmo ultrapassar outro(s) veículo(s). Graças à rede ‘Car-to-X’ (carro a X) com base em rádio, pode também trocar informações com outros veículos e com infra-estruturas devidamente equipadas, como sinais luminosos de tráfego, placas de aviso e centros de controle de tráfego. Isso permitirá que o veículo seja avisado da chegada de veículos de emergência ou de obstáculos antes que possam ser vistos ou ouvidos, e avisar o motorista de que outros veículos têm direito de passagem num cruzamento à frente.

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A Mercedes também imagina que estaremos interagindo com nossos veículos de maneira bastante diferente em 2025 do que fazemos hoje: o sistema de infotainment (informação e entretenimento), chamado @yourCOMMAND (a seu comando, a suas ordens), reflete essa visão:em modo ‘Naturally Handling’, dirigindo naturalmente, o controle é feito principalmente por voz, suplementado por toques e gestos manuais- esperando-se que não os gestos cada vez mais comuns utilizados pelos motoristas atuais ao se comunicarem com outros motoristas.

O cabeçote na seção superior do console central usa tecnologia de projeção para gerar um mostrador autoestereoscópico tridimensional controlado via uma tela de toque com tecnologia de seguimento de dedo que mostra informações relevantes em forma agrupada. Além do cabeçote, o motorista pode selecionar os grupos de informações usando a barra selecionadora integrada. Uma outra tela de 17 polegadas (43 cm) instalada do lado do passageiro dianteiro é totalmente controlada por gestos manuais, para fazer com que os passageiros possam selecionar os dados ou entretenimentos à sua vontade.

Uma função de mood (humor, disposição) permite ajustes à configuração do sistema em segundos, enquanto uma Social Community Assistant permitirá ao motorista decidir quem poderá ‘perturbá-los’, ou quem poderá receber informações. A conectividade com a Cloud (nuvem) também fornecerá a motoristas e passageiros o acesso a todas as mídias e eliminará a necessidade de sincronizar os dados dos vários aparelhos de comunicação e entretenimento.

O F 125! não possui espelhos retrovisores – uma tela de imagem grande angular de alta resolução permitirá ao motorista monitorar a situação do tráfego atrás e ao lado do veículo.

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Embora seja apenas um veículo de pesquisas, para a Mercedes o F 125! é “a visão de um veículo livre de emissões, grande e luxuoso, em forma concreta,” e que muitas tecnologias inicialmente utilizadas em anteriores veículos de pesquisas hoje são achadas em seus carros de produção. A companhia está particularmente entusiasmada com o potencial das células de energia para impulsionar eletricamente grandes sedãs.

Reconhecendo que os sistemas alternativos de trens de força precisarão de infra-estruturas igualmente alternativas, a Mercedes diz que está trabalhando com vários associados em seu desenvolvimento. Para isso, sua empresa-mãe, a Daimler, e o Grupo Linde construirão 20 mais postos de hidrogênio na Alemanha, para garantir um fornecimento de hidrogênio baseado em regeneração para o número crescente de veículos a células de combustível.