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O Scooter é próprio para grandes centros urbanos, com grande praticidade devido ao espaço para levar objetos e a proteção adicional que o escudo frontal oferece. Mas há os grandes, como o T-Max da Yamaha, com motor de 530 cc, que perdem um pouco em mobilidade e economia, porém ganham em outros aspectos, como autonomia, dirigibilidade e segurança em rodovias pelas boas velocidades que conseguem atingir e manter. O T-Max, particularmente, se destaca por causa do chassi que suporta totalmente o motor, deixando-o independente do curso da suspensão traseira, o que garante melhor distribuição de peso e desempenho bem próximo do de uma naked. E isso o coloca quase numa categoria à parte.

O T-Max é um veículo urbano, mas com capacidade de fazer grandes viagens também

O T-Max é um veículo urbano, mas com capacidade de fazer grandes viagens também

Dois bons freios à disco com ABS, que junto com o sistema de transmissão automática, lhe proporcionam uma condução ideal para uso cotidiano. Mas por que não em longas viagens? Ele anda bem, faz muita curva e acelera com um belo puxão nos braços, deixando quase todos os veículos para serem vistos apenas pelo espelho retrovisor. Então resolvemos experimentar o veículo mais sofisticado da categoria para ver como se comporta em uma viagem longa e cheia de percalços. Essa performance próxima de uma boa motocicleta, com o chassi em alumínio fundido, as rodas de tamanho superior ao esperado para um scooter, o potente motor de dois cilindros, com 46 cv e mais de 5 kgf.m de torque o habilitam a isso.

Peguei o T-Max numa quinta feira e na sexta estava com toda bagagem nos compartimentos (bauleto e sob o assento) e pronto para pegar a estrada. De São Paulo, segui a rodovia Castelo Branco até Sorocaba, depois fui pela rodovia Raposo Tavares até Araçoiaba da Serra, retornei na entrada da cidade, abasteci ao começar a pista contrária e entrei logo à direita numa pequena estrada vicinal. Começava a diversão de fato.

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Milhares de curvas, subidas e descidas , alguns trechos de reta demandavam muita atenção no GPS e nas ultrapassagens, para não sair de rota, porque seguimos por vias secundárias até chegar em Tapirai. Nesse primeiro trecho até Piedade, há que se ter muito cuidado com muitas carretas treminhões de nove eixos transportando madeira. Depois a estrada fica mais estreita e com mais curvas que culminam na grande ferradura onde fica a “cabeça da anta”. Uma fonte de bronze na serra, perto de uma lanchonete que é parada obrigatória, com água muito boa que sai de uma fonte natural na parte menos habitada do estado de São Paulo.

Cabeça da Anta, parada obrigatória para um gole de água puríssima, descanso e sentir o ar puro da serra

Cabeça da Anta, parada obrigatória para um gole de água puríssima, descanso e sentir o ar puro da serra

Segue-se por mais alguns minutos nessa bela descida de serra e encontra-se o rio Açungui de impressionante visual com suas corredeiras que inspiram todos que gostam de rafting e mesmo quem não gosta. Mais adiante, ele se encontra com o rio Juquiá, que por suas margens a estrada segue até o Ribeira de Iguape.

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O rio de magnífico visual insira os praticantes de rafting

O rio de magnífico visual inspira os praticantes de rafting (foto Google earth)

Essa viagem foi um teste para verificar como o Scooter da Yamaha se comporta numa longa viagem. Fiz o percurso de 630 km em um único dia, ficando apenas alguns minutos na Ilha Comprida para fotos e descanso.

Os pontos mais importantes a se notar foram o grande conforto e facilidade de conduzir por causa da transmissão automática que permite você focar toda a sua atenção na condução, sem ter que prestar atenção a rotação do motor, a carga que você aplica no acelerador e a disponibilidade de torque que você obtém em cada situação. Quando necessário é só acelerar que o motor está sempre pronto para responder. Há um pequeno atraso, por causa do tempo que o sistema leva para ajustar o torque, característica da transmissão tipo CVT, mas você pode neutralizar esse atraso agindo antecipadamente, atuando um pouco nos freios enquanto aguarda a resposta do acelerador. Ao soltar os freios o motor responde imediatamente, como a melhor motocicleta esportiva, muito rapidamente. Você pode ultrapassar com muita segurança por causa do curto tempo que você leva para acelerar.

O T-Max faz curvas como uma boa moto

O T-Max faz curvas como uma boa moto

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Na dinâmica das curvas a impressão é que você está numa moto que faz curvas como uma naked, com respostas muito rápidas. A posição é muito confortável, com os pés para a frente e pernas menos dobradas do que numa moto, mas em situações de piso ruim você pode colocar os pés mais para trás e atuar com as pernas para atenuar os impactos. Os grandes estribos laterais permitem esse exercício.

Por causa disso a suspensão poderia ser muito castigada se não tivesse boa atuação. Sua resposta, mesmo com as técnicas de off-road, ficando em pé para passar por obstáculos, mostram que ela responde com uma atuação igual a uma boa moto naked.

De scooter pela terra, o cuidado é com o bauleto que sofre um pouco com os buracos, de resto ele foi bem, inclusive na areia

De scooter pela terra, o cuidado é com o bauleto que sofre um pouco com os buracos, de resto ele foi bem, inclusive na areia

Depois de abastecer, na volta da ilha, passei pela ponte e virei à direita no pedágio, seguindo no sentido norte pelo litoral, até uma bifurcação de terra à esquerda. O GPS indicava ser esse o caminho e fazia sentido porque à direita iria mais para o norte, forçando o retorno por outra estrada. O bauleto tinha apenas roupas leves e então decidi encarar, pois seria um bom teste para o T-Max.

Acabou sendo apenas o bauleto mesmo quem mais sofreu nesse trecho com o balanço, dando a impressão de que ele iria se desprender da base. Então, sem abusar demais na buraqueira, segui sem nenhum problema, andando na areia, alguns pedriscos, curvas fechadas em subidas e descidas até a ponte do rio Ribeira de Iguape. Daí em diante foi  só asfalto e tranquila a volta. Novamente subindo pela serra, agora à noite, mas os faróis muito bons garantiram boa luminosidade, passando direto dessa vez pela Cabeça da Anta até Votorantim. Depois de um café e abastecimento, segui direto para São Paulo onde cheguei inteiro, apenas com a boa sensação de ter feito uma grande viagem. Dormi o sono dos justos.

Um belo passeio que serviu para verificar que esse grande scooter da Yamaha se presta a viagens e vai melhor do que muita moto turismo. Ele é leve, rápido nas manobras, tem bom espaço para bagagem, posição e banco confortável, boa autonomia (mais de 250 km) e você pode ir até o fim do mundo com ele, sem se cansar.

Se você quiser fazer este mesmo roteiro, instale o App da Wikiloc no seu smartphone e então você pode baixar essa rota através desse link. Monte o aparelho em um suporte na sua moto ou baixe o arquivo para seu GPS e percorra esse mesmo percurso com muitas curvas, alguns trechos esburacados e até uma estradinha de terra para o retorno. São 630 km de diversão pura e se quiser, aproveite para dormir na Ilha Comprida e pegar uma praia na manhã seguinte. Eu não pude ficar…