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O corredor não pode ser federal

Reproduzo trecho de notícia da Agência Estado veículada no dia 25 de novembro pela Imprensa. “A Comissão de Viação e Transportes da Câmara aprovou nesta quarta-feira (25) mudanças no Código Brasileiro de Trânsito, tornando as penas mais pesadas para quem cometer delitos no trânsito. Entre os principais pontos aprovados está a proibição para os motociclistas passarem entre veículos no trânsito. Eles só poderão fazer as ultrapassagem com velocidade reduzida e quando o trânsito estiver parado. Segundo o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), autor do projeto de lei, a proibição de ultrapassagem é um fator de segurança e não de aumento de congestionamento.”

O deputado citado na reportagem está certo quando fala que a proibição é um fator de segurança. Realmente, passar de motocicleta em velocidade elevada no corredor formado pelos automóveis parados ou em velocidade reduzida é perigoso e coloca em risco não apenas a vida do próprio condutor da motocicleta mas de todos que estão próximos. Este delito já tem nome: DIREÇÃO PERIGOSA. E já tem a penalização prevista.

Contudo, faltou atentar para alguns detalhes. O primeiro e mais importante é para o tamanho dos municípios brasileiros. Sabe-se que apenas os maiores municípios do Brasil sofrem com problemas sérios de congestionamentos. Assim, seria mais lógico não tornar o corredor entre os carros uma via federal. A alteração no CTB – Código de Trânsito Brasileiro – poderia considerar por meio de alguma solução político/jurídica que cada município pode legislar sobre seu tráfego viário, dadas as evidentes diferenças entre os milhares de municípios brasileiros.

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Outro detalhe importante que faltou foi….andar de motocicleta….ser motociclista. Apenas para tentar perceber se é possível ficar atrás de carros no tráfego semi-parado (ou em semi-movimento) de qualquer rua ou avenida de uma grande cidade brasileira. Além de colaborar para aumentar o congestionamento, o anda-pára da fila de automóveis torna um verdadeiro desafio ao motociclista entrar atrás dos carros quando a fila está em baixa velocidade. Lembro novamente que todo motociclista é também motorista.

Assim, sabe-se que a tendência natural do motorista é aumentar a distância do veículo que vai a frente na mesma medida que a velocidade aumenta. E vice-versa. Se a distância já é menor em baixa velocidade, imagine o problema para o motorista ao se deparar com uma, duas, três ou mais motocicletas entrando subitamente na sua frente quando a fila de automóveis começar a mover-se lentamente.

Resumindo, sugiro então:

1 – Incluir a palavra “moroso” ou “lento” junto com a palavra “parado” na revisão do CTB;

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2 – Criar uma medida jurídica legal que permita a cada prefeitura regulamentar o seu próprio tráfego de veículos, com base no CTB;

3 – Criar mecanismos mais eficientes para fiscalizar e punir os infratores (educação pelo bolso);

4 – O mais importante: EDUCAR de forma permanente todos os atores deste circo.