Publicidade

Olhando de longe parece blitz de trânsito, mas é ação educativa

A visão dos policiais no meio da avenida fazendo sinais para as motos entrarem no corredor de cones era intimidadora. A aglomeração de motos dava a impressão de que era uma daquelas mega blitz para passar um pente fino em todas as motos e motociclistas. “É fria mano, não entra aí não”, gritou o motociclista ao meu lado, com a mochila nas costas provavelmente lotada de “trampo” a fazer.

Fila no final para pegar os brindes: compensação pelo tempo "perdido"

Fila no final para pegar os brindes: compensação pelo tempo "perdido"

Esta foi minha primeira impressão ao chegar próximo ao local onde acontecia a 15ª edição do MotoCheck-Up, evento realizado pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) para orientar os motociclistas sobre diversos aspectos da pilotagem e da motocicleta e coleta de dados para pesquisa e aprimoramento do setor. O estacionamento da loja Telhanorte, no Largo do Socorro, na zona Sul de São Paulo, estava cheio de motos, havia várias tendas armadas e por ali passaram em média mil motociclistas por dia durante os cinco dias de realização do evento. Entre estes, eu e minha Suzuki Burgman AN 125.

Publicidade
Na entrada, pesquisa completa: "só vinte minutinhos"

Na entrada, pesquisa completa: "só vinte minutinhos"

Não dá pra culpar aqueles que evitam participar. Eu entrei no corredor de cones precisamente às 15:05 e recebi a última recomendação do policial no portão de saída às 16 horas. Posso dar um desconto de 15 minutos por conta de uma voltinha pelo local para fotografar e conversar com outros participantes. Então os 55 minutos entre chegada e saída virariam 40 minutos, o dobro do tempo que a primeira atendente me disse que levaria para participar. “São só 20 minutinhos”, disse ela com cara de inocente. Para quem está na rua trabalhando, ficar parado todo esse tempo é complicado.

Simulador da Honda com noções de pilotagem segura: educação com diversão

Simulador da Honda com noções de pilotagem segura: educação com diversão

Atendi a sinalização dos policiais e segui pelo corredor. Uma atendente foi fazendo perguntas sobre uso, hábitos e outros detalhes de minha vida motociclística. Pesquisa simplesmente. Ela me entregou uma ficha que me acompanhou por todo o circuito e que foi devolvida apenas na saída. Nela cada etapa do MotoCheckUp foi marcada. Em seguida, encostei minha moto em uma das diversas posições para inspeção de 21 itens da motocicleta feita por uma dupla de mecânicos. Um observava e anotava enquanto o outro testava itens da moto: freios, fumaça pelo escapamento, luzes, pisca, buzina, manetes, espelhos, cavalete, pneus, nível do óleo….

Publicidade

Após a vistoria, fui orientado a estacionar a moto e me dirigir ao “cadastro”. Pediram minha Carteira Nacional de Habilitação e os documentos da moto para fazer cópia. Disseram que era apenas para confirmar os dados e levantamento estatístico, mas se eu não quisesse entregar não era obrigado. “Agora pode tomar um lanchinho e depois assistir o filme de 3 minutos”, informou a moça do cadastro. Ao lado do balcão do lanche, havia um inspetor do IPEM – Instituto de Pesos e Medidas – disponível para inspecionar o estado geral do capacete. “Está tudo bem com o seu, mas se tiver sorte, ganha um novo hoje aqui”, me disse. Também havia uma máquina de inspeção de emissão de poluentes com uma equipe da Porto Seguro que fazia a pré-inspeção e mostrava na tela o resultado.

Pré-inspeção de emissão de poluentes: prevenção e orientação

Pré-inspeção de emissão de poluentes: prevenção e orientação

Me apressei para assistir o filme de 3 minutos (verdadeiros). De fato, uma exata e muito didática orientação para utilizar corretamente os freios nas motocicletas. Antes da melhor parte, uma ida até a pista para ver uma demonstração prática da eficiência da frenagem correta com um instrutor da Yamaha. No caminho, espaços reservados para o Corpo de Resgate dos Bombeiros e para a Polícia Militar, ambos prontos a oferecer qualquer informação sobre segurança, legislação, orientação de trânsito e pilotagem com segurança.

Por fim, a fila para ganhar os brindes e tentar a sorte na urna. “Coloque a mão e tire um papelzinho”. O meu estava escrito “Boné”, mas poderia ter sido “capacete”, “pneu”, “camiseta” ou “jaqueta”. Na sacolinha que todos ganharam, caneta, chaveiro, uma revista, folhetos explicativos das campanhas de segurança no trânsito e adesivos diversos. No meu caso, que tinha esquecido que precisava trocar o óleo do motor, o MotoCheckUp caiu bem. Todos ganharam também um vale troca de UM LITRO de óleo. “Ué, e se a moto do cidadão precisa de mais que um litro de óleo ele não ganha a troca?”, perguntei. A atendente não soube responder.

Publicidade

A curiosidade descoberta no final: apesar de a ação ser da Abraciclo, nem todos os associados participam ou colaboram diretamente. Minha Suzuki ganhou um troca de óleo – Yamalube – em qualquer revenda Yamaha porque a Suzuki não colaborou com a ação. Ah, e o boné é da Honda.

Obs.: Para facilitar a discussão sobre esse assunto, criamos um tópico no fórum para os motonliners. Clique aqui para acessar o tópico.