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O mundo corporativo nos proporciona alguns conhecimentos que podem perfeitamente ser aplicados na busca de uma melhor qualidade de vida, nossa e de todo mundo, mesmo que utilizemos apenas os seus conceitos.
A metodologia denominada QFD, abreviatura de Quality Function Deployment, que significa Desdobramento da Função Qualidade, é uma delas. Embora tenha uma estrutura formalizada de desenvolvimento, é quase uma filosofia, e apesar de não ser muito nova, é super moderna, atual e poucas empresas fazem proveito dela.
Não se preocupem, este foi o único momento que essas sigla e denominações, que se apresentam como algo complexo ou jargão de marketing pra vender alguma coisa, serão mencionadas.

Como uma metodologia e ferramenta de qualidade aplicada às corporações pode proporcionar pra gente os benefícios mencionados?
A idéia central dessa proposição está na compreensão de alguns conceitos que fazem um grande sentido, os quais podem ser vistos perfeitamente aos nossos olhos como excelentes oportunidades de crescimento, como ser humano e pessoa em todos os nossos contextos.

Uma verdade que vamos definir como premissa: somos o mais importante e maior CLIENTE do nosso próprio corpo e mente.
Isso posto, e como esses clientes, temos diversas necessidades que precisam ser supridas para que possamos desfrutar de uma vida que desejamos ser da maior qualidade.
Reordenando, isto é, são todas as coisas que o nosso corpo e mente precisam prover pra nós mesmos, “ouvindo” a verdadeira necessidade dos clientes. Quer dizer, nós!

Necessidades versus qualidades.
Qual são exatamente as nossas necessidades pra que tenhamos uma vida com qualidade? Vixe (sic)!!!
Um aparte com a afirmação de que as nossas necessidades reais são quase sempre camufladas por uma necessidade aparentemente simples. Por exemplo, fazendo um paralelo com o nosso dia-a-dia, quando observamos e citamos a nossa necessidade de sentar, estamos simplificando e nos abstraindo das reais necessidades de sentar para descansar, trabalhar, se entreter e se alimentar. Quais destas necessidades queremos que sejam satisfeitas? Todas, certamente. Mas elas tem o mesmo nível de importância? Guardem essa questão.
Outro aparte, concatenando a nossa percepção de qualidade satisfeita, afirmamos que ela é influenciada por 3 tipos características da qualidade, que a transformam em qualidade óbvia, linear e atraente. Calma, é simples e interessante, vamos explicar.

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A qualidade óbvia é aquela primária, oferecida por algo que cumpra uma necessidade básica, fazendo novamente um paralelo, do tipo um cachorro quente pra ser consumido precisa estar quente ou que uma carteira de dinheiro seja do tamanho ou maior do que as notas que ela vai armazenar. É aquela qualidade que atende uma necessidade que simplesmente não admitimos que não seja atendida.
A qualidade linear é aquela que quanto maior o valor do atendimento de uma necessidade mais satisfeito a gente fica, naquele paralelo, do tipo o tempo que dura a carga da bateria do celular ou quantos quilômetros são percorridos por uma motocicleta com 1 litro de gasolina. É aquela qualidade que atende uma necessidade condicionando a nossa satisfação, deixando-a em alta ou em baixa, dependendo de quanto maior seja o valor atendido.
A qualidade atraente é aquela que nos fornece algo pra atender uma necessidade que não esperávamos ser atendida, que nos surpreende ou que vai além do que qualquer outro atende, no paralelo, do tipo uma motocicleta que tenha o GPS sincronizado e incorporado ao seu painel ou um capacete que projete informações de velocidade e rotação do motor na sua viseira. É aquela qualidade que a falta do atendimento de uma necessidade inesperada ou desconhecida não traz necessariamente uma insatisfação, mas a sua presença a diferencia de todas as outras.

Se perguntarmos a um estereotipado brasileiro “esperto” quais as necessidades que ele deveria ter atendidas para que tivesse uma vida com qualidade, é certo que estaria neste rol ter bastante dinheiro pra ser rico e se tornar poderoso, famoso e desejado. Praticamente isso. Simples não é? Ô!!!
Se fizéssemos o raciocínio contrário, descobrindo e relacionando todas as nossas reais necessidades pra que atingíssemos a verdadeira qualidade de vida, como clientes que somos dos nossos provedores, constituídos pelo corpo e mente de cada um, quais qualidades buscaríamos alcançar como seres humanos?

Imaginem se pegássemos todas estas qualidades, as desdobrassem por função, ordem de importância e característica quanto ao verdadeiro sentido de trazer benefícios pra nós e todas as pessoas, ou seja, nos trazer qualidade de vida.
Cremos que no grupo da qualidade óbvia estariam qualificadas as pessoas honestas, modestas, confiáveis, íntegras, sinceras, humildes, equilibradas e honradas. Que estariam em conformidade com a qualidade que atende uma necessidade que simplesmente não admitimos que não seja atendida.
No grupo da qualidade linear estariam qualificadas as pessoas bondosas, alegres, compreensivas, solidárias, simpáticas, generosas, tolerantes, altruístas, gentis e amigáveis. Que estariam em conformidade com a qualidade que atende uma necessidade condicionando a nossa satisfação, deixando-a em alta ou em baixa, dependendo de quanto maior seja o valor atendido.
E no grupo da qualidade atraente estariam qualificadas as pessoas belas, charmosas, modernas, otimistas, humoradas, criativas, sábias e impressionantes. Que estariam em conformidade com a qualidade cuja falta do atendimento dessa necessidade inesperada ou desconhecida não traria necessariamente uma insatisfação, mas a sua presença a diferenciaria de todas as outras.

Imaginem se nós, como nas corporações, já que esses grupos e qualidades refletem as verdadeiras necessidades dos clientes, os transformassem em requisitos?
E considerássemos como requisitos mínimos pra cada pessoa, pra todos de uma sociedade mundial terem uma boa qualidade de vida, que cada uma delas deveria atender por completo a qualidade óbvia, um valor mediano na qualidade linear e sem necessidade de atender a qualidade atraente pra estarem no “mercado” desta sociedade mundial?
E que controlássemos a qualidade desta sociedade mundial enviando as pessoas que não estão em conformidade com esses requisitos mínimos para uma quarentena, que podia ser, por exemplo, uma ilha em alto mar!
Cremos que não caberia, já que a definição de ilha tem como limite o tamanho da Groenlândia, teríamos que partir pra um continente, talvez a Austrália, ou todo o continente americano, com a devida verificação se ainda comportaria todo mundo, porque certamente esta quarentena estaria lotada.

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Pois então, como podemos desenvolver e aplicar teorias e ferramentas de controle da qualidade para tudo, segundo uma verdadeira necessidade dos clientes, e não conseguimos reproduzir tal qualidade em nós mesmos, considerando fortemente ainda que somos os próprios clientes e fornecedores, e os mais interessados na construção de uma sociedade que tenha qualidade de vida?
Alguns até conseguem, mas formarão um grupo tão diminuto, que desconfiamos que eles é que iriam para a ilha.

Pra onde queres ser enviado, pra ilha ou continente?

“O ser humano tem muito mais desejos que necessidades” (Johann Goethe)